tag:blogger.com,1999:blog-56016676185379465012024-02-21T02:55:23.206-08:00RelatosLuís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comBlogger137125tag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-70702031713494609992017-04-15T11:23:00.004-07:002017-05-21T02:41:35.473-07:00FECHADO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyOW2gZN7OcLgijXJcr00l2bxUNlzApZHaBOv7D1Fn-NR501cKnLIq_203uZZVScAQ5P1pObKf59g0lY0-kc5vfmnSQF0QeFI0l5RGdmiuhTq0-2SWJSZI-XDNUq5U0jIenAQSIKYA8Ic/s1600/20170418_134430.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyOW2gZN7OcLgijXJcr00l2bxUNlzApZHaBOv7D1Fn-NR501cKnLIq_203uZZVScAQ5P1pObKf59g0lY0-kc5vfmnSQF0QeFI0l5RGdmiuhTq0-2SWJSZI-XDNUq5U0jIenAQSIKYA8Ic/s640/20170418_134430.jpg" width="640" /></a></div>
Este blog completa hoje dez anos, boa data pra terminar. Começou com o impulso de afago no ego com o qual, dizem, começam
todos os blogs, pra virar com o tempo, e algumas edições retroativas,
esporádicas, algo mais definido, o registro umbiguista de parte do trabalho de
um repórter, dos mais discretos, em jornais e revistas quase todos extintos.<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
O repórter iniciou sua trajetória entre os valões, os
presuntos e as belezas de Niterói, São Gonçalo e adjacências. A vista do alto
do Parque da Cidade, as praias oceânicas, a Fazenda Colubandê, sede do batalhão
florestal, tudo isso foi visto ainda que, na maior parte do tempo, o destino da
Fiat Uno ou do Gol BX da reportagem fosse mesmo o Jardim Catarina, ou qualquer
dos morros do Cavalão, do Estado, Souza Soares, da Lagoinha..., até que o
repórter virou redator, mas logo voltou a ser repórter, acumulando dois
empregos e conhecendo a tranquila rotina de uma revista mensal, na finada
editora Bloch, pertinho do lago, dos patos e dos fantasmas do Palácio do
Catete.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O repórter trocou a dupla jornada pra ganhar menos e
trabalhar mais pelo nome, pela história e pelo charme da redação que era um
grande H, com a metade de uma das traves de futebol americano da letra cortada
pelo espaço da fotografia. Por lá o repórter passou quase despercebido, observando,
fazendo amigos e viajando, inclusive. Viu o São João de Campina Grande, as
montanhas de Maccu Picchu, a Ilha do Sol e aprendeu todo dia conhecendo o Rio
de Janeiro natal, na louca rotina da editoria Cidade de um grande jornal durante
quase três anos até a troca pelo meio-termo entre aquilo e a revista mensal.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXoOHnWgev7WeJw3-fKyUWRk2WI0-n-sXlHHtC_-F0Zgleubvr6GBffTQvE_DmyFzl_9u_g603mbZNnWItbKkGlU7507BQChCtIz3_X2mARAI8z90_fsRwTnj8d3OBJVSt3MrNVwXE1I8/s1600/Eu+e+Dona+Can%25C3%25B4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXoOHnWgev7WeJw3-fKyUWRk2WI0-n-sXlHHtC_-F0Zgleubvr6GBffTQvE_DmyFzl_9u_g603mbZNnWItbKkGlU7507BQChCtIz3_X2mARAI8z90_fsRwTnj8d3OBJVSt3MrNVwXE1I8/s200/Eu+e+Dona+Can%25C3%25B4.jpg" width="200" /></a></div>
Na sucursal carioca da revista semanal de celebridades (no
início nem tanto), o repórter trabalhou por quase seis anos e viajou mais
ainda. Viu o céu mais estrelado da vida em meio à caatinga do sertão piauiense,
acompanhou a transformação do roqueiro em romântico, cantando em espanhol entre
a Cidade do México e Miami, e presenciou também, antes de cortar quiabo em
Santo Amaro da Purificação, na Bahia, o samba de roda na casa de Dona Canô com
ela ativa ainda, a dois dias dos noventa e cinco.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O repórter foi a Maceió atrás da jogadora de vôlei, musa, conversou
com a cantora em Salvador e com o colega dela, amigo, então ministro, em
Brasília. E no Rio, em casa, entrevistou muito mais gente ainda, do arquiteto
nonagenário, duas vezes, ao cirurgião plástico mais famoso do país, quiçá do
planeta, do maior craque francês até surgir Zidane ao treinador campeão de tudo
na sua área, ranzinza. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Cineastas, atrizes, atores e prefeitos, governadores,
senadores, diretores da televisão e ídolos da escrita, tipos diversos tiveram
suas vozes gravadas em fita cassete pelo repórter que, na revista ainda, cobriu
também chacina, prisões, foi a uma plataforma de petróleo em alto mar e pelo menos um furo internacional conseguiu,
repercutido no mundo inteiro e pautando até o Casseta & Planeta, onde Hélio
de La Penha fez o papel da personagem encontrada graças à dica do chefe que o
chamava de “craque” e, três anos depois, o demitiria.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O repórter, então, virou editor no jornal mais antigo da
América Latina, a última experiência cotidiana numa grande redação que foi definhando,
diminuindo até o fim no prédio em construção ou demolição, sabe-se lá, onde por
quase dois anos dos onze passados na empresa teve-se a sorte de ser o responsável
pelas páginas da política, fora outras editorias acumuladas, sem precisar fazer
o que tem sido feito em redações bem mais numerosas, em nome do aumento da
riqueza já absurda dos patrões e da sobrevivência calcada em mentira, confusão
e cinismo, pra garantir a sangria regular e milionária dos cofres públicos, na
forma de anúncios.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com a independência da indiferença, gerada pela proximidade
do fim calculado pelos próprios ditos gestores, caloteiros, o repórter, na
qualidade de editor, fechou suas páginas do jeito que quis, em latente
contradição às vezes até com a primeira página, falando praticamente o oposto
do publicado em jornais maiores da casa, um de Brasília, outro de Minas, e guardou
algum material desse período pra, se for o caso, mostrar aos filhos, na
expectativa de vir a ser questionado no futuro, quando este tempo soturno,
medieval, for debatido.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O jornal acabou e o repórter caiu de cara num trabalho
diferente de tudo até então, num <a href="http://www.ocafezinho.com/category/luis-edmundo-araujo/">“blog sujo”</a>, como já disse o apresentador de
tevê da corridinha fazendo curvinha na mesa, pra novo vazamento programado
contra o vilão de sempre. Fora isso, o repórter <a href="http://projetocolabora.com.br/author/luis-edmundo-araujo/">continuou tentando</a>, e é
provável que continue, apesar da sensação de que o momento tem tudo a ver com a
matéria aí embaixo, a última destes <b><i>Relatos</i></b> que agora se encerram com a
pretensão de permanecer como obra fechada, registro bem
particular de um tempo que, se não acabou também, tá quase. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Jornal O Fluminense, edição de terça-feira, 22 de novembro
de 1994</b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>“Eu não tenho onde morar, é por isso que eu moro na rua”.</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifzDkWyG5pvynPCclW4ZeRJKf1aPRHtkNQPEWZ7gOXEv5djO6RURxGDo6eyH-qLgXqO09RkajwbtcQrTHHKRJ7mcNIBDqOfIwHa92dOMyoejDOfwg3HymPIPVoUtoVoyGr_0IKDArk2a4/s1600/mendigo+e+cachorro.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifzDkWyG5pvynPCclW4ZeRJKf1aPRHtkNQPEWZ7gOXEv5djO6RURxGDo6eyH-qLgXqO09RkajwbtcQrTHHKRJ7mcNIBDqOfIwHa92dOMyoejDOfwg3HymPIPVoUtoVoyGr_0IKDArk2a4/s400/mendigo+e+cachorro.jpg" width="400" /></a></div>
O aumento do número de mendigos em Niterói está começando a
se tornar um problema crônico do município. Além do Centro da cidade,
tradicional reduto da população esmoleira, bairros como São Francisco e Icaraí,
áreas consideradas nobres, já convivem há algum tempo com famílias inteiras e
grandes grupos de mendigos dormindo nas ruas. Para piorar esse quadro, as duas
unidades da Fundação Leão XIII em Niterói não têm vagas e trabalham em
condições precárias.</div>
<div class="MsoNormal">
Entre os locais prediletos de quem vive nas ruas estão o
Jardim São João, a Praça da República e a Rua Visconde do Rio Branco, no
Centro. Além destes, a maioria dos viadutos da cidade é aproveitada como abrigo
pelos mendigos. Em bairros menos movimentados e mais valorizados, como Santa
Rosa, Icaraí e São Francisco, por exemplo, os indigentes também estão
presentes. Eles costumam “freqüentar” o Largo do Marrão, em Santa Rosa, e as
ruas próximas ao Caio Martins.</div>
<div class="MsoNormal">
Em São Francisco, a maior concentração de indigentes fica na
Rua Araribóia, ao lado da agência da Caixa Econômica Federal (CEF). “Isso é uma
praga. Esse pessoal é uma mistura de assaltante com guardador de carro”,
reclama Fernando Pereira, que mora na Rua Araribóia. Outra moradora da rua, que
preferiu não se identificar, afirma que o barulho e o mau-cheiro são os
principais problemas causados pelos pedintes. “À noite ficam mais de dez aqui,
bebendo e gritando. Nós temos pena e sabemos que eles não tem para onde ir. O
problema é que pode haver marginais infiltrados entre os mendigos vigiando as
casas. Tenho muito medo disso, porque minha casa já foi invada por ladrões”,
diz a moradora, que também cobra providencias da CEF.</div>
<div class="MsoNormal">
O gerente da agência da CEF em São Francisco, Paulo
Glicério, diz que a calçada é da Prefeitura e, nesse caso, a CEF não tem como
interferir. Às 10h de ontem apenas três mendigos estavam no local. Eles
disseram que somente dois deles moram ali e não incomodam ninguém. “Estou na
rua há oito meses porque minha casa pegou fogo”, diz José Augusto Batista, de
49 anos.</div>
<div class="MsoNormal">
José diz que mora na rua acompanhado apenas de Pedro Bezerra
Silva, 48, e dois cachorros, "Joaquim” e “Xuxa”. O outro mendigo, Adílson
Ribeiro, de 33 anos, justificou sua presença no local dizendo que era amigo de
José Augusto. “Tenho três anos de rua e nunca arrumei problema com ninguém”,
diz Adílson, que afirma morar em Charitas. Pedro Bezerra pede para as pessoas
entenderem que ele não tem onde ficar e definiu sua situação cantando um velho
samba. “Eu não tenho onde morar, é por isso que eu moro na rua”, cantarolou o
indigente, completamente embriagado. </div>
<div class="MsoNormal">
O coordenador da unidade de Itaipu da Fundação Leão XIII,
Sérgio Belchior, diz que recebe mais de 20 ligações por semana de reclamações
contra mendigos. “Quem faz o recolhimento é o pessoal do Rio. Nós apenas
acolhemos aqueles que nos procuram, se houver vaga. O fato é que ninguém quer
investir na questão da população de rua porque isso não dá retorno”. A unidade
de Itaipu só acolhe homens e, atualmente, conta com 300 internos. A capacidade
da unidade é de 480 pacientes, mas segundo Sérgio, as instalações precárias
impossibilitam o trabalho com esse número de internos.</div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn36yV7m4awVFYjZRckvvhXce7ztXBZmxT5FgoIPenCKalNSrDwinB3QB8FFvCptwk2BNcqgAv167lvz_C_MhvQo8i6p9NMzZ8ESVSRNLP240lF_am6ld5xpqJi9FUnsPm11eHaKoeT18/s1600/mendigo+e+laptop.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn36yV7m4awVFYjZRckvvhXce7ztXBZmxT5FgoIPenCKalNSrDwinB3QB8FFvCptwk2BNcqgAv167lvz_C_MhvQo8i6p9NMzZ8ESVSRNLP240lF_am6ld5xpqJi9FUnsPm11eHaKoeT18/s400/mendigo+e+laptop.jpg" width="400" /></a></div>
A falta de funcionários é outro problema das unidades de
recuperação social da Leão XIII. “A Fundação tem ainda mais de 40 centros
comunitários no Grande Rio, onde o trabalho é considerado mais fácil. Todo
mundo prefere trabalhar com as comunidades carentes a cuidar das pessoas que
muitas vezes têm problemas de alcoolismo e, em alguns casos, são até
violentas”, conta o coordenador.</div>
<div class="MsoNormal">
A Fundação Leão XIII tem cinco unidades na área do Grande
Rio e Niterói. Se em Itaipu somente os homens são abrigados, no Fonseca, também
em Niterói, apenas mulheres são aceitas. Em Campo Grande, a maior unidade, o
local é exclusivo para idosos de ambos os sexos. A triagem é feita em
Bonsucesso e a unidade da Praça Harmonia, na Praça Mauá, fica responsável pelos
migrantes – aqueles que estão de passagem pelo Estado e não têm condições de
voltar para casa. Quando é feito o recolhimento, os mendigos são levados para
Bonsucesso e, de lá, encaminhados às diversas unidades.</div>
<div class="MsoNormal">
A psicóloga da Coordenadoria de Assistência Especializada (CAE) da Fundação, Carmen Lustosa, diz que, no momento, a unidade de Bonsucesso está em obras, o que reduziu o recolhimento. "Só estamos atendendo a casos de emergência e a triagem está sendo feita provisoriamente na Praça Mauá", explica0 O coordenador da unidade do Fonseca, Pedro Paulo Berba, contouque o centro está trabalhando com 14 internas, todas com idade entre 18 e 65 anos.</div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-85855255875876266752017-04-10T11:18:00.003-07:002017-04-10T12:33:43.763-07:00ALTA COSTURA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3-EzxiK5fWcOP2R_57mNIk0DuOkFhi0tVJNvCNUkNbfF7m3GJ8aiBFt5mRlVpea-feJEXtCchaDgQcksAuPyE8dIJ1KwDcuyf-CGJNH8SqQFVu7uJyZHLiEeEgue0rGbruPCdJix0W4o/s1600/Victor+Valentim.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3-EzxiK5fWcOP2R_57mNIk0DuOkFhi0tVJNvCNUkNbfF7m3GJ8aiBFt5mRlVpea-feJEXtCchaDgQcksAuPyE8dIJ1KwDcuyf-CGJNH8SqQFVu7uJyZHLiEeEgue0rGbruPCdJix0W4o/s400/Victor+Valentim.jpg" width="400" /></a></div>
Ele já tinha conhecido a glória em seu ofício e, no entender do repórter leigo no assunto, não estava mais tão no topo nem da cadeia nacional quando concedeu a entrevista. Mas chegava de volta ao país natal com pompa e circunstância, após mais de quinze anos morando em Paris, no centro do mundo. Abria logo de cara seis lojas banhadas em luxo, e a entrevista, interrompida mais de uma vez para cenas de Jacques Leclair, ou Victor Valentim, foi na única delas no Rio, no coração de Ipanema, que em menos de um ano estaria fechada.<br />
<br />
<b>Revista Istoé Gente, edição 274, de 8 de novembro de 2004</b><br />
<b><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #333333;"><b>“Não posso falar porque não conheço. Fico fechado no meu mundo”.</b></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #333333;"><span style="font-family: inherit;">No fim de 2001, o estilista Ocimar Versolato, 43 anos, enfrentava problemas financeiros em Paris, chegou a pesar 104 kg e sofreu uma crise de pânico – tinha a impressão de que faltava ar em qualquer lugar que estivesse. Decidiu fazer análise pela primeira vez na vida, mas achou péssimo o analista francês que procurou. Numa viagem ao Brasil, aceitou o conselho de uma amiga e se consultou com um psicólogo brasileiro. Gostou.</span></span><br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Bem de cabeça, emagreceu 30 quilos com dieta nos últimos três anos. Só precisou de uma lipoaspiração antes de iniciar o regime, “para criar coragem”. Aumentou as vindas ao Brasil e, quando percebeu, já morava na terra natal de novo, numa casa no Morumbi, em São Paulo. Deixou para trás uma trajetória de 16 anos em Paris, onde conheceu a glória e o fracasso financeiro traduzido em dívidas. Só à previdência social francesa, devia cerca de US$ 300 mil.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Agora, Versolato acaba de inaugurar sua loja em Ipanema, no Rio de Janeiro, onde uma calça jeans custa R$ 450, o vestido de noite mais caro sai por R$ 28 mil e o preço de um terno é R$ 4,9 mil. Com cinco andares, elevador panorâmico e paredes de mármore, ela é a maior das outras seis da marca abertas no País (cinco em São Paulo e outra no Rio), graças ao investimento de R$ 15 milhões de sua nova sócia, Sandra Habib, representante da Jaguar no Brasil. Os modelos de alta-costura (US$ 10 mil o mais barato) serão exclusividade do ateliê do estilista, um prédio de nove andares em São Paulo. Versolato está de volta ao Brasil, e ai de quem disser que isso é sinal de derrota. “Isso é coisa de caipira, de quem nunca viajou ou foi para Paris uma vez na vida com passagem de US$ 300”, dispara.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Seu único problema na Europa, ele garante, foi a dificuldade de produzir suas roupas, resultado da pouca oferta de fábricas de tecidos de luxo por lá. No Brasil, Versolato tem à disposição uma rede com 30 fornecedores. “O investimento é resultado de um estudo de dois anos e dará retorno a médio prazo”, afirma Sandra.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Na temporada francesa, a polêmica causada por suas declarações também não ajudou. Na mais famosa delas, dita após um desfile de Yves Saint-Laurent, Versolato sugeriu que o consagrado colega francês se aposentasse. Hoje, se arrepende. “Foi coisa de iniciante. Não tinha o direito de falar aquilo”, diz.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZAeF7aCenQMGumGF5vwUou-mzfH-Ono6lYe2bYFGh70wH5HbqmEW0ueBKU94QSIhhvIgPwsKyM9TIVw4VOwEmHMFFZt1f9s4oMWZaQv_NTTIOBK0bL3P2-pRrJKnpUIbJTLvdudmNdV0/s1600/ocimar_versolato+leandro+pimentel.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZAeF7aCenQMGumGF5vwUou-mzfH-Ono6lYe2bYFGh70wH5HbqmEW0ueBKU94QSIhhvIgPwsKyM9TIVw4VOwEmHMFFZt1f9s4oMWZaQv_NTTIOBK0bL3P2-pRrJKnpUIbJTLvdudmNdV0/s1600/ocimar_versolato+leandro+pimentel.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;">No auge de seu sucesso em Paris, o brasileiro chegou a mudar o roteiro de um filme de James Bond, ao ser convidado para vestir em 1997 a atriz Terry Hatcher, bondgirl de <i>007, o Amanhã Nunca Morre</i>. Terry deveria morrer enforcada com o vestido, mas o tecido sempre rasgava na cena. Após fazer 10 modelos iguais, sem que o problema fosse resolvido, ele resolveu interferir. “Sugeri que dessem um tiro nela. Foi o que fizeram”, lembra.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Uma outra experiência no cinema mudou o estilo de Versolato. Conhecido por preferir as cores sóbrias, ele entregou a Cacá Diegues desenhos nada condizentes com a exuberância da Tieta vivida por Sônia Braga no filme do diretor. Convencido pelo cineasta, mudou os figurinos. “O Cacá me deu um tratamento de choque. Meu trabalho mudou depois do filme”, lembra o estilista, para surpresa do próprio Cacá. “Me lembro de ter falado com ele na época, mas não sabia que tinha sido tão sério”, brinca o cineasta.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Disposto a expandir suas lojas para Paris e Nova York em dois anos, Versolato espera colocar o Brasil no cenário da moda internacional. “Estava faltando um projeto desse porte. Acho que não tinha mais ninguém para fazer isso além de mim”, afirma o estilista, que não cita nenhum outro nome de destaque no País, nem de colegas que têm se destacado no Exterior, como Alexandre Hercovitch. “Não posso falar porque não conheço. Fico fechado no meu mundo”, justifica.</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-80131269797795892752017-03-30T15:52:00.001-07:002017-04-10T11:20:47.471-07:00A ENTREVISTA ENGRAÇADA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR9uTCjfmtUBboTKk5zvgEIilMzJu7GR4YBcyZTHD_mZX8XVa6ZvgDi-koZiHrXcuABLB1HhjMyUyYbCyJyYC-n7aTUFQAowbf55BTeWTffKIa2h1s3MbyheKLPU6-0aoBjaO3LIqdI30/s1600/Ney+Latorraca.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR9uTCjfmtUBboTKk5zvgEIilMzJu7GR4YBcyZTHD_mZX8XVa6ZvgDi-koZiHrXcuABLB1HhjMyUyYbCyJyYC-n7aTUFQAowbf55BTeWTffKIa2h1s3MbyheKLPU6-0aoBjaO3LIqdI30/s400/Ney+Latorraca.jpg" width="292" /></a></div>
De todas as 119 matérias exibidas aqui no <b><i>Relatos</i></b>, a entrevista na qual o repórter mais riu foi, sem sombra de dúvida, esta aí embaixo, deste antepenúltimo texto a ser publicado no blog. A foto ao lado foi feita no local da entrevista, pelo Alexandre Sant'anna.<br />
<br />
<b>Revista Istoé Gente, edição 284, de 24 de janeiro de 2005</b><br />
<b><br /></b>
<b>"<span style="background-color: white; color: #333333;">Fico quieto mas começam a me provocar, me enchem até eu sapatear, plantar bananeira, cantar, fazer todos os números".</span></b><br />
<b><span style="background-color: white; color: #333333;"><br /></span></b>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #333333;">Na Lagoa Rodrigo de Freitas, cartão postal do Rio em frente à cobertura onde mora, Ney Latorraca, 60, logo avisou: aquela era a primeira vez em 40 anos de carreira que aceitava falar na véspera de algo muito importante. Na sexta-feira 14, um dia após conceder entrevista à </span><i style="background-color: white; color: #333333;"><b>Gente</b></i><span style="background-color: white; color: #333333;">, o ator voltou a encenar </span><i style="background-color: white; color: #333333;">O Mistério de Irma Vap</i><span style="background-color: white; color: #333333;">, a peça que fez ao lado de Marco Nanini entre 1986 e 1998 e foi vista por 2,5 milhões de pessoas. A nova montagem teve público restrito. Apenas os integrantes das filmagens de </span><i style="background-color: white; color: #333333;">Quem Tem Medo de Irma Vap?</i><span style="background-color: white; color: #333333;">, – com os mesmo dois atores se dividindo entre vários personagens –, que Carla Camurati começou a rodar no fim de 2004. O filme ainda não tem data de estréia, mas no momento é o que concentra as atenções do filho único dos cantores Alfredo Latorraca e Tomasa Palhares</span></span><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , "verdana" , "tahoma"; font-size: 13px;">.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , "verdana" , "tahoma"; font-size: 13px;"><br /></span>
<strong style="background-color: white; color: #003399;">Teve alguma crise com os 60 anos?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Não, bateu crise aos 40. Achava que já era, que minha carreira estava uma porcaria. Tinha feito dois especiais na Globo que não tinham </span><span style="font-family: inherit;">ido ao ar, <i>Anarquistas Graças a Deus </i>e <i>Rabo de Saia</i>. Quando estrearam, me botaram no alto. Aí veio <i>Um Sonho a Mais</i>, dois filmes,<i>Ópera do alandro</i> e <i>Palomera</i>, e outro especial, <i>Memórias de um Gigolô</i>, com a Bruna Lombardi e o Lauro Corona. Nisso estava ensaiando <i>Irma Vap</i>, depois veio a <i>TV Pirata</i>, o Barbosa, o Vlad (<i>da novela </i>Vamp<i>, de 1991</i>) e a coisa foi.</span><br />
<br />
<strong style="background-color: white; color: #333333;"><span style="color: #003399;">Nunca mais reclamou?</span></strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Não, e fico contente que minha mãe tenha visto o filho fazer sucesso antes de morrer (<i>em 1993</i>). Tinha uma ligação muito forte com ela. Minha mãe foi <i>girl</i> (<i>corista</i>), trabalhou com Grande Otelo. Meu pai foi crooner. Para eles foi um desespero o filho ser ator, mas acho que sou bem-sucedido, porque também não sou um ator busto.</span><br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<strong style="color: #003399; font-family: inherit;">Ator busto?</strong></div>
<span style="font-family: inherit;">Sabe aquela coisa de virar busto? O sujeito que se acha muito importante e fica assim, parado (<i>faz pose de estátua</i>). Não sou isso. </span><span style="font-family: inherit;">Sei que vão chegar outros papéis. Fiz os personagens jovens de </span><br />
<span style="font-family: inherit;">Nelson Rodrigues, Shakespeare, e agora vou fazer os avós. Depois </span><span style="font-family: inherit;">faço o tataravô também.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ1ov0arEUm4WWTevRg24StGwpX5FDlMXOUFmMr39fNywL4Fpw9UqnwgkLygvYCxoyDta8MM2oiA2xXPQlGRH9SuKwf9DD_A5JDqa1-1CW2jatFBXG1x7uVvBLCreTEjRz1hnLtZcwbmA/s1600/Ney+latorraca+nu.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ1ov0arEUm4WWTevRg24StGwpX5FDlMXOUFmMr39fNywL4Fpw9UqnwgkLygvYCxoyDta8MM2oiA2xXPQlGRH9SuKwf9DD_A5JDqa1-1CW2jatFBXG1x7uVvBLCreTEjRz1hnLtZcwbmA/s200/Ney+latorraca+nu.jpg" width="154" /></a></div>
<strong style="color: #003399; font-family: inherit;">Mas você já admitiu que adorava ser estrela.</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Isso é frase de efeito para aparecer. É como a história de posar pelado. Fiz isso em 1974, para a revista <i>Sétimo Céu</i>. O título era: “O que a Vera Fischer tem que eu não tenho?”. Uma bobagem, parecia uma lagartixa, mas chamei atenção. Era tudo insegurança.</span><br />
<strong style="background-color: white; color: #003399;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></strong>
<strong style="background-color: white; color: #003399;"><span style="font-family: inherit;">Pensou em ser cantor?</span></strong><br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Queria dar continuidade ao que meus pais faziam. Formei o conjunto Eldorado, era o dono e cantava. Inclusive um dos garotos que botei </span><span style="font-family: inherit;">no grupo, o Sion (</span><i style="font-family: inherit;">Roberto Sion</i><span style="font-family: inherit;">), virou maestro e arranjador da Elis Regina. Na verdade eu só cantava e dava pinta ali, até que soube de uma peça que precisava de um ator que cantasse. Fiz o teste e en</span><span style="font-family: inherit;">trei no elenco de</span><span style="font-family: inherit;"> </span><i style="font-family: inherit;">Pluft o Fantasminha</i><span style="font-family: inherit;">, em 1964. Aí vi que seria interessante fazer teatro, seria um cantor que representava, e a mú</span><span style="font-family: inherit;">sica começou a sair de cena.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<strong style="color: #003399;">Gosta de cantar?</strong></div>
<span style="font-family: inherit;">Todo lugar que vou eu canto. Quando vejo que uma entrevista na tevê não está rendendo, começo a cantar. Aí canto a música inteira e acabou a matéria. Geralmente canto “Gota d'água” (<i>de Chico Buarque</i>), é o meu forte. Numa festa também sou sempre convidado para ser a atração, o que vai fazer as gracinhas. Mas agora faço menos.</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Por quê?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Antigamente eu chamava atenção por ir muito. Agora chamo por quase não aparecer, aí fica aquele burburinho quando chego. Fico quieto mas começam a me provocar, me enchem até eu sapatear, plantar bananeira, cantar, fazer todos os números. Mas com a violência não tenho saído muito. Ano passado, o aniversário da Luana Piovani tinha um mapa para ir. Não vou mais em festa que tem mapa, não dá mais.</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Ficou mais caseiro?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Fico em casa com uma bermuda velha, vendo tevê. Vejo desde documentário de passarinho com a mãe até propaganda de anel </span><span style="font-family: inherit;">vendido em 500 vezes.</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Fica mais com amigos ou sozinho?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Estou sempre com amigos, Aracy Balabanian, Nanini, Bruna Lombardi, a Lomba... Viajei com o Miguel Falabella agora no Réveillon para Paris. Uma vez estava em Nova York e a Maria Padilha me disse que o Miguel estava lá. Ele me chamou para jogar buraco e ficamos 12 dias jogando, no final falávamos: “pega esse morto logo, desgraçado”. Isso foi em 2000 e dali surgiu a peça <i>Capitanias Hereditárias </i>(<i>de 2002</i>).</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Está solteiro?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Solteiríssimo. Sou um bom partido, mas não me interessa mais falar </span><span style="font-family: inherit;">de vida pessoal.</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Você já disse que teve relações sexuais mas nenhuma marcante.</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Foi uma fase que passou.</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Como é sua rotina no momento?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Fico totalmente tenso. Tomo banho com medo de cair, passo o texto no banheiro, no almoço, dormindo. Aí pulo da cama, vou até o escritório, anoto um negócio, coisa de maluco. E rezo muito, tenho o meu kit-fé. Nossa Senhora Aparecida, Santo Antônio, Buda, alho, tudo junto, é um pacote. O Nanini não faz nada disso, diz que me tendo ao lado já basta, sou quase um patuá.</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Que outra mania tem?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Gosto de tudo o mais próximo possível. Tenho uma geladeira no quarto e outra no banheiro. Também adoro despachar no escritório. Pago todas as contas com antecedência. Administro tudo, nada meu foi terceirizado. Não estou em Hollywood, né?</span><br />
<br />
<strong style="color: #003399;">Ainda pensa em ter um filho?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Se acontecer, vai ser bom. Fiz um testamento há três anos e, se </span><span style="font-family: inherit;">tiver um filho, 50% do que tenho será dele. Os outros 50% são da </span><span style="font-family: inherit;">ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), Gappa (Grupo de Apoio à Prevenção à Aids) de Santos, de uma entidade </span><span style="font-family: inherit;">de combate à hanseníase e do Retiro dos Artistas. Se não tiver </span><span style="font-family: inherit;">filhos, vai tudo para as instituições.</span><br />
<strong style="background-color: white; color: #003399; font-family: inherit;"><br /></strong>
<strong style="background-color: white; color: #003399; font-family: inherit;">Colabora sempre com essas instituições?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Sempre. Hoje estou mais preocupado com isso do que com o </span><span style="font-family: inherit;">trabalho. Só dar entrevista, receber aplauso, não tem graça. O </span><span style="font-family: inherit;">ego já está bem alimentado.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj38N8vm54gNVt2KiZScnt6L5t8ZilqxPjsOSQzS61KmFlFnWzQGmv_y1XlcPAKffyEzFDGdG6gdlW8v93Q5S_8Oy7wdb36Lwm5MFK4XqL0GBLVrj0bs2WsbaotHxxOH7egvHxLxkJswx8/s1600/Irma+Vap.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj38N8vm54gNVt2KiZScnt6L5t8ZilqxPjsOSQzS61KmFlFnWzQGmv_y1XlcPAKffyEzFDGdG6gdlW8v93Q5S_8Oy7wdb36Lwm5MFK4XqL0GBLVrj0bs2WsbaotHxxOH7egvHxLxkJswx8/s400/Irma+Vap.jpg" width="400" /></a></div>
<strong style="background-color: white; color: #003399;"><span style="font-family: inherit;">Qual a sensação de voltar a fazer<i> Irma Vap</i>?</span></strong><br />
<span style="background-color: white; color: #333333;">Daqui a um ano completam 20 anos que a gente começou a fazer. É muito forte. Pensamos que seria uma peça normal, que ficaria de três a oito meses em cartaz. Ficamos 11 anos, e agora veio essa idéia de transformar em cinema.</span><br />
<span style="color: #003399;"><b><br /></b></span><strong style="background-color: white; color: #003399;">Topou de imediato fazer o filme?</strong><span style="color: #003399;"><b><br /></b></span><span style="font-family: inherit;">Pensei que fosse brincadeira, era uma coisa tão longe. Mas em 2001 a Carla (<i>Camuratti</i>) nos procurou dizendo que estava com os direitos para o cinema. Eu e o Nanini queríamos nos encontrar de novo. Quero sempre trabalhar com um ator que tenha o mesmo respeito pelo teatro que eu. Você só consegue brilhar se tem uma pessoa que olhe no teu olho. Não basta fazer a parte dele. No teatro chegávamos oito horas antes para passar a peça inteira, isso manteve o sucesso.</span><br />
<br />
<strong style="background-color: white; color: #003399;">Como é a relação com o Nanini?</strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Hoje é a minha relação mais forte. Foi a pessoa com quem fiquei mais tempo. Tenho 40 anos de carreira, trabalhei com o Nanini um terço disso. Antes da peça tínhamos acabado de fazer a novela <i>Um Sonho a Mais</i>, em 1984. A gente se conhece muito bem, um sabe quando o outro tá com dor de dente. Um diz: “Segura a peça pra mim hoje que não estou bem”, e o outro faz, sem o público perceber.</span><br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #003399; font-weight: bold;">Nunca brigaram?</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Claro, mas era coisa normal de uma dupla. Sempre tive mania de sair, de largar o projeto. Quando estava no auge, lotando todo dia, eu falava: “Não quero fazer mais”, mas era só uma frase para enlouquecer o Nanini. Fiz isso 5 mil vezes. No fim ele nem ligava mais, mas no começo acreditava, ficava irado. Só queria atenção, coisa de filho único.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span><strong style="background-color: white; color: #333333;"><span style="color: #003399;">Nanini é mais discreto, você é mais extrovertido. Isso não atrapalhou?</span></strong><br />
<span style="font-family: inherit;">Quando começamos <i>Irma Vap</i>, os colegas apostavam quanto tempo ia durar. Quem apostou mais foi a Yoná Magalhães, que disse um mês. Temos temperamentos diferentes, mas muito fortes, por isso fizemos sucesso. Somos tensos, eu principalmente, duas úlceras, diverticulite. Chego mais cedo no teatro, fico na porta, falo com o pipoqueiro, com o pessoal da fila. No cinema não vai dar, mas de repente vou pra porta também, depois às locadoras quando sair o DVD, bem neurótico.</span>Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-59822124215845453162017-02-28T15:31:00.002-08:002017-04-06T16:31:51.177-07:00SILVIO SANTOS VEM AÍ<div style="background-color: white;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidsInapuoG-dYI155pP4egK4-sDACJvmnFzqjwUGdx86fITDbtpLWAONilDabzVKK5h1oPImHU0mZpimeg0Hmt5VuTaSyv73cxZwqJK09vSjZMLN5Lxwr20E9gK9K0fTIrFqfs9vlayWI/s1600/Silvio+Santos+Tradi%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidsInapuoG-dYI155pP4egK4-sDACJvmnFzqjwUGdx86fITDbtpLWAONilDabzVKK5h1oPImHU0mZpimeg0Hmt5VuTaSyv73cxZwqJK09vSjZMLN5Lxwr20E9gK9K0fTIrFqfs9vlayWI/s400/Silvio+Santos+Tradi%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></div>
Foram seis carnavais, de 2000 a 2005, seis anos de um esquema insano de trabalho, do começo ao fim nos dois dias de desfile, indo dormir lá pelas sete, oito da manhã e acordando, no máximo, às duas da tarde, pra varar a madrugada num fechamento tocado por São Paulo. Desse tempo ficou o que se pode chamar, talvez, de um trauma, o fim da mais ínfima necessidade, pra todo o sempre, de passar perto do Sambódromo durante o carnaval. Mas ficou também, é preciso reconhecer, a sensação de ter visto o suficiente de algo que é obrigatório, ao menos uma vez, presenciar, porque a credencial era de trânsito livre, só não valia pra passarela propriamente dita, e com ela pode-se sentir de perto, na concentração, o esquenta e a entrada da bateria, de todas elas em seis anos.<br />
<br />
<i>Entre notinhas de fofocas, na mesmice da empolgação do início e da certeza do título ao fim, a matéria abaixo foi o que de mais substancial pode-se extrair do trabalho de escravo deste repórter nada carnavalesco nos dias de folia.</i><br />
<br />
<b>Revista Istoé Gente, edição 83, de 5 de março de 2001</b><br />
<b><br /></b>
<b>“Não preciso de escada, sou garotão”.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">A rotina foi quebrada no barracão da escola Tradição, na zona portuária do Rio, na noite de sábado 24. De um Passat cinza, desembarcou ali às 23h o empresário <b>Silvio Santos</b>. Com motorista e seguranças, foi conhecer o carro abre-alas em que desfilaria no domingo 25, na Marquês de Sapucaí, pela escola que o escolheu como enredo.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Vinte minutos bastaram para que se emocionasse. “Não mereço tudo isso”, disse para o carnavalesco Orlando Júnior. As arquibancadas e camarotes do sambódromo provaram o contrário. Do alto do carro alegórico “O Homem do Baú”, o apresentador deu seu show particular, transformando as arquibancadas num gigantesco auditório.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">O domingo foi duplamente inédito. O dono do SBT jamais havia subido num carro alegórico. E nunca fizera seu programa, com colegas de trabalho, ao vivo pela Rede Globo. Com o samba na ponta da língua, parecia estar na tevê. Distribuiu sorrisos e acenou para 80 mil pessoas em 80 minutos de desfile.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">A chegada de Silvio foi tumultuada devido ao assédio da imprensa e do público. Cerca de 30 seguranças conduziram-no do Passat cinza com que chegou à avenida até o Juizado de Menores, perto da concentração das escolas, onde esperou pelo início do desfile.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5sPnk3IaWBYpbduouvawpPg8nlIVQkmRnDuCqCh17VS_AnJCdcq8mAliUUrk9SW47FxmmEr9zA3YvNsrNmPt74K1pPX9EwZpHtS9QsID5gzbCQkyMId9jAsncq9ItbyKTHvLx6dg9ZqU/s1600/Gugu%252C+Hebe+e+Silvio+Santos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5sPnk3IaWBYpbduouvawpPg8nlIVQkmRnDuCqCh17VS_AnJCdcq8mAliUUrk9SW47FxmmEr9zA3YvNsrNmPt74K1pPX9EwZpHtS9QsID5gzbCQkyMId9jAsncq9ItbyKTHvLx6dg9ZqU/s1600/Gugu%252C+Hebe+e+Silvio+Santos.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;">Lá, posou para dois fotógrafos, ao lado de Hebe Camargo e Gugu Liberato, também destaques na Tradição. “Agora estou entregue a vocês. Façam o que quiserem”, disse o apresentador a uma diretora da Tradição. Levado para a concentração, Silvio não esperou pela escada para subir no carro. “Não preciso de escada, sou garotão”, disse.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Foi numa conversa em julho do ano passado que Silvio Santos e o presidente da Tradição, Nésio Nascimento, selaram uma parceria que começou a se formar há quatro anos. Escolhido para ser homenageado, Silvio ouviu Nésio pedir sugestões para o desfile.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">A resposta mostrou que agradá-lo não seria difícil. “Cada um sabe fazer bem o seu papel. Façam o desfile que eu faço meus programas.” Desde a escolha do samba, em outubro, a Tradição ganhou inserções diárias de 2 minutos e 35 segundos. Nos meses que antecederam o Carnaval, foram dez inserções diárias durante a semana e 20 aos domingos. Os integrantes da escola estiveram em todos os programas de auditório do SBT, que bancou passagens e hospedagem para 30 componentes.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYiM3IbTljrozGk4BmGoofdoQkDXC-L0j3iTHDicfFZ1tv-yyYGYAJP6hHfGycJPq3Um_-MntROzU1fILBcn0BkEdGSXIdr5yDpwlb9C0XbRiR3IreOnavEHKRRNpRrX811D94BbWCu60/s1600/ratinho+carnaval.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYiM3IbTljrozGk4BmGoofdoQkDXC-L0j3iTHDicfFZ1tv-yyYGYAJP6hHfGycJPq3Um_-MntROzU1fILBcn0BkEdGSXIdr5yDpwlb9C0XbRiR3IreOnavEHKRRNpRrX811D94BbWCu60/s1600/ratinho+carnaval.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;">Silvio foi fundamental para reunir seus colegas de trabalho para o desfile. De Gugu Liberato a Hebe Camargo, passando por Ratinho, Babi e Carla Perez, todos desfilaram. “Fui convidada pelo Silvio, através do Gugu, e não poderia faltar a essa homenagem”, disse Hebe, fantasiada de colombina estilizada. Carlos Massa, o Ratinho, estava agitado e confessou que quase desistiu de subir no carro alegórico. “Me caguei de medo de subir ali”, disse.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Gugu presenteou Silvio com o figurino que o empresário desfilou: um terno de shantung Dior prata fosco – tecido que custa R$ 300 o metro –, desenhado pela figurinista particular de Gugu, Márcia Maia. Foi com ele que Silvio brilhou no carnaval transmitido com exclusividade pela emissora de Roberto Marinho. “Já estava em tempo essa homenagem ao Silvio”, disse o apresentador do Domingo Legal.</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-65233644155093325622017-01-27T04:54:00.001-08:002017-04-10T11:20:04.731-07:00HELENINHA<br />
Este blog está perto de fim. Será dado como encerrado no próximo dia 15 de abril, quando completará, exatos, dez anos. A ideia é que ele continue a existir como uma obra fechada, uma espécie de currículo virtual, mas com registros somente da produção impressa deste discreto repórter, também editor. Até o fim serão mais quatro textos, um em cada mês, dois em abril, além deste que não poderia ficar de fora do <b><i>Relatos</i></b>, muito mais pelo gabarito da personagem do que por qualquer mérito jornalístico da matéria aí embaixo.<br />
<b><br /></b>
<b>Revista Istoé Gente, edição 282, de 10 de janeiro de 2005</b><br />
<b><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #333333;"><b>“Comecei a ficar triste quando cheguei em casa. Me deu uma depressão, um vazio dentro de mim. A Nazaré me pegou”.</b></span><br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNiOAKQTjRf2QlwnKLBDFzToH9fuMWOpN4fhNDwZJtLk_wTMHTnnBXVsi9tYbRn4KG5YWZkEbZHT-Zrg4sGe1ECgiSX2QaAl3v1k3FJTSm7gleZ50ZgvwoACJh9FkKMClgDLKGMGeoxq8/s1600/renata-sorrah-em-cena-como-heleninha-roitman-em-vale-tudo-original.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNiOAKQTjRf2QlwnKLBDFzToH9fuMWOpN4fhNDwZJtLk_wTMHTnnBXVsi9tYbRn4KG5YWZkEbZHT-Zrg4sGe1ECgiSX2QaAl3v1k3FJTSm7gleZ50ZgvwoACJh9FkKMClgDLKGMGeoxq8/s400/renata-sorrah-em-cena-como-heleninha-roitman-em-vale-tudo-original.jpeg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;">Sempre que foi questionada sobre o papel de maior repercussão ao longo de seus 37 anos de carreira, Renata Sorrah respondeu de imediato: Heleninha Roitman, a alcoólatra da novela <i>Vale Tudo</i> (1988) que até hoje é lembrada por fãs da atriz. Nos últimos meses, a convicção que sobreviveu a trabalhos memoráveis, como a destemida Pilar Batista de <i>Pedra sobre Pedra</i> (1992) e a cafetina Zenilda de<i> A Indomada</i> (1997), virou dúvida. Culpa da Nazaré de <i>Senhora do Destino</i>. Em sua primeira vilã na televisão, a atriz de 57 anos é a grande razão para assistir à novela que, com média de 58 pontos no Ibope, é a trama das oito de maior audiência desde <i>O Rei do Gado</i>, de 1996. A personagem fez sua intérprete mudar uma resposta que havia 16 anos era a mesma. “A Nazaré hoje está batendo com a Heleninha em popularidade, e acho que é capaz de passar”, afirma a atriz.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">No fim de novembro, Renata teve uma prova do quanto a ex-prostituta que roubou a filha de outra mulher, matou o marido e assassinou uma antiga colega tem mexido com ela. Até então, a atriz nunca sentira qualquer carga emocional depois do trabalho. Chegava em casa e relaxava, por mais forte que tivesse sido a cena. Foi assim, por exemplo, quando fez no teatro, também em 2004, <i>Medéia</i>, que mata os próprios filhos. Mas, depois de gravar o diálogo em que sua personagem conta para Isabel, vivida por Carolina Dieckmann, que ela não era sua filha, a situação foi diferente. “Comecei a ficar triste quando cheguei em casa. Me deu uma depressão, um vazio dentro de mim. A Nazaré me pegou”, conta.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">A personagem também modificou a rotina da atriz. Desde que começou a gravar <i>Senhora do Destino</i>, Renata nunca mais conseguiu andar diariamente ou fazer ginástica cinco vezes por semana. Quando tem uma brecha no horário, dá um rápido mergulho na piscina de sua casa, no Jardim Botânico, zona sul do Rio, ou tenta fazer exercícios, também em casa. A maior parte de seu tempo livre, porém, é dedicada aos estudos. Nos dias em que não grava, ela tira três horas da manhã e outras três da tarde para decorar textos e analisar as cenas seguintes. À noite, volta a estudar por uma hora antes de dormir. “Há muito tempo não me lembro de me envolver tanto numa novela”, diz a atriz. O resultado da dedicação é atestado pelo diretor da trama. “Conseguir empatia com o público interpretando uma vilã é coisa rara. Tenho certeza de que a Nazaré não seria esse sucesso todo se caísse em mãos mais convencionais do que as de Renata”, analisa Wolf Maya.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Em meio a tanto esforço, Renata Leonardo Pereira Sochaczewiski (o sobrenome é polonês) só não abre mão de um cinema, um teatro, ou uma saída com a filha, Mariana, 23, para espairecer. Também faz massagens de vez em quando, tudo para manter o equilíbrio emocional. “Tenho que ter força física e mental para agüentar até o fim da novela”, diz ela. Outro truque é nem sequer pensar em Vilma Martins, a mulher que está presa desde o ano passado por ter seqüestrado, em 1986, o menino Pedro Rosalino Braule Pinto, que acabara de nascer numa maternidade de Brasília. “Acompanhei a história na época e fiquei revoltada. Hoje procuro não pensar um minuto nessa pessoa. Não vejo entrevista, não penso nela, nada. Não é um astral que me ajuda”, explica.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">O que tem auxiliado a atriz são as conversas freqüentes com as colegas de seu núcleo na novela, formado por Carolina Dieckmann, Leandra Leal e Malu Valle, além de Flávio Migliaccio e Thiago Fragoso. “Em novela, é importante a pessoa com quem você vai contracenar. Se não houver entrosamento, são nove meses de sofrimento. Não conhecia a Renata, mas estava a fim de trabalhar com ela. Achava que seria legal, e foi”, conta Leandra. A relação com Carolina também é boa e inclui telefonemas freqüentes entre as duas, sempre com comentários sobre a novela ou sugestões para melhorar a atuação de ambas. “A Carolina é muito inteligente, tem uma perspicácia de atriz, sabe detectar o que é preciso para melhorar as cenas”, diz.</span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzIbnQboLxi-o85uq0HzGK4OreQ1HAxFRb0qyasKndXyRGTSaAgcIGLttsZX9GGXjaNmGeR4f90UPuEWvW03qvoYsdgS5JqeQ7w5oi7O7xS8QqN-LxXnX4r4_1DQsamPJENSBwI8_Db6c/s1600/renata_sorrah_01.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzIbnQboLxi-o85uq0HzGK4OreQ1HAxFRb0qyasKndXyRGTSaAgcIGLttsZX9GGXjaNmGeR4f90UPuEWvW03qvoYsdgS5JqeQ7w5oi7O7xS8QqN-LxXnX4r4_1DQsamPJENSBwI8_Db6c/s400/renata_sorrah_01.jpg" width="265" /></a><span style="font-family: inherit;">Com Suzana Vieira, sua antagonista na trama, a atriz garante que também tem uma ótima relação, apesar de terem surgido notícias dando conta de que as duas estrelas da novela de Aguinaldo Silva têm se desentendido. “Não sei se, porque as personagens são inimigas, ficaram achando que nós também somos, mas não existe nada. Eu e Suzana trabalhamos juntas, somos companheiras. Ela é uma pessoa generosa, amiga e segura”, afirma Renata.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Além da Nazaré de <i>Senhora do Destino</i>, Renata brilhou nos palcos </span><span style="background-color: transparent; font-family: inherit;">em 2004. Foi sucesso de público e crítica ao encenar no Rio </span><i style="background-color: transparent; font-family: inherit;">Medéia</i><span style="background-color: transparent; font-family: inherit;">, tragédia grega de Eurípides que, inclusive, a ajudou a compor a vilã da novela das oito. “Se estou fazendo legal a Nazaré, é porque vim toda preparada da Medéia”, afirma.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;">Se o ano foi bom profissionalmente, no restante também foi ótimo, por um motivo muito simples: a atriz não separa vida pessoal e profissional. Para ela, é tudo a mesma coisa. “O trabalho faz parte da minha vida de maneira tão intensa que tudo fica interligado”, afirma. Depois de três casamentos, com os atores Carlos Vereza e Marcos Paulo, pai de Mariana, e com o autor Euclydes Marinho, Renata está solteira. E sem sentir necessidade de um casamento. “Claro que tenho uns afetos, meus amores e tudo, mas, de ficar junto assim, casada, não estou sentindo falta. Às vezes você está casada e não está feliz. Eu estou feliz, todos os setores estão preenchidos”, diz. Para recarregar as baterias e agradecer o bom ano que passou, Renata comemorou o Réveillon no litoral alagoano. “Precisava mergulhar na água salgada para me revigorar”, afirma a atriz, que, em 2005, pretende levar <i>Medéia</i> para São Paulo e ainda montar <i>Álbum de Família</i>, de Nelson Rodrigues.</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-40620635596074091762016-12-23T10:36:00.001-08:002017-04-06T16:32:17.078-07:00ZÉ RAMALHO<div style="background-color: white;">
<span style="color: #333333;">A primeira entrevista com o sujeito tinha sido há cinco anos e tinha rendido não só o primeiro CD da vida do repórter, atrasado por demais nas questões tecnológicas, como a primeira viagem de avião, na primeira matéria apurada fora dos limites do estado do Rio de Janeiro, <a href="http://orlandolele.blogspot.com.br/2007/11/forrvirio.html">já registrada aqui</a> nestes <b><i>Relatos</i></b>. O CD, aliás, era ótimo, mas a entrevista, no play do prédio onde ele morava, no Rio mesmo, foi curta, só pra preencher um box dentro da matéria sobre o São João de Campina Grande (PB), condição da gravadora pra bancar a viagem. Já a segunda entrevista, essa aí embaixo, no escritório da gravadora, no Rio também, foi bem mais longa.</span><br />
<span style="color: #333333;"><br /></span>
<span style="color: #333333;"><b>Revista Istoé Gente, edição 144, de 6 de maio de 2002</b></span><br />
<span style="color: #333333;"><b><br /></b></span>
<b><span style="color: #333333;">"</span><span style="color: #333333;">Uma substância como o THC te coloca numa espécie de mixagem, onde você consegue discernir as coisas com calma e sem estresse. No processo criativo, o difícil é ter uma fagulha para começar por algum lugar. Você fumando uma coisa vai ter mais calma pra escolher. Claro que cada cabeça é um mundo, mas comigo funciona assim".</span></b><br />
<span style="color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #333333;">Aos 52 anos de idade e 27 de carreira, o cantor e compositor Zé Ramalho encarna como poucos a decantada capacidade de sobrevivência do povo nordestino. Nascido em Brejo da Cruz, sertão da Paraíba, ele foi tentar a sorte no Rio de Janeiro nos anos 70, sem ter onde morar. Dormiu na rua durante um ano, chegou ao sucesso logo no primeiro disco, mas também conheceu o outro lado da fama. Derrubado pela cocaína, caiu no ostracismo até provar que é, antes de tudo, um forte. Lançando novo disco pela BMG, </span><i style="color: #333333;">O Gosto da Criação</i><span style="color: #333333;">, só de músicas inéditas, fato raro no mercado fonográfico, o compositor dá prosseguimento à recuperação consolidada em 1997, com o sucesso de </span><i style="color: #333333;">Antologia</i><span style="color: #333333;">, que celebrou os 20 anos de carreira. Três casamentos – atualmente divide o teto com a economista Roberta –, e pai de seis filhos (entre 6 e 27 anos), Zé Ramalho é hoje um sujeito preocupado com as “irresponsabilidades dos filhos”.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #333333;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid_t9q7m-dXNyIgrWXDYNFIqTFGEuYfAnS3RLclfBcKZ8k8HCUhyphenhyphen7O0TSnwc-3eOyWadYbTidSYHIyILHsNdYXH6cXh2BQ97H5eR6NoNTFgcFHe_bqBZvsyClIchQLPBGZKBcJAfDT1PI/s1600/Z%25C3%25A9+Ramalho+primeiro+disco.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid_t9q7m-dXNyIgrWXDYNFIqTFGEuYfAnS3RLclfBcKZ8k8HCUhyphenhyphen7O0TSnwc-3eOyWadYbTidSYHIyILHsNdYXH6cXh2BQ97H5eR6NoNTFgcFHe_bqBZvsyClIchQLPBGZKBcJAfDT1PI/s320/Z%25C3%25A9+Ramalho+primeiro+disco.jpg" width="320" /></a></div>
<b style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="color: #003399;">Por que lançar um disco só de músicas inéditas?</span></b><br />
<span style="font-family: inherit;">Meu disco de estréia, em 1977, tinha “Chão de Giz”, “Avohai” e “Vila do Sossego”, que viraram sucessos. Quando começo uma carreira assim, tenho que respeitar esse compromisso com a força da criação. Hoje tudo é mais fácil quando você regrava músicas conhecidas. As gravadoras torcem o rosto para um disco de inéditas, mas sabem que há uma geração de compositores que tem de ser respeitada.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399; font-weight: bold;">Hoje é mais difícil trabalhar?</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;">O sistema está muito mais selvagem. Nos anos 70, havia uma carência de autores na música brasileira. Hoje é essa profusão de jogadas, de gente que vira artista da noite para o dia. O sujeito entra numa <i>Casa dos Artistas</i> e depois de 15 dias sai um artista, com disco, fã-clube.</span><br />
<b style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="color: #003399;"><br /></span></b>
<b style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="color: #003399;">Acha que se adaptaria se começasse hoje?</span></b><br />
<span style="font-family: inherit;">Não teria chances hoje, que se exige um padrão de beleza. Você tem que ter corpo bonito, não pode ter barriguinha. Nem eu, nem Fagner, Alceu, teríamos chance, porque somos os antigalãs. O formato da gente é o de compositor nordestino. Se chegássemos hoje, íriamos disputar o espaço com um monte de bonitões aí, que fazem três acordes e impressionam.</span><br />
<b style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="color: #003399;"><br /></span></b>
<b style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="color: #003399;">Como se mantém ativo?</span></b><br />
<span style="color: #333333; font-family: inherit;">Procuro ver como passar com meu trabalho diante desses fenômenos. Nesses 27 anos, vi aparecer e desaparecer muitos artistas. Surge o Tiririca com a tal da </span><i style="color: #333333; font-family: inherit;">Clementina</i><span style="color: #333333; font-family: inherit;">, e no outro ano some. Todo mundo quer ter seus 15 minutos de fama, não importa como. As mulheres cada vez mais siliconadas, os homens querem ser altos, têm de usar salto alto se são baixos, botar bunda de borracha atrás se não estão bem equipados. São os recursos que as pessoas usam pra chegar onde querem. Se me revoltar com isso, terei mais dificuldades ainda.</span><br />
<span style="color: #333333; font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhca5M-hUW-YT2iMHFEkw2RxY9JBRyqrE4NkyHnINxmRma83lsFJICyh1b9lDzYpJn7NQO1ndjC22jQoZVSbwlRTIhvvnNvEQ3soQC9KuxtDKKHCByxmkS7rtx96YXN-ypZzeaWd4P1J5Y/s1600/Z%25C3%25A9+Ramalho+abre.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhca5M-hUW-YT2iMHFEkw2RxY9JBRyqrE4NkyHnINxmRma83lsFJICyh1b9lDzYpJn7NQO1ndjC22jQoZVSbwlRTIhvvnNvEQ3soQC9KuxtDKKHCByxmkS7rtx96YXN-ypZzeaWd4P1J5Y/s1600/Z%25C3%25A9+Ramalho+abre.jpg" /></a></div>
<b style="color: #333333; font-family: inherit;"><span style="color: #003399;">É verdade que você foi garoto de aluguel?</span></b><br />
<span style="color: #333333; font-family: inherit;">Isso foi na época da ditadura. Os militares estavam atrás dos comunistas e não perturbavam os hippies que queimavam fumo no Pier de Ipanema. Chegamos ao Rio, um bando de cabeludos jagunços do Nordeste metidos a hippie. E, nessa história de queimar fumo, pra conhecer as pessoas, viramos ratos de shows. Havia as groupies, garotas que iam ao show a fim de transar com o artista, ou com os músicos do artista, ou com qualquer aficionado. Nessa seqüência você acaba sorteado. No outro dia dormia num quarto de motel, elas tinham pena da gente e davam um troco pra refeição.</span><br />
<div style="color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #003399;">O que mais fez para se virar no Rio?</span></b><br />Já empurrei cadeira de aleijado, bati santinhos em gráfica, mais de mil por dia, e achava divertido, sabia que era passageiro. Dormi na rua o ano de 1976 inteiro. Muitas vezes em frente ao Copacabana Palace. Naquela época dava para dormir ali sem ninguém te assaltar. Os policiais te acordavam. Aí mostrava a identidade e dizia “sou do Nordeste, vim tentar a sorte como artista”. O camarada te olhava e dizia “cuidado, hein, pau-de-arara”, e te deixava.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #003399;">Está rico hoje? </span></b><br />Tenho um apartamento no Leblon (<i>zona sul do Rio</i>) e uma casa na praia lá no Nordeste, pra passar férias. Já é o suficiente, e tenho que ter dinheiro pra bancar irresponsabilidade dos filhos, que começam a fazer netos aí.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #003399;">Já é avô?</span></b><br />Tenho dois netos, e sobra pra quem? Pro avô. Disse para o meu filho (<i>João, 22, pai de Joana, de 3 meses. A outra neta é Esther, 3, filha de Maria Maria</i>) que hoje, quando se fala abertamente de sexo, não admito você chegar e dizer que engravidou uma menina por acidente. Não quero ouvir nada disso, porque quando tinha a idade dele fiz tudo o que ele faz hoje e não emprenhei ninguém. Meus filhos são todos feitos de casamentos. Acho que sexo é uma coisa normal. Não é normal você engravidar com 16 anos. Quer ter filho, deixa pra depois dos 30.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #003399;">Mas não fica o orgulho de avô?</span></b><br />Fica. Mas família é bom pra tirar foto, depois é só problema. Sou aquele avô que tira a foto com o neto e depois diz “toma, que o filho é teu”. Minha filha mais nova (<i>Linda</i>) tem 6 anos. Até os 50 ouvi choro de criança em casa. Não agüento mais. Neto pra passar fim de semana comigo, nem morto.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399;"><b>Como foi seu envolvimento com cocaína?</b></span><br />Vim morar no Rio em 1984, quando acabou meu segundo casamento (<i>com a cantora Amelinha</i>). Naquela época o Cartel de Cáli espalhou a cocaína pelo Rio. Ia às festas e gostava. Só não esperava que o envolvimento fosse tão grande. Fiquei muito preso a isso, a ponto de a qualidade do meu trabalho começar a decair. Ficava horas sem dormir. As gravadoras perceberam que eu não queria mais gravar programas, na televisão não podia estar muito crispado, com o rosto transfigurado. Isso pesou e me deram um tempo. Concluí o último contrato em 1987 e fiquei quatro anos parado. Ficava em casa cheirando direto, eram horas sem dormir, virava noites bebendo, fumando e ouvindo música. Não fazia mais nada. Para muitas pessoas eu já tinha encerrado a carreira.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #003399;">Como largou a droga?</span></b><br />Cheguei a um ponto que parei e disse “não vim de tão longe pra terminar minha vida desse jeito”. Estava perto do grande abismo, da morte. Podia ter uma síncope cardíaca no meio dessas farras. Continuava a fazer shows, mas eram pelo interior do País, porque estava fora da mídia, sem gravar. Aí vieram duas turnês para os Estados Unidos, em 1990 e 1991. Essas viagens foram importantes porque nesses dois anos comecei a querer desplugar o canal com esse negócio.</span><br />
<b style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399;"><br /></span></b>
<b style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399;">Procurou ajuda?</span></b><br />
<span style="font-family: inherit;">Só você pode te tirar disso, ninguém mais. Você passa por um período doloroso. A abstinência causa uma reação orgânica, aparecem furúnculos na pele. Os anticorpos começam a agir porque o sangue intoxicado de anos não recebe mais a coisa. Fiquei nessa algumas semanas, até que um dia aconteceu de eu acordar sem sentir dores, e pela primeira vez percebi os bem-te-vis do Leblon cantando pela janela. Senti que ali estava resolvida essa história. Nunca mais voltei.</span><br />
<b style="color: #003399; font-family: inherit;"><br /></b>
<b style="color: #003399; font-family: inherit;">E maconha?</b><br />
<span style="font-family: inherit;">Creio que chegará um futuro em que se desvinculará a maconha da palavra drogas. Maconha é uma erva que pode ser administrada facilmente. Amsterdã, com os cafés que vendem normalmente, prova que as pessoas sabem administrar bem isso. Nada ali se degenerou, não houve podridão na sociedade.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #003399;">Você fuma para criar?</span></b><br />Sempre que posso. Você aflora sua espiritualidade. Uma substância como o THC te coloca numa espécie de mixagem, onde você consegue discernir as coisas com calma e sem estresse. No processo criativo, o difícil é ter uma fagulha para começar por algum lugar. Você fumando uma coisa vai ter mais calma pra escolher. Claro que cada cabeça é um mundo, mas comigo funciona assim.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9WOetZvsB3ILzWi6Ca0E5h9Ce5aQLbgE_VFmKsCmO5vhE72yunJcRARo5RjwGeRakUC1DfMg3rvG2JuIm2IYjAWtNZZNmvDj9nX4PCPi0RGzWRC5Q9_rN5kewSZgv_A6m27My3skJ868/s1600/Raul+Seixas+Z%25C3%25A9+Ramalho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9WOetZvsB3ILzWi6Ca0E5h9Ce5aQLbgE_VFmKsCmO5vhE72yunJcRARo5RjwGeRakUC1DfMg3rvG2JuIm2IYjAWtNZZNmvDj9nX4PCPi0RGzWRC5Q9_rN5kewSZgv_A6m27My3skJ868/s400/Raul+Seixas+Z%25C3%25A9+Ramalho.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399;"><b>Ainda está chateado com Paulo Coelho por ele não ter liberado as músicas para o disco em homenagem a Raul Seixas?</b></span><br />É uma coisa definitiva. Pensei que as pessoas fossem coerentes com aquilo que fazem. Você escreve teu livro falando de amor, bem ao próximo, e pratica o quê? Paulo Coelho faz um trabalho público, as pessoas têm uma imagem dele e o que ele pratica é exatamente o contrário. Outra demonstração de mau-caratismo é liberar uma das músicas que fez com o Raul (“Nasci Há 10 Mil Anos...”) pra novela da Globo (Um Anjo Caiu do Céu) e não para o meu disco. Mas o que passou, passou. Já cumpri minha obrigação com meu amigo Raul.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="color: #003399;">Que lembranças guarda do relacionamento com Raul Seixas?</span></b><br />A maior delas foi em 1984. Ele tinha brigado com a Kika (<i>viúva de Raul</i>) e passou um fim de semana lá em casa. Conversamos muito, tocamos e fizemos planos de gravar um disco juntos. Numa das manhãs, ele, que batia no meu ombro, pegou umas roupas minhas, foi na farmácia e comprou um tubo de Reativan, aquela bolinha que você toma e fica acordado direto. Me acordou às 7h e queria brindar o Reativan com cuba libre. Acompanhei, porque na época eu estava pegando uma cor no inferno, como se diz.</span><br />
<b style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399;"><br /></span></b>
<b style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399;">Acha que Raul foi vítima dessas loucuras?</span></b><br />
<span style="font-family: inherit;">É o mergulho intenso na vida, como Janis Joplin, Jimi Hendrix. Muitos fãs exigem que o artista se comporte de uma forma tal, mas ninguém pensa que ele pode ter essa opção, “quero ser um camicase”. É triste para uma avaliação social, mas é um direito do artista, porque todas essas pessoas que tiveram esse final sabiam o que estavam fazendo. Sabiam aonde poderiam chegar, até mesmo no ponto extremo que é o de cruzar essa linha, ir para o outro lado.</span></div>
</div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-66223381653636665582016-11-24T09:11:00.000-08:002017-04-06T16:32:28.678-07:00NEVE<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe0tj4rsswHn5Kk5KeA6iBelxAPXejj8n_Vn8AgVpGYe_oG0ynBOUSEJJu8yp5ev_l9GDKrfVhyphenhyphenqG32nmZu9LVj34K8q3NoyjTsJtSKUWKlnxKFyLh4W7brb81Nyio6SL8E4esT71gAC0/s1600/Vars%25C3%25B3via+est%25C3%25A1dio.jpg" style="background-color: white; color: #888888; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px; text-decoration: none;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5557579616763560050" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhe0tj4rsswHn5Kk5KeA6iBelxAPXejj8n_Vn8AgVpGYe_oG0ynBOUSEJJu8yp5ev_l9GDKrfVhyphenhyphenqG32nmZu9LVj34K8q3NoyjTsJtSKUWKlnxKFyLh4W7brb81Nyio6SL8E4esT71gAC0/s400/Vars%25C3%25B3via+est%25C3%25A1dio.jpg" style="border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; cursor: pointer; float: right; height: 276px; margin: 0px 0px 10px 10px; padding: 5px; position: relative; width: 400px;" /></a><span style="color: #222222; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;">O primeiro contato foi logo depois de acordar, oito e pouco da matina, ao abrir a cortina da janela do hotel. A noite da chegada tinha sido fria, claro, mas nada muito diferente de Gramado, e além disso praticamente não saímos daquele lugar muito bem aquecido, que em cima era restaurante e embaixo, no subsolo, boate, e onde a garçonete era a Natasha Kinski, a atendente do balcão era a Anna Kournikova e na pista de dança evoluíam Ana Paula Arósio e Nicole Kidman, uma sorrindo, os olhos fechados, outra entregue à música, de frente pro espelho, ignorando um idiota em volta.</span><br />
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<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
A cortina do quarto do hotel era grossa, pesada, e assim que foi aberta mostrou aquela imagem inédita, nunca antes vista, um jardim quase todo branco. Mas neve mesmo, daquela que cai em flocos, nos filmes e nas lembrancinhas mais bregas, só veio a aparecer no estádio de futebol fantasma, inaugurado em 1955 para celebrar o décimo aniversário da rendição nazista. Tinha sido erguido em alguma ruína da Segunda Guerra e parecia incrustado no alto de um pequeno monte, como um teatro grego. Mesmo abandonado há mais de vinte anos, mantinha intactos o campo de futebol, com traves e marcações, e boa parte das arquibancadas. Em volta, nas bordas daquele vale, as barracas de camelô ofereciam uma infinidade de produtos, do capacete nazista perfurado a bala ao sobretudo do comandante soviético, da pistola usada, sim, com certeza, no motim do gueto, ao terço benzido por Sua Santidade, o papa. E foi quando eu examinava nas mãos um quepe bege, com a foice e o martelo bem no meio da testa, que começou a nevar. Milhares de flocos do mesmo tamanho, que caíam devagar, como que flutuando, e que voltaram a cair no pátio do palácio presidencial da Polônia, durante a visita do presidente brasileiro, o primeiro da história a aparecer por lá, à frente de uma comitiva enorme de políticos, empresários, convidados de multinacionais e, lógico, jornalistas.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<em>Abaixo, a matéria, típica de revista. As fotos são do André Durão.</em></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<strong>Revista Istoé Gente, edição número 135, de 4 de março de 2002</strong></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<strong>“Ah, nisso eu sou Romário. Quanto a isso não há dúvida”.</strong></div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
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<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYoP8bfvibUijTTYUjDSOlBMsZGdN-V8zqR0iownHHopc3TplLuoH3sR8bf0EvnJIRXdzgbwzIOeq_zkH-cXaNhail3FoLejYFUyG0Feacw7ZbEmHKBRKPvm2e3uxPu-tCfKEr5c4H2OQ/s1600/FHC+e+neta.jpg" style="color: #888888; text-decoration: none;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5557697717059118738" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYoP8bfvibUijTTYUjDSOlBMsZGdN-V8zqR0iownHHopc3TplLuoH3sR8bf0EvnJIRXdzgbwzIOeq_zkH-cXaNhail3FoLejYFUyG0Feacw7ZbEmHKBRKPvm2e3uxPu-tCfKEr5c4H2OQ/s320/FHC+e+neta.jpg" style="border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; cursor: pointer; float: left; height: 270px; margin: 0px 10px 10px 0px; padding: 5px; position: relative; width: 260px;" /></a>Uma menina de 14 anos e um craque de futebol mundialmente conhecido fizeram com que a visita de Fernando Henrique Cardoso à Polônia – a primeira de um presidente brasileiro àquele país – não fosse apenas mais uma série de encontros oficiais, endurecidos pela rigidez dos protocolos diplomáticos. A menina, Júlia Cardoso Zylberstajn, viajava pela primeira vez ao exterior com os avós, o presidente e a primeira-dama, Ruth Cardoso, sem a companhia de outros parentes. Talvez contagiado por sua presença, FHC não escondia o bom humor, que chegou a provocar surpreendentes declarações de apoio a Romário, na luta do atacante para ir à Copa do Mundo de 2002. No primeiro dia em Varsóvia, durante passeio pela Cidade Velha, centro histórico da capital polonesa, o presidente não quis falar sobre a campanha para sua sucessão, mas não resistiu a uma pergunta sobre a convocação, ou não, do craque para a seleção. “Ah, nisso eu sou Romário. Quanto a isso não há dúvida”, afirmou.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
Se o artilheiro vascaíno foi assunto na Polônia sem sair do Rio de Janeiro, Júlia só precisou ir a um evento da programação oficial do presidente em Varsóvia para dar um toque de suavidade à comitiva do avô. Ainda no domingo, durante o concerto no Teatro da Orquestra Sinfônica de Varsóvia – patrocinado pela Brasil Telecom –, ela sentou-se na mesma fila dos avós, do presidente da Polônia, Aleksander Kwasniewski, e da primeira-dama Jolanta Kwasniewska.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJXRwsHrievnMtzfhyphenhyphenzABNr5BZIlZcvpZ7YsvL0tvj_teteAZvdw2r88ZehLrjAajVW_zdU3AwTMHDfMA4qzqmyHjRwjze1v_yYmvE8ziqP1w4Fg20bfihdjfzRea2dnHoRoq5BzDZbnU/s1600/varsovia+concerto.jpg" style="color: #888888; text-decoration: none;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5557698253762897746" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJXRwsHrievnMtzfhyphenhyphenzABNr5BZIlZcvpZ7YsvL0tvj_teteAZvdw2r88ZehLrjAajVW_zdU3AwTMHDfMA4qzqmyHjRwjze1v_yYmvE8ziqP1w4Fg20bfihdjfzRea2dnHoRoq5BzDZbnU/s320/varsovia+concerto.jpg" style="border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; cursor: pointer; float: right; height: 160px; margin: 0px 0px 10px 10px; padding: 5px; position: relative; width: 270px;" /></a>Ao lado de dona Ruth Cardoso, a filha de Beatriz Cardoso e de David Zylberstajn (ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo e ex-genro de FHC) acompanhou a apresentação da Orquestra Sinfônica da Rádio e Televisão Polonesa, que, regida pelo polonês naturalizado brasileiro Henrique Morelembaum, tocou a abertura de O Guarani, de Carlos Gomes, além das Valsas Humorísticas, de Alberto Nepomuceno, e o concerto para piano e orquestra Formas Brasileiras, de Hekel Tavares. No fim do programa tipicamente brasileiro, a menina, que junto com o irmão, Pedro, 9, costumava dormir no quarto dos avós quando visitava o Palácio da Alvorada, não escondeu a empolgação com o encerramento preparado pela produção do concerto. Sutilmente, acompanhou com a cabeça o som dos nove ritmistas de escolas de samba cariocas que, comandados pelo mestre de bateria Jorjão, tocaram Aquarela do Brasil junto com os músicos poloneses.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
O bom humor de Fernando Henrique continuou afiado no segundo dia da viagem, durante a entrevista coletiva realizada após a reunião no Palácio Presidencial, onde os presidentes trataram de assuntos em comum entre os dois países. No discurso antes da entrevista, Fernando Henrique arrancou risos ao dizer que tinha estado na Polônia para aprender. “A primeira coisa que aprendi foi a pronunciar o nome de meu colega, ‘Qua-chi-niévski’”. FHC elogiou a vodka polonesa servida no jantar de domingo, quando foi informado por Kwasniewski de que o Brasil exportava álcool para a Polônia. Na ocasião, o presidente tranqüilizou o colega polonês que, em tom de brincadeira, manifestara a preocupação de que o álcool brasileiro pudesse prejudicar a qualidade da principal bebida da Polônia.</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzZSjLWtk_R4HBDXOFjj9o2rtUuRbap-kZq5eVSM9vtFcf9xjrbAE3Ajk1Oir2PJeXUTDAjiKGAxX_iTluRtNTaGNzvEHvuG4BMIiGezDIZ4nezsvgST0tvlfKoCRQMZCVbtsW5eoEI0/s1600/fhc_varsovia.jpg" style="color: #888888; text-decoration: none;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5557698448476259874" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzZSjLWtk_R4HBDXOFjj9o2rtUuRbap-kZq5eVSM9vtFcf9xjrbAE3Ajk1Oir2PJeXUTDAjiKGAxX_iTluRtNTaGNzvEHvuG4BMIiGezDIZ4nezsvgST0tvlfKoCRQMZCVbtsW5eoEI0/s320/fhc_varsovia.jpg" style="border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; cursor: pointer; float: left; height: 159px; margin: 0px 10px 10px 0px; padding: 5px; position: relative; width: 270px;" /></a>“Disse a ele que, provavelmente, o álcool exportado pelo Brasil só era bebido por automóveis”. Até a última pergunta da entrevista – feita ao presidente polonês a respeito de boatos sobre a possível candidatura da primeira-dama à prefeitura de Varsóvia – gerou brincadeiras de FHC. Depois da resposta do colega, ele pediu a palavra para um último comentário. “É só para dizer que, se ela se candidatar, terá o meu voto.”</div>
<div style="color: #222222; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
Não faltou quem pegasse carona na descontração do presidente para garantir momentos inesquecíveis. Foi o caso de Jorjão e seus ritmistas, que ganharam uma foto ao lado de Fernando Henrique. “Pedi e ele aceitou na hora. Essa foto vai para o currículo”, disse o mestre de bateria da Acadêmicos do Grande Rio.</div>
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Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-86643934723736346652016-11-21T16:29:00.000-08:002017-04-06T16:32:43.951-07:00FLORZINHA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na época da matéria abaixo, Clarissa Garotinho era uma menina de 20 anos que começava a dar os primeiros passos na política, mesmo dizendo que não queria isso. Foi eleita vereadora sete anos depois. Aos 29 foi eleita deputada estadual e aos 33 assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. Vivia-se o auge do poder da família Garotinho no tempo da entrevista, bem diferente dos dias conturbados de hoje, nos quais Clarissa voltou a ficar em evidência por conta de cenas que em nada contribuem com a busca eterna, utópica, por uma sociedade saudável, e que não deveriam ter sido tão difundidas como de fato foram, no show de horrores que a chamada grande mídia, principalmente, ajudou a transformar o País. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Revista Istoé Gente, edição 163, de 16 de setembro de 2002</b></span><br />
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333;">“Se um dia perceber que isso fará parte de um projeto para o bem, aceito, mas por enquanto, não”.</span></span></b><br />
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<div style="background-color: white; color: #333333;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWHlGibIJJTPvVJ8uBmgR8hRII_gZtvjtajoQYAhT-lWm48N5GabRoLeFRQWQ5Hny0Yz6zt-lHCLH8uXIlgSHhYfR09PsNe6OJcwE4NTFHO7bI3IJgkMyBBYa0hyXFoiDPp4Vt2ntaUHQ/s1600/Clarissa+Garotinho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWHlGibIJJTPvVJ8uBmgR8hRII_gZtvjtajoQYAhT-lWm48N5GabRoLeFRQWQ5Hny0Yz6zt-lHCLH8uXIlgSHhYfR09PsNe6OJcwE4NTFHO7bI3IJgkMyBBYa0hyXFoiDPp4Vt2ntaUHQ/s400/Clarissa+Garotinho.jpg" width="263" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">No fim de junho passado, Clarissa Matheus, 20 anos, reuniu-se pela primeira vez com equipes de panfletagem da campanha do pai, Anthony Garotinho, à Presidência. Depois de dar dicas sobre o trabalho a ser feito, foi ovacionada por um coro que a chamava de Florzinha. Referência ao nome da mãe, a candidata ao governo do Rio Rosinha Matheus, o apelido foi apenas uma brincadeira de correligionários, mas a vocação política da mais velha entre os quatro filhos biológicos de Rosinha e Garotinho já é uma realidade. Clarissa acompanha Garotinho nas viagens pelo Brasil, representa a mãe no interior do Rio e, desde a sexta-feira 6, tem uma agenda própria de compromissos eleitorais.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">É dela a responsabilidade de manter a tradição da família apresentando semanalmente um programa de rádio, compromisso que teve início com Garotinho quando este era prefeito de Campos. A tarefa estava a cargo da mãe, que acabou impedida pela Lei Eleitoral. Mesmo substituindo a mãe, Clarissa optou por ficar mais próxima do pai. “Meu pai sempre teve minha mãe do lado. Agora ela não pode acompanhá-lo e estou no lugar dela”, explica. Nada, porém, que provoque ciúmes na candidata a governadora. “Clarissa está despontando como uma liderança jovem. Esperava isso”, diz Rosinha.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O interesse pela política começou cedo. Aos 4 anos, decorava o jingle da campanha do pai, então candidato a deputado estadual, e o repetia nas aulas. “Subia na cadeira e falava para os colegas.” Na Faculdade Cândido Mendes, onde cursou um período de Direito, interrompeu uma palestra para defender Garotinho, durante a crise provocada por denúncias de que o cineasta João Moreira Salles teria auxiliado financeiramente um traficante carioca. As denúncias culminaram com a saída do governo do então coordenador de Segurança Pública Luís Eduardo Soares. “Ele falou mal do meu pai o tempo todo. Me apresentei, pedi a palavra e dei a minha versão dos fatos. Tinha umas 300 pessoas no auditório, que me aplaudiram de pé”, conta, orgulhosa.</span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na aula do curso de Jornalismo da Faculdade Hélio Alonso, um professor criticou o Piscinão de Ramos, menina dos olhos do governo Garotinho. Sem informações suficientes para se defender, Clarissa levantou, junto a assessores do pai, todo material que precisava sobre o projeto. Na semana seguinte, convenceu o professor de que ele estava errado.</span><br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A faculdade está trancada no 5º período por causa da campanha. Há dois meses, terminou um namoro de dois anos, o que só fez aumentar o ciúme de Garotinho. “Quando atendo o celular ele fica logo perguntando quem é. E, quando percebe alguém me olhando nas passeatas, me abraça logo”. A julgar pelos recados apaixonados recebidos por Clarissa, o ciúme do pai é justificável. “Um garoto mandou e-mail para o PSB dizendo que eu era a musa dele. Outro, me escreve de Santa Catarina desde julho, mas isso é onda de campanha. Deve acontecer com filhas de outros candidatos”, despista com modéstia.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Seguir carreira política, porém, ainda está fora dos planos de Clarissa. “Se um dia perceber que isso fará parte de um projeto para o bem, aceito, mas por enquanto, não”, diz ela, que assume ter herdado a determinação do pai e a teimosia da mãe.</span></div>
</div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-75970234450507720732016-11-02T09:19:00.001-07:002017-04-06T16:33:04.056-07:00PRESUNTOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDgirMqFyaFYdasT-dWeEKirnkzix1wlzfuU6DBc2e65cL8PGkE7z-INd_EAOs2qqzBZS8_mMoKg-EEYU4m5L_vpHrSCLUj8EdGA3jOlrT5D97WQVsgDawOJQQnVBVfiG6mfwa4p1XVb0/s1600/20161121_160307.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDgirMqFyaFYdasT-dWeEKirnkzix1wlzfuU6DBc2e65cL8PGkE7z-INd_EAOs2qqzBZS8_mMoKg-EEYU4m5L_vpHrSCLUj8EdGA3jOlrT5D97WQVsgDawOJQQnVBVfiG6mfwa4p1XVb0/s400/20161121_160307.jpg" width="400" /></a></div>
O presunto era, em priscas eras, uma espécie de rito de iniciação do repórter. O presunto era pobre, sempre, negro, mulato ou "moreno" na maioria as vezes, quase todos não identificados. Podia estar escondido no mato, jogado numa vala à beira da estrada ou espremido na mala de um carro, como na foto ao lado, e quase sempre estava todo furado de tiro, bala de todo calibre e também faca, muitas vezes torturado. O presunto era a deixa pra ser valente, ver presunto e subir morro, pra mostrar valentia, era o que queria muito repórter na época na casa dos vinte e um ou dois aninhos, ainda que no primeiro de todos eles, na enorme comunidade de Jardim Catarina, em São Gonçalo, tenha sido mais conveniente ficar mesmo do lado de fora.<br />
<br />
O fotógrafo, bem mais experiente naquilo, usava sapato branco e foi logo entrando no barraco pendente, de ripas que mal ultrapassavam um metro e sessenta de altura, toda a casa um pouco maior que um Fusca. Havia parentes, amigos e vizinhos do lado de fora, e o repórter se deixou ficar por ali, entrevistando baixinho, rapidinho, até que um primo da vítima saiu de dentro do barraco e avançou pra ele com dedo em riste dizendo pra escrever "aí que ia ter volta, que quem fez isso com meu primo vai pagar". E o repórter, claro, escrevendo tudo direitinho no bloco que eram as laudas dobradas e grampeadas, pra sair logo dali assim que viesse o fotógrafo, como de fato ocorreu, sem a menor vontade, muito menos valentia pra ver presunto nenhum.<br />
<br />
Depois vieram outros, diversos, vistos até bem de perto. Presuntos no morro, em becos e latões de lixo, no mato entocado ou no descampado, esparramado. Vários, todo dia aparecendo por aí, e hoje devem continuar aparecendo, sem a cobertura jornalística de outros tempos a não ser em cada vez mais raros jornais que se dedicam a isso. E como hoje é Dia de Finados, o <b><i>Relatos</i></b> presta homenagem a essa pobre, sofrida gente que morre toda madrugada por aí, na guerra diária da vida.<br />
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<i>A matéria abaixo é a da foto que ilustra o texto, do pequeno grande Raimundo Neto, digníssimo representante da alta burguesia de Jurujuba. A matéria tá bem no formato de um milhão de outras iguais a ela. Está aí, em honra ao presunto desconhecido, sem nomes, mas com patente, sobrenome e apelido, porque lá no fundo, embaçado pelo tempo, pela impressão nada perfeita do jornal, aparece o repórter desfocado, em toda a vivacidade de seus vinte e dois anos de idade. Só por isso.</i><br />
<b><br /></b>
<b>Jornal O Fluminense, edição de domingo, 2, e segunda-feira, 3 de outubro de 1994</b><br />
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<b>O cabo Paixão tinha tiros por todo o corpo e foi atingido na cabeça com um tiro de escopeta, calibre 12. O motorista Tita também apresentava várias perfurações. Segundo a perícia, as vítimas foram atingidas com 12 tiros de vários calibres - 12, 38 e diversos projéteis de pistola.</b><br />
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Um policial militar e um motorista de táxi foram encontrados mortos, na manhã de ontem, na mala de um táxi Chevette, número 1676, de placa AK-4053, de Niterói, estacionado em frente ao número 651 da Rua Padre Francisco Lana, em Santa Rosa. Ambos estavam sem documentos, mas foram identificados como o cabo Paixão, lotado no 12o BPM, e o taxista conhecido como Tita, que costumava fazer ponto na rodoviária de Niterói. Os dois cadáveres estavam com tiros por todo o corpo e a polícia ainda não sabe o motivo do crime.<br />
O carro foi deixado em Santa Rosa por volta das 7h e a polícia foi chamada porque os moradores viram o sangue que escorria da mala do veículo. Os soldados Eliel e Bacellar foram os primeiros a chegar ao local e registraram a ocorrência. Eliel informou que o cabo Paixão, que aparentava 35 anos de idade, fazia trabalho interno no Batalhão. O soldado não tinha idéia do motivo do duplo homicídio.<br />
Os corpos foram levados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Niterói no próprio táxi. O cabo Paixão tinha tiros por todo o corpo e foi atingido na cabeça com um tiro de escopeta, calibre 12. O motorista Tita também apresentava várias perfurações. Segundo a perícia, as vítimas foram atingidas com 12 tiros de vários calibres - 12, 38 e diversos projéteis de pistola - e os dois foram mortos por volta das 5h de ontem. Ambos eram morenos e o taxista aparentava ter 28 anos de idade. O PM estava à paisana e Tita vestia calça e jaqueta jeans. A ocorrência foi registrada na 77a DP (Santa Rosa).<br />
<br />Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-19496493873604200072016-10-30T04:45:00.001-07:002017-04-06T16:33:20.221-07:00MUNDO CÃOO mundo, como se sabe, está repleto de histórias tristes, tragédias pessoais que, de vez em quando, na rotina de repórter de editoria geral, fazendo de um tudo, era preciso apurar. Ia-se inclusive a enterros, tentava-se alguma informação entre o desespero de uma, a tristeza sem solução da outra, e assim foi feito para a matéria ai embaixo, assinada também pelo Fábio Varsano.<br />
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<b>Jornal do Brasil, edição de terça-feira, primeiro de abril de 1997</b><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik1M0uZHSnUkOiZqliXD1MfO_uXdNTLtGk7KR12o02HYichHhSCW8Now0T5yuxtPmmGerS7yxY6yX-QLTyDuwY8zeZutpSeGmnMR2nSejyjq74p4HfHHzteXoSRJAY9Goh6BBx91Zh4L8/s1600/pastor+alem%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEik1M0uZHSnUkOiZqliXD1MfO_uXdNTLtGk7KR12o02HYichHhSCW8Now0T5yuxtPmmGerS7yxY6yX-QLTyDuwY8zeZutpSeGmnMR2nSejyjq74p4HfHHzteXoSRJAY9Goh6BBx91Zh4L8/s400/pastor+alem%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></div>
<b>"Ouvi ela berrando 'mãe! mãe!' e pensei que a mãe estava batendo nela. Depois, os gritos pararam e só escutei os latidos dos cachorros".</b><br />
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A menina Isabel Salcedo Silva, de 6 anos, foi morta na tarde de domingo por três cães pastores que guardavam a casa de seu padrinho, em Sepetiba, Zona Oeste do Rio. A garota foi atacada depois de ter pulado o muro, por volta das 15h30, quando o padrinho, o aposentado Jorge Pereira Pinto, de 47 anos, e sua esposa, Tânia Barbosa, já haviam saído. Segundo o pai de Isabel, Édson Fernandes da Silva, de 29 anos, ela já conhecia os cachorros e tinha o costume de pular o muro para brincar na casa dos padrinhos.<br />
Jorge e Tânia moram em Bangu e usam a residência no número 101 da Rua Elisa, em Sepetiba, como casa de veraneio. Isabel morava com a família no número 150 da mesma rua, a menos de 100 metros. No domingo, a menina foi cedo à casa de Jorge e Tânia, em busca do ovo de Páscoa prometido pelo casal. "Ela saiu assim que viu os padrinhos chegando e passou a manhã com eles", contou Édson.<br />
Isabel voltou para casa às 13h30, ofereceu pedaços de seu ovo as irmãos e foi dormir. Às 15h, ela acordou e foi brincar na rua, onde viu a madrinha sair de carro. Logo depois, decidiu pular o muro. Só que desta vez foi atacada pelos cães.<br />
Morador da casa vizinha, o estudante Breno Alexandre dos Santos, de 13 anos, disse que escutou os gritos de Isabel, mas não imaginou o que estava acontecendo. "Ouvi ela berrando 'mãe! mãe!' e pensei que a mãe estava batendo nela. Depois, os gritos pararam e só escutei os latidos dos cachorros", contou.<br />
Preocupada com a demora da filha, Dulcinéa do Nascimento Salcedo, 39, foi procurá-la junto com a nora, Luana Conceição Perez, por volta das 17h. Luana subiu no muro da casa de Jorge e viu o corpo de Isabel perto dos cachorros. Desesperadas, as duas chamaram Édson que, junto com um vizinho e os dois enteados mais velhos - Alan, 17, e Vânder, 16 -, pularam o muro para resgatar a garota.<br />
"Os cachorros vieram pra cima de mim, mas como havia mais gente eles ficaram com medo. Corri na direção da minha filha achando que ela ainda estivesse viva, mas senti que seu corpinho estava gelado quando toquei nela", contou Édson, sem conseguir conter o choro. Os três cachorros morderam a menina na garganta, na orelha e na altura do olho direito. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou as mordidas no esôfago e na traquéia como causa da morte. As roupas da garota também foram arrancadas pelos cães.<br />
Apesar da confirmação de que os cachorros mataram Isabel, o pai da vítima não pensa em processar Jorge e Tânia. "Não posso afirmar que foi responsabilidade de alguém, porque não sei o que aconteceu". A madrasta de Édson, no entanto, tem outra opinião. "Os bichos eram deles e alguém tem de responder pelo que aconteceu"", disse Maria Alice Silva. "Ninguém teve culpa de nada. O que eu queria de verdade era ter minha filha comigo agora", afirmou a mãe da menina, concordando com o marido. O casal mora na Rua Elisa há 11 anos.<br />
Apesar de nenhum parente da menina ter apresentado queixa à polícia, os donos dos cães terão que responder a um inquérito por homicídio, segundo o delegado da 36a DP (Santa Cruz), Eli Alves de Andrade. "Trata-se de um crime de ação pública e independe de queixa forma", afirmou.<br />
Segundo o delegado, os cachorros podem ser considerados armas nos casos de assassinato. "Se ficar comprovado que os proprietários dos animais não tiveram responsabilidade, que foi um acidente, eles poderão ser enquadrados por homicídio culposo. Nesse caso, devem ser absolvidos. Mas se for provado que houve negligência, eles podem ser condenados", explicou. O inquérito foi instaurado ontem e, nos próximos dias, rentes, vizinhos e os donos dos cães vão depor.<br />
A família de Isabel sempre foi amiga dos dons dos cachorros. Antes da chegada dos três pastores, Olga Luiza do Nascimento - uma das oito tias da menina - trabalhou durante cinco anos cuidando da casa de Jorge e Tânia. A própria Isabel chegou a botar os cães para dentro de casa, quando eles saíam para a rua.<br />
"Eu cheguei a bater na minha filha quatro vezes porque ela pulou o muro para brincar dentro da casa dos padrinhos. Sempre dizia para ela não fazer isso, mas não adiantava. Ela dizia que não havia problema porque conhecia os cachorros", disse Édson. Isabel foi enterrada às 16 horas de ontem, no Cemitério de Santa Cruz, na Zona Oeste. Cerca de 50 pessoas, entre parentes e amigos da família, acompanharam o sepultamento. Alguns parentes da menina, emocionados, chegaram a desmaiar.Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-83044065191795053452016-10-19T15:04:00.001-07:002017-04-06T16:34:01.375-07:00TUBARÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHJWq8fDBoJSPdhUPyflqo_EPzHbCh1yxcFrypTDeisK9g51xevP1VQffKoNM4P2A9JjaHTDAnZXSBu_DKJtm0sIY3fAceKKIQHtuCBuTs9TGFiJzyQW8xaYYfk78XGcE14G0K87mhcI0/s1600/Tubar%25C3%25A3o+filme.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHJWq8fDBoJSPdhUPyflqo_EPzHbCh1yxcFrypTDeisK9g51xevP1VQffKoNM4P2A9JjaHTDAnZXSBu_DKJtm0sIY3fAceKKIQHtuCBuTs9TGFiJzyQW8xaYYfk78XGcE14G0K87mhcI0/s400/Tubar%25C3%25A3o+filme.jpg" width="266" /></a></div>
A matéria abaixo tinha uma outra ao lado, menor, com um sujeito chamado Otto Bismarck, à época "representante no Brasil do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões, da Universidade da Flórida, EUA". Otto cogitou, na entrevista por telefone ao repórter, a possibilidade de o animal da história ser um tubarão branco. Dias depois, ele confirmaria isso e garantiria que, pelo tamanho da mordida na perna do sujeito, o tubarão só podia ser o branco, o mesmo do filme, clássico, do cartaz ao lado, talvez um pouquinho menor. <br />
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<i>Abaixo, a matéria</i><br />
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<b>Jornal do Brasil, edição de terça-feira, de 22 de abril de 1997</b><br />
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<b>"Virei a prancha para voltar e acho que caí quase em cima do tubarão. Só senti a mordida, um puxão na perna, e vi o tubarão saindo, entre o meu corpo e a prancha".</b><br />
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O windsurfista João Pedro Portinari Leão, de 22 anos, foi atacado por um tubarão quando velejava domingo na Enseada de Manguinhos, a cinco quilômetros da costa de Búzios, na Região dos Lagos. João Pedro foi mordido na perna esquerda quando cai da prancha e, apesar de ter perdido 50% da musculatura da panturrilha, ainda velejou por cerca de 20 minutos até a Praia Rasa, onde foi socorrido por um casal de turistas de São Paulo. O acidente surpreendeu moradores e ambientalistas de Búzios, uma vez que este foi o primeiro ataque de tubarão registrado na região nos últimos seis anos.<br />
João Pedro saiu para velejar com um amigo às 13h. Os dois chegaram à Ilha Rasa, a três quilômetros da costa e, de lá, João Pedro seguiu sozinho. "Meu amigo resolveu voltar, mas continuei, até porque já estou acostumado a velejar sozinho por ali", disse o windsurfista, que é sobrinho-neto do pintor Cândido Portinari.<br />
Ao fazer a manobra conhecida como <i>jibe</i>, para voltar à praia, João Pedro se desequilibrou, caiu na água e foi imediatamente mordido pelo tubarão. "Tudo se passou em alguns segundos. Virei a prancha para voltar e acho que caí quase em cima do tubarão. Só senti a mordida, um puxão na perna, e vi o tubarão saindo, entre o meu corpo e a prancha".<br />
Mesmo com metade da panturrilha esquerda dilacerada, o windsurfista conseguiu fazer o chamado water start para subir na prancha - numa manobra que, ironicamente, é conhecida entre os praticantes do esporte como a "hora do tubarão": o windsurfista tem de ficar segurando a vela com metade do corpo dentro d'água, esperando uma rajada de vento para subir junto com a prancha.<br />
Na Praia Rasa, João Pedro foi socorrido por um casal de paulistas. "Tive medo de desmaiar quando estava voltando. Quase apaguei duas vezes e achei que ia morrer se caísse na água de novo", disse. O windsurfista foi levado pelo casal até a casa de um amigo, na Praia Rasa e, de lá, foi para a Clínica Búzios, onde levou cerca de 250 pontos na perna.<br />
João Pedro chegou de avião ao Rio, ainda no domingo, e foi examinado na Clínica Sorocaba, em Botafogo. O windsurfista disse que não chegou a sentir dor. "Só fiquei muito fraco".<br />
Com viagem marcada para julho, quando iria surfar no Taiti, João Pedro teve de mudar seus planos, mas garantiu que voltará a velejar e surfar assim que se recuperar totalmente. A idéia de tatuar um tubarão na perna, no entanto, foi deixada de lado. "O tubarão já deixou a marca dele em mim", brincou João Pedro que, seguindo os passos de sua família, pratica esportes marítimos desde criança.<br />
A previsão para a recuperação total é de, no mínimo, oito meses. João Pedro descansa em casa, no Parque Guinle, em Laranjeiras, na companhia da namorada, a jornalista Mariana Becker.<br />
A notícia do ataque de tubarão surpreendeu o ambientalista Tito Rosemberg, que mora em Búzios há 15 anos. "Temo que haja uma repercussão negativa desse fato, já que Búzios é uma das melhores raias de vela do Brasil. Também velejo e já vi algumas galhas (barbatanas). Talvez os tubarões tenham aparecido por causa da grande quantidade de peixe morto que é deixada na enseada pelos pescadores", disse.<br />
<br />Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-57836838368109989692016-10-03T11:10:00.000-07:002017-04-06T16:42:40.166-07:00TEMPOS DIFÍCEIS<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit;">Ontem ele foi eleito como o vereador mais votado da cidade, com mais de cem mil votos. Na época da matéria abaixo, ele tinha acabado de ser eleito para seu primeiro mandato, aos 17 anos. </span><span style="font-family: inherit;">As fotos são do André Durão.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span><span style="font-family: inherit;"><b>Revista Istoé Gente, edição 65, de 30 de outubro de 2000</b></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span><span style="font-family: inherit;"><b>"Falarei com meu pai antes de tomar qualquer decisão importante".</b></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUFsLZJ5N7t0oYd265JqxeVucekp_RH9_xyFAfXgN2ip9dJJP4-li5Wy8a_w3BvSMdjb0LWboPUGbN_ltGNz7p080rZYF1MkX-X6ExVhTd9GFo-3_68IU9seFTfBc2WFKd6Mg0C3vGRxU/s1600/bolsonaro1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUFsLZJ5N7t0oYd265JqxeVucekp_RH9_xyFAfXgN2ip9dJJP4-li5Wy8a_w3BvSMdjb0LWboPUGbN_ltGNz7p080rZYF1MkX-X6ExVhTd9GFo-3_68IU9seFTfBc2WFKd6Mg0C3vGRxU/s320/bolsonaro1.jpg" width="270" /></a><span style="font-family: inherit;">O vereador mais jovem da história do Brasil defende a pena de morte, a tortura para traficantes de drogas, acha que os integrantes do Movimento dos Sem Terra não passam de vagabundos e faz piada da proposta de legalização da união civil entre homossexuais. </span><span style="font-family: inherit;">Qualquer semelhança com a cartilha de idéias do polêmico deputado federal e ex-militar Jair Bolsonaro, do PPB, não é mera coincidência. </span><span style="font-family: inherit;">Prestes a completar 18 anos, no próximo dia 7 de dezembro, Carlos Bolsonaro sabe que se elegeu às custas do pai e admite, sem qualquer constrangimento, que não terá autonomia na Câmara do Rio. “Falarei com meu pai antes de tomar qualquer decisão importante.”</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Eleito com um total de 16.053 votos, Carlos desbancou figurões locais de seu partido como o cantor Agnaldo Timóteo, mas só vai dar expediente na Câmara na parte da tarde. </span><span style="font-family: inherit;">As manhãs serão reservadas para a faculdade de direito, que o calouro na política espera freqüentar a partir do ano que vem. “Estou estudando para o vestibular.” As aulas, no entanto, não vão deixar o gabinete vazio. “Às segundas e sextas, darei expediente no Rio. Em Brasília, ficarei às terças, quartas e quintas”, revela Bolsonaro, o pai.</span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit;">O deputado é o primeiro a reconhecer a imaturidade do filho e já tomou algumas providências para evitar desastres. Entrevistas de Carlos, por exemplo, só ao lado dele. "O garoto ainda é inexperiente. Pode ser induzido a falar alguma besteira", justifica. Antes da campanha foi o pai quem se desdobrou para conseguir o registro da candidatura do filho. Ele só relaxou ao constatar, numa consulta ao Tribunal Superior Eleitoral, que o candidato precisa ter 18 anos ou mais no dia da posse, mas não para se eleger.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Segundo dos quatro filhos de Jair Bolsonaro, Carlos aceitou de imediato o posto9 de representante do deputado na Câmara carioca. "Como um político que quer sempre evoluir, meu pai necessitava de alguém aqui no Rio", diz. O filho vai assumir o lugar que era da mãe, a vereadora Rogéria Bolsonaro. Eleita em 1996 com o apoio do então marido, Rogéria irritou o deputado ao deixar de consultá-lo para votar alguns projetos. O casal acabou se separando e, depois de muita briga pelo uso do sobrenome, Rogéria saiu candidata pelo PMDB. Sem o apoio do ex-marido, porém, não se reelegeu.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Além de Carlos, Bolsonaro é pai de Flávio, 19 anos, e Eduardo, 16 - ambos do casamento com Rogéria, 40 -, e de Renan, 2, seu filho com Ana Cristina Valle, 32 anos.<span style="font-size: xx-small;"> </span></span><span style="font-family: inherit;">Flávio e Eduardo moram com a mãe enquanto Carlos vive com o pai, a madrasta e o irmão caçula, num apartamento na Tijuca, Zona Norte do Rio.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">O vereador eleito diz que a fama de autoritário e o jeito truculento do pai só aparecem fora de casa. "Ele sempre foi liberal com a gente. Totalmente brincalhão e atencioso." Carlos nunca apanhou, mas já recebeu alguns castigos tipicamente militares. "De vez em quando, mando ele fazer algumas flexões", conta o deputado, sem esconder o riso. O filho também ri. Para ele, o pai nunca está errado. "O que ele diz é sempre válido".</span></div>
<div style="background-color: white;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg17DGaSlvFWeqgohqgY7mezc_qEalidoOt_ECyN8ps7bs3rshi_NB5k4UWZmhIAFqGG93lZdTHLnRrSMj5vUWvqPxbbl_u0SKVb-Os7zWctUECQ5jOAvC-C-Fh2To7EduuvTqtk2bYCQ/s1600/bolsonaro2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="294" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg17DGaSlvFWeqgohqgY7mezc_qEalidoOt_ECyN8ps7bs3rshi_NB5k4UWZmhIAFqGG93lZdTHLnRrSMj5vUWvqPxbbl_u0SKVb-Os7zWctUECQ5jOAvC-C-Fh2To7EduuvTqtk2bYCQ/s400/bolsonaro2.jpg" width="400" /></a><span style="font-family: inherit;">E o que Jair Bolsonaro diz quase sempre causa polêmica. Ele já defendeu, por exemplo, o fuzilamento do presidente Fernando Henrique Cardoso e é a favor da tortura para conseguir informações de traficantes. “Se pegam um cara com 500 quilos de cocaína, têm de saber de onde veio a droga e para onde vai, não importa como tirar essa informação".</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Sobre a proposta de união civil entre homossexuais, o deputado reforça o preconceito. "Jamais iria admitir dar de cara com dois bigodudos se beijando", diz. Ao seu lado, o filho limita-se a cair na gargalhada.<span style="font-size: xx-small;"> </span></span><span style="font-family: inherit;">Tanta submissão, no entanto, não impede que Carlos tenha suas pretensões políticas. O mais jovem vereador do Brasil diz que pretende continuar na vida pública. “Está no sangue."</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Sua primeira medida será manter, no gabinete, um advogado criminalista para defender policiais militares processados. Quem fala sobre isso, porém, é o pai. "Muitas vezes, o PM prende um vagabundo, mas o advogado do preso chega antes na delegacia. Aí o policial acaba sendo processado", diz Jair Bolsonaro. Graças a posições como essa, Carlos não pensa duas vezes antes de apontar seu ídolo na política. "É meu pai, não tem mais ninguém".</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-34021623176674561892016-09-19T17:04:00.000-07:002017-04-06T16:34:13.263-07:00É PELÉ QUEM ESTÁ FALANDO...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz76WQq3rbQfxdB2GhTqnEVTcq-bR1nWdQwi7a_LERtwCIPJTp0K_4bbVC5fmE-0-P_MhicU3L9M0G86pBT00tWFUv7nlWmuKPUUcl4QlD44H8xHzIOOwittX-IwRgfoRwMkE5d-Mkmhk/s1600/Pel%25C3%25A9+atleta+do+s%25C3%25A9culo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz76WQq3rbQfxdB2GhTqnEVTcq-bR1nWdQwi7a_LERtwCIPJTp0K_4bbVC5fmE-0-P_MhicU3L9M0G86pBT00tWFUv7nlWmuKPUUcl4QlD44H8xHzIOOwittX-IwRgfoRwMkE5d-Mkmhk/s400/Pel%25C3%25A9+atleta+do+s%25C3%25A9culo.jpg" width="267" /></a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A matéria já era capa, um furo, como dizem nas redações, e depois de mais de mês de apuração com algum grau de tensão (a possibilidade de perder a história ou a exclusividade dela, por exemplo, pra outra revista da casa mais velha, mais forte), o repórter enfim começava a escrever, a quatro, cinco horas do auge da insanidade mental de um fechamento semanal, sob a batuta de outra capital. Faltava a posição do mais famoso envolvido no caso, mas isso, dada a condição de atleta do século, ídolo mundial, eterno, do sujeito em questão, já se sabia difícil, quase impossível de conseguir. Na véspera, pela manhã, havia sido enviado o email a quem de direito com o relato do caso, o anúncio do fechamento na noite seguinte e o pedido, por favor, de entrevista. Só restava esperar e escrever a matéria com o aval do diretor de redação, a garantia dele de que tudo bem sem o cara, de que só a confirmação da história que ele tinha ouvido de um amigo e passou para o repórter já estava ótimo.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Então escrevia, o repórter, ou tentava, encasquetava com um monte de coisa logo na abertura e não avançava, quase nada, quando tocou o telefone na mesa da secretária, a primeira, em frente à porta, das seis espalhadas pelos quarenta, cinquenta metros quadrados da salinha da sucursal, que tinha ainda dentro dela dois cubículos ainda menores, um pra fotografia, outro pra chefe. Eram três os repórteres da redação, um se chamava Eduardo e do texto travado na tela do computador deu pra escutar claramente, como sempre, a secretária expansiva, baixinha sorridente ao telefone dizendo: "senhor, aqui nós temos Eduardo e Luís Edmundo. Luis Eduardo nós não temos". Passaram-se três, quatro segundos e tocou o ramal do repórter, que primeiro ouviu a brincadeira trivial, banal, com seu mome (não é o animal, não, né?) e depois a identificação na voz inconfundível, com a nitidez de uma imitação perfeita: "é Pelé quem está falando..."</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Abaixo, a matéria.</span></i><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b>Revista Istoé Gente, edição 141, de 15 de abril de 2002</b></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b><span style="background-color: white; color: #333333;"><b>"A Flávia é minha filha. Só não falava nada para preservar a privacidade dela”.</b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Em novembro de 1991, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, arrumou uma brecha em sua agenda lotada de compromissos para um encontro especial em Santos. Durante cerca de uma hora, o maior jogador de futebol de todos os tempos conversou com a então estudante de fisioterapia Flávia Christina Kurtz V. de Carvalho, na época com 24 anos. Logo que viu a moça, o Atleta do Século 20 desconfiou daquilo que confirmaria mais tarde: era sua filha. Flávia, que ligara dias antes para o escritório do pai querendo marcar um encontro, tinha sido fruto de um relacionamento relâmpago que Pelé teve em Porto Alegre, em 1968, quando esteve lá para um jogo do Santos. “Quando ela começou a falar quem era e contou sua história, comecei a reparar em seu rosto e vi que ela era da família”, assumiu Pelé, ao ser procurado por <i><b>Gente</b></i> por telefone, da Flórida, para onde viajou a negócios. Por telefone, Flávia não quis se manifestar e, após falar com o pai, marcou entrevista coletiva para quarta-feira.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjprp8_jIjLMMPbhwd5kqvNP1gaIe0NaDvUYSCecD3jmdP7zh277zij8jpP1hnzh4DVQyv0CKEkA_KBjvplqa1Qb_Za3aMJ5b1q4AWG6IhWib5GI3Gmqdio_QCA-i8e5ftqTy63STAnNZ8/s1600/Pel%25C3%25A9+gol+1000.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjprp8_jIjLMMPbhwd5kqvNP1gaIe0NaDvUYSCecD3jmdP7zh277zij8jpP1hnzh4DVQyv0CKEkA_KBjvplqa1Qb_Za3aMJ5b1q4AWG6IhWib5GI3Gmqdio_QCA-i8e5ftqTy63STAnNZ8/s400/Pel%25C3%25A9+gol+1000.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mesmo tendo o pressentimento de que estava falando com uma filha, o ex-craque diz ter esperado o resultado de um outro encontro para ter certeza do que estava pensando. “Mulher sempre tem mais sensibilidade para essas coisas, então quis saber qual seria a reação de minha mãe”, contou. Na conversa com o pai, a própria Flávia manifestara o desejo de conhecer a avó Celeste. O Atleta do Século 20 consentiu e forneceu o endereço para que ela procurasse a mãe dele, em Santos. Como viajou um dia depois de ter visto a filha, não participou do encontro entre avó e neta. Mas, por telefone, quis saber a opinião de Dona Celeste depois que as duas se falaram. “Minha mãe me disse: ‘Filho, não precisa nem fazer exame para comprovar. Ela é tua filha’. Aí que tive certeza.”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O ex-craque acabou seguindo o conselho da mãe, tanto que nunca fez o exame de DNA que comprovaria que a estudante era sua filha. Hoje com 32 anos e já formada, Flávia trabalha como fisioterapeuta em uma clínica de ortopedia de São Paulo e não está registrada no nome do pai. Pelé não revelou quem é a mulher com quem se relacionou em Porto Alegre. “Prefiro manter em sigilo, porque a mãe dela é casada e criou a filha junto com o ex-marido, que registrou a criança em seu nome. Digo apenas que ela era estudante de jornalismo e hoje deve trabalhar como jornalista”, disse.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Flávia não entrou na Justiça contra o Rei do Futebol como optou a vendedora Sandra Regina Machado, 37 anos – fruto de um relacionamento de Pelé com a empregada doméstica Anisia Machado e reconhecida como sua filha pela Justiça, após entrar com processo de reconhecimento de paternidade contra o pai, também em 1991. “Tive um sentimento legal quando a conheci exatamente porque ela não veio me pedir nada. Ela veio contar a história dela e queria me conhecer. Como não exigiu nada, acabou ganhando tudo o que quis”, revelou Pelé.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">De dezembro de 1994 a março de 2000, Flávia recebeu do pai uma pensão mensal equivalente a cerca de US$ 1 mil. O dinheiro era depositado em sua conta 9311419, da agência 2400 do Bradesco, em Porto Alegre, e ajudou Flávia a pagar a faculdade de Fisioterapia, que cursou na capital gaúcha. Depois de formada, a filha de Pelé foi morar em São Paulo. Hoje, ela trabalha numa clínica na capital paulista e mora com o marido, executivo de uma multinacional, num apartamento de dois quartos no bairro do Morumbi. “Ela é uma pessoa discreta e nunca quis aparecer. Sempre quis preservar a privacidade dela, por isso essa história nunca foi tornada pública", afirmou o Atleta do Século<span style="font-size: xx-small;">.</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK-eY85gHoGKq4pNC9YCiYIe0sIjqVBVigojvAGIA4fExqCEWPwc97YOQWGXYJcrtHx0-mTQhf5DGPVvEY4Q5SBc80X6WgaA7-AkqF33p5XmB4_1RWVvebUCJxsB4TDHNr9f42qGEXXSk/s1600/Pel%25C3%25A9+1958.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK-eY85gHoGKq4pNC9YCiYIe0sIjqVBVigojvAGIA4fExqCEWPwc97YOQWGXYJcrtHx0-mTQhf5DGPVvEY4Q5SBc80X6WgaA7-AkqF33p5XmB4_1RWVvebUCJxsB4TDHNr9f42qGEXXSk/s400/Pel%25C3%25A9+1958.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">De relações cortadas com Pelé desde que foi acusado de se apropriar de US$ 700 mil recebidos pela Pelé Sports & Marketing – referentes a um evento que a empresa prometera realizar de graça para o Unicef, em 1995, na Argentina –, o empresário Hélio Viana foi quem revelou a <i><b>Gente</b></i> a existência da filha de Pelé, durante entrevista concedida na segunda-feira 1º. Ele tem uma outra versão para justificar o tempo em que Flávia permaneceu incógnita. “O certo seria o Pelé fazer o exame de DNA, reconhecer e pronto, mas ele preferiu o caminho da esperteza. Cooptou a moça e dava cerca de US$ 1 mil por mês para ela não entrar com processo. Fez isso pra dizer, na medida em que a Sandra começasse a incomodá-lo, ‘olha, tenho outra filha, que reconheço, ajudo, porque não entrou na Justiça contra mim’.”</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Segundo Pelé, toda a sua família sempre soube da existência da filha gaúcha de Édson Arantes do Nascimento. “Ela é de casa e já conheceu todo mundo, o Edinho, a Kelly e a Jennifer. O Joshua, a Celeste e a Assíria também”, disse, referindo-se a seus outros filhos e à atual mulher. Hélio não crê no carinho que Pelé diz ter pela filha. “Acredito que o sentimento do Pelé pela Flávia seja o mesmo com relação à Sandra. Ele ignora as duas”, diz.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Se hoje não esconde as críticas ao antigo sócio, Hélio Viana viveu uma situação bem diferente nos últimos 18 anos. Apresentado a Pelé em 1984 – quando ocupava um cargo no governo de Leonel Brizola no Rio e foi procurado para conseguir o apoio da Polícia Militar às filmagens de <i>Pedro Mico</i>, filme de Ipojuca Pontes protagonizado por Pelé –, o advogado que nunca exerceu a profissão consolidou-se como empresário ao trabalhar a marca Pelé de 1986 até o rompimento dos dois, em novembro.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Casado há sete anos com a ex-miss Brasil Leila Schuster, 29, e pai de Klaus, 6, e Lucas, 7 – este último filho de um relacionamento fora de seu casamento –, Hélio admite que ganhou muito dinheiro trabalhando com Pelé. “Deus nos colocou juntos para que um ajudasse o outro. O Pelé era uma marca adormecida que permitiu que eu executasse toda a minha capacidade”, afirma.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">No início de seu trabalho, o sócio de Pelé procurou a ajuda de Mário Amato, na época presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que o conhecia desde que o advogado tinha sido um dos coordenadores da campanha das Diretas Já, em 1984. “Ele botou toda uma estrutura à minha disposição e começamos a trabalhar”, lembra. Uma pesquisa encomendada mostrou que, se a popularidade do nome continuava em alta, as opiniões sobre o maior jogador de futebol de todos os tempos estavam longe da unanimidade conquistada nos gramados. “Mostramos entrevistas num telão em que as pessoas diziam que o Pelé já era, que não ligava para o povo e que só dizia besteira, como na vez em que disse que brasileiro não sabia votar”, lembra Hélio. </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDXv4hYtk6L4J6upFhiwq7WOio6iqtvnrc-0tnkmdK9jpw38akDVyanKvJ_2PKcqd41IJihy3Qu7vNbVNj7L-dTKrOYOaadvQfVzMpdga7S_laYihfMkPWTHoLXRYm0DICJ2YOrFi0VFA/s1600/Pel%25C3%25A9+1970.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDXv4hYtk6L4J6upFhiwq7WOio6iqtvnrc-0tnkmdK9jpw38akDVyanKvJ_2PKcqd41IJihy3Qu7vNbVNj7L-dTKrOYOaadvQfVzMpdga7S_laYihfMkPWTHoLXRYm0DICJ2YOrFi0VFA/s400/Pel%25C3%25A9+1970.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: inherit;">A situação se reverteu, segundo o empresário, com o contrato com a Mastercard, assinado em 1991. A idéia era fazer Pelé viajar pelo mundo, falando sobre futebol, tudo patrocinado pelo Mastercard. “Foi isso que consolidou internacionalmente a imagem de Pelé como formador de opinião”, afirma. Em vigor até hoje, o contrato rende ao Atleta do Século cerca de US$ 5 milhões a cada quatro anos de compromisso. </span><span style="font-family: inherit;">Como empresário, Hélio ficava com 20% dos contratos de Pelé. Em 16 anos, o filho de um caldeireiro da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) nascido em Volta Redonda, no Sul Fluminense, único homem entre cinco irmãs, saiu de um apartamento alugado de três quartos em Ipanema para uma mansão em São Conrado, no Rio, de 2,5 mil metros quadrados. A casa serviu de cenário para a residência da personagem de Marieta Severo na novela </span><i style="font-family: inherit;">Laços de Família</i><span style="font-family: inherit;">.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O empresário só não gostava quando tinha de lidar com assuntos particulares do antigo sócio, como as filhas fora dos casamentos. “Tinha que fazer negócio e o comportamento do Pelé, querendo esconder essas coisas, atrapalhava a marca.” No caso de Flávia Christina Kurtz, o Rei do Futebol discorda: “Não há nada de errado nessa história. A Flávia é minha filha. Só não falava nada para preservar a privacidade dela”.</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-43424332017549553852016-09-15T16:44:00.002-07:002017-04-06T16:34:29.826-07:00POWERPOINT<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9BFqyecGTIdFvK4XYHAUJnZiBjxN49PSuYX2J3b9sUSXOWOYv5Anp92AJp8Z_ImY9RRkk7sOrUmbsFcbK6RU5c3z6qjLuX2axpeJpHv54kxsB5EYDtniSMM20vRJexUpGorY1PzUyNlQ/s1600/powerpoint+Lula.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9BFqyecGTIdFvK4XYHAUJnZiBjxN49PSuYX2J3b9sUSXOWOYv5Anp92AJp8Z_ImY9RRkk7sOrUmbsFcbK6RU5c3z6qjLuX2axpeJpHv54kxsB5EYDtniSMM20vRJexUpGorY1PzUyNlQ/s400/powerpoint+Lula.png" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O acusador já havia pregado em templo religioso, clamando aos céus que aceitassem suas denúncias sem provas, e de novo convocava a imprensa amiga para a entrevista coletiva no hotel de luxo, dessa vez com a expectativa de juízo final, da denúncia que todos esperavam, contra o inimigo número um. Viriam bombas, provas, enfim, alguma consistência além de pedalinhos e barquinhos de lata, pensavam todos, certamente, quando o acusador adentrou o salão royale finamente decorado, anunciado pelo mestre-de-cerimônias com nome, sobrenome e cargo, como, aliás, todos os demais ocupantes da mesa, todos, como ele, acusadores.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O acusador procurou desde o início de tudo ao lado de seus colegas incensados pela mídia corporativa, com direito a capa a remeter aos intocáveis com ele no centro da equipe, a posar de Eliot Ness. Procurou com a ajuda estrangeira, do Norte, pra onde a equipe intocável viajou levando informações confidenciais de estatais daqui, trazendo de lá um manancial de dados, denúncias de um esquema antigo, de muito antes de Paulo Francis, que serviram para, com a ajuda de um juiz de primeira instância igualmente inacreditável, inaceitável, bombardear a economia nacional dizimando as maiores empresas de infra-estrutura e deixando quietas, lógico, as instituições financeiras. O acusador procurou e ajudou a derrubar, com a cronologia pensada, com as datas marcadas dos vazamentos ilegais, jamais com alguma prova sequer além da delação obtida com a prisão, também sem provas, um governo eleito pelo povo, pra botar outro no lugar que às pressas começou a abrir para o Norte a economia estatal, vendendo o pré-sal.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O acusador procurou tanto, com tanto afinco, há tanto tempo que só podia ter algo sério a mostrar, pensavam os que por ele torciam, e ainda torcem, tinha de ter algum dado cabal a revelar, com toda a pompa e circunstância, de maneira espetacular, quando do alto do púlpito, com a garrafinha de água mineral ao lado, o copo de cristal, ligou o powerpoint digno de reunião da Amway, com o grande círculo no meio e o nome: Lu-la, envolto por outros círculos menores onde estavam todas as mazelas do País, com termos novos também, pra uso da mídia parceira, e de novo, mais uma vez, sem provas, só convicção, convicção e prisão, sem provas, prisão e delação.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Antes dessa denúncia constrangedora, na base do powerpoint de curso motivacional, a matéria abaixo mostrou até onde podem chegar o acusador e sua equipe, ao lado do tal juiz de primeira instância, se não houver reação.</span></i><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b>
<b>Jornal do Commercio, edição de sábado, domingo e segunda-feira, 5, 6 e 7 de março de 2016</b></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b>
<b>"Um ex-presidente da República, sem ter oposto resistência física, ser conduzido coercitivamente revela em que ponto nós estamos. A coisa chegou ao extremo".</b></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi levado de sua casa em São Bernardo do Campo (SP) na manhã desta sexta-feira, por volta das 7h, sob um mandado de condução coercitiva para prestar depoimento no âmbito da 24a fase da operação Lava-Jato, que mobilizou cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal para cumprir 34 mandados de busca e apreensão, e 11 de condução coercitiva, incluindo o de Lula. O depoimento durou cerca de três horas, no escritório da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas. Ao voltar pra casa, às 17 horas, Lula desceu do carro e caminhou a pé junto a centenas de apoiadores que cantavam: "Lula, guerreiro, do povo brasileiro". "Não precisaria levar uma coerção à minha casa, dos meus filhos. Não precisava, era só ter me comunicado. Lamentavelmente preferiram usar a prepotência, a arrogância, o show de pirotecnia. É lamentável que uma parte do Judiciário esteja trabalhando com a imprensa", disse o ex-presidente.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Em uma crítica à decisão do juiz titular das investigações da operação Lava-Jato na primeira instância, Sérgio Moro, da Justiça Federal de Curitiba, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou preocupação com a condução coercitiva do ex-presidente Lula. "Me preocupa um ex-presidente da República ser conduzido debaixo de vara", disse. De acordo com o ministro, a Polícia Federal deveria ter "observado os parâmetros normais" e intimado Lula a prestar depoimento em vez de levá-lo contra sua vontade. "Um ex-presidente da República, sem ter oposto resistência física, ser conduzido coercitivamente revela em que ponto nós estamos. A coisa chegou ao extremo", afirmou Mello. Apesar disso, o ministro disse que a condução coercitiva de Lula não prejudicava a legitimidade das investigações. O Ministério Público Federal (MPF) argumentou que o mandado de condução coercitiva contra Lula foi necessário por questões de segurança, já que um depoimento agendado do ex-presidente implicaria em maior chance de tumulto.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUpN0qBd8h_18HuvVESZJ4eMfogowOH3dN3KRuGCSavuIvlYc4wiAC9QaWgu6vmh_lloTgEgoNZFULFvFwNET8If0S9CfSv3YMQfSm8wKMNvOAxmWR1yN0fAFhRRtdcnl-tU_H0xEmLa8/s1600/Delagnol+PT.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUpN0qBd8h_18HuvVESZJ4eMfogowOH3dN3KRuGCSavuIvlYc4wiAC9QaWgu6vmh_lloTgEgoNZFULFvFwNET8If0S9CfSv3YMQfSm8wKMNvOAxmWR1yN0fAFhRRtdcnl-tU_H0xEmLa8/s400/Delagnol+PT.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Mais tarde, a ministra do STF Rosa Weber negou liminar à defesa do ex-presidente, que pedia a anulação da operação desta sexta por conflito de atribuição entre o MPF e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), já que ambos investigam os mesmos fatos sobre os mesmos imóveis, um sítio em Atibaia (SP) e um apartamento no Guarujá. "Os próprios órgãos investigadores não reconhecem a existência do conflito de atribuição, e o entendimento do STF é no sentido de que não cabe à eventual parte interessada provocar a competência da Corte para que decida sobre suposto conflito suscitado arbitrariamente", disse a ministra.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O ex-presidente depôs durante toda a manhã e após ser liberado, antes de voltar para casa, seguiu para a sede do diretório nacional do PT em São Paulo. À tarde, Lula fez um pronunciamento dizendo estar indignado e que se sentiu como um "prisioneiro", mas que está disposto a percorrer o País para defender o projeto petista de governo. "Hoje, na minha vida, é o dia da indignação, é o dia da falta do respeito democrático, o dia do autoritarismo. Tentaram matar a jararaca, mas não acertaram na cabeça, acertaram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve. Agora vão ter que me enfrentar nas ruas".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Lula reiterou que o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, sob suspeita de ser sua propriedade, não é dele. "Agora eu não posso usar a chácara porque é crime". Segundo Lula, o País é "vítima do espetáculo midiático que coloca como corrupção um barco de R$ 4 mil da Dona Marisa". Ele se referia ao barco usado pela ex-primeira-dama no lago do sítio. Lula criticou a divulgação da compra de dois pedalinhos também usados no sítio. "...se preocupando com pedalinho de R$ 2 mil que ela (Marisa) comprou para os netos, se preocupando porque eu estou utilizando chácara de um amigo. Eu uso a do amigo porque os inimigos não me oferecem. Os Marinhos não me oferecem o triplex deles em Paraty", afirmou, citando casa construída em área de proteção ao meio ambiente na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro, que é motivo de investigações por denúncias de crime ambiental e que pertenceria à família proprietária das organizações Globo.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um "espetáculo midiático" e disse que "hoje quem condena as pessoas são as manchetes". "A minha indignação é pelo fato de seis horas da manhã terem chegado na minha casa vários delegados, aliás, muito gentis, pedindo desculpas, que estavam cumprindo uma decisão judicial e a decisão era do juiz (Sérgio) Moro", disse Lula. "Não devo e não temo", completou.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Em relação às palestras realizadas pelo ex-presidente e negociadas por meio do Instituto Lula - a instituição também foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta sexta -, Lula comentou: "sou, sim, um dos palestrantes mais caros do mundo. Só fico atrás do Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos). Cobro US$ 200 mil, sim, porque sei o que fiz para este país".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Embora o Palácio do Planalto já esperasse alguma ação da Lava Jato contra Lula esta semana, foi surpreendido com o mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente e os de busca e apreensão envolvendo membros da sua família e pessoas próximas. A presidenta Dilma Rousseff manifestou em nota seu "integral inconformismo" com a condução coercitiva de Lula e classificou a medida como "desnecessária", lembrando que Lula já foi "por várias vezes" prestar esclarecimentos às autoridades de forma espontânea. A presidenta defendeu que o respeito aos direitos individuais pressupõe a adoção de medidas proporcionais "que jamis impliquem em providências mais gravosas do que as necessárias para o esclarecimento de fatos". O presidente do PT, Rui Falcão, pediu que todos os diretórios estaduais entrem em vigília e disse que o momento é de mobilização dos militantes.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-HEEmhudi5hSwom8UlS7yGcm5vYsJbxnAGadBTArg7T4kKaYlDncQnQ_xaKMrN7t9NWFN-Ae1ifLR83EuYTEpUDN54CxaTl35Rbsi_Tk2wdmx1w7CwwOUoctJBjIpBLGLqOeyFis2FXw/s1600/Lula+povo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="388" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-HEEmhudi5hSwom8UlS7yGcm5vYsJbxnAGadBTArg7T4kKaYlDncQnQ_xaKMrN7t9NWFN-Ae1ifLR83EuYTEpUDN54CxaTl35Rbsi_Tk2wdmx1w7CwwOUoctJBjIpBLGLqOeyFis2FXw/s640/Lula+povo.jpg" width="640" /></a></div>
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<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A mais recente fase da Lava Jato ocorreu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Foram alvo de mandados de busca cumpridos pela PF nesta sexta, além do ex-presidente, a empresa de palestras de Lula, a LILS, o Instituto Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e os filhos do ex-presidente Fabio Luis, Sandro Luis, Luis Cláudio e Marcos Claudio, que têm participação em empresas investigadas. Além deles, a PF também fez buscas em endereços ligados a Paulo Okamoto, atual presidente do Instituto Lula, e ao ex-presidente do instituto José de Filippi Júnior, assim como a uma secretária de confiança de Lula. O MPF chegou a pedir a prisão temporária de Okamoto e José de Filippi, assim como a de um executivo da empreiteira OAS, mas Sergio Moro rejeitou. Em vez disso, os três foram levados pela PF para prestar depoimento. Segundo o MPF, estão sendo investigados pagamentos feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, em razão de suspeitas levantadas pelos ingressos e saídas dos valores.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A Receita Federal, que colabora na Lava Jato, disse haver uma possível "confusão operacional financeira" entre o Instituto Lula e a LILS Palestras, a primeira isenta de impostos e a segunda com receitas tributadas. No último sábado, durante comemorações pelo aniversário do PT, Lula disse que tinha sido informado de que teria seus sigilos bancário, telefônico e fiscal quebrados. "A partir de segunda-feira vão quebrar meus sigilos fiscal, telefônico, tudo, meu, da Marisa, da minha netinha e até da minha mãe. Esse é o preço? Eu pago", disse Lula. "Mas eu duvido que tenha um mais honesto do que eu".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Procuradas, Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão disseram que não se pronunciariam sobre o assunto. Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez ainda não tinham respondido a pedidos de comentários até o fechamento desta edição. A UTC disse que a LILS Palestras foi contratada para uma conferência de Lula, em dezembro de 2012, na sede da empresa em São Paulo. A companhia afirmou ter repassado ao MPF a documentação relacionada ao evento.</span>Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-88644865370991192752016-09-11T20:15:00.002-07:002017-04-06T16:34:43.748-07:00A ENTREVISTA ATRAPALHADA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTObIZqxs8q0-P-SXGMqyvaX96yynqrmKpyjx59Wj9CovSglUEiyivubdDbx87JUaaJXgM34JdQja1HeRHAokHXN7Phf65y2XmE1VxPmqhyphenhyphenNGTffYmT-G88dNwMhUgjTO71OcE10rbQv8/s1600/sargento+getulio.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTObIZqxs8q0-P-SXGMqyvaX96yynqrmKpyjx59Wj9CovSglUEiyivubdDbx87JUaaJXgM34JdQja1HeRHAokHXN7Phf65y2XmE1VxPmqhyphenhyphenNGTffYmT-G88dNwMhUgjTO71OcE10rbQv8/s400/sargento+getulio.jpg" width="260" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A revista tinha entrado de vez em sua fase ágil, dinâmica, colorida, alegre e com textos cada vez mais curtos, toda a importância, quase, pra foto, de preferência de gente bonita, sensual, sobretudo famosa, condições fundamentais pra que a matéria, no crivo implacável da chefia da outra capital, ganhasse mais do que as habituais duas páginas. Nesses casos, em alguns deles na verdade, vinha o e-mail estimulador do comandante maior, acima da redação, o elogio monossilábico, no ponto, numa palavra só e com o indispensável ponto de exclamação: “show!”. Ou então a sagacidade dele, garotão de menos de quarenta bem arrumado, sempre de terno, que lembrava do título de uma música conhecida pra definir, sucinto, esperando talvez urros da chefia da sucursal e dos repórteres à sua volta: “simply the best!” </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O entrevistado até tinha alguma fama, mas não nos índices medidos pelo ibope, que realmente contavam pra chefia da outra capital, da redação e acima dela, do garotão. Beleza e sensualidade também não eram lá seus principais atributos e pra completar a pauta não poderia ser o tradicional pingue-pongue de três páginas, por algum motivo que hoje foge à memória, se já havia sido feita alguma entrevista com ele antes ou não, não se sabe ao certo. Sabe-se é que, além do nervosismo inevitável, dado o tamanho do personagem, o repórter não estava muito à vontade, nem sabia direito o que fazer, como entrevistar o sujeito que abriu a porta do apartamento dele no Leblon com a cara risonha, conhecida do autor do Sargento Getúlio e de Viva o Povo Brasileiro.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i>O resultado da entrevista, na linha editorial da revista, tá aí embaixo.</i></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b>Revista Istoé Gente, edição 142, de 22 de abril de 2002</b></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>“Não estou sem beber álcool, só não estou enfiando o pé na jaca”.</b></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ele voltou a fumar um ou outro cigarro por dia. Toma uma dose de uísque de vez em quando, apesar de o guaraná ser a bebida mais consumida ultimamente. “Não estou sem beber álcool, só não estou enfiando o pé na jaca”, afirma. Baiano de Itaparica radicado no Rio de Janeiro, João Ubaldo Ribeiro não consegue se livrar totalmente de alguns vícios. O da escrita é um deles. Aos 61 anos, ele está em primeiro na lista de </span><i style="background-color: white; color: #333333; font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif;"><b>Gente</b></i><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> com </span><i style="background-color: white; color: #333333; font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif;">Diário do Farol</i><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">, o 18º livro da carreira. Com o livro concluído, o tempo livre aumenta. Ubaldo costuma acordar cedo, lá pelas 7h, 8h. Duas horas mais tarde vai até o calçadão do Leblon, onde caminha por 20 minutos. “Detesto andar. Faço isso todos os dias porque sou chantageado por médicos e pela família”, diz. “Dizem que vou ter morte horrorosa se não andar e que terei uma qualidade de vida terrível no ápice da velhice, se é que existe tal coisa.”</span><br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Precavido, ele já tomou uma providência para diminuir o sofrimento da via crucis diária que vem encarando: comprou um relógio com o qual marca os 20 minutos que é obrigado a caminhar. “Não passo um segundo disso”, diz ele, que reconhece a falta de condição atlética e nem se importa mais em ser ultrapassado na rua por senhoras gordas.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Depois de se exercitar, o escritor trabalha um pouco, almoça e dorme entre as 14h30 e 18h. Ao acordar, volta a escrever até as 2h da madrugada. As visitas ao botequim Flor do Leblon não têm hora certa, mas elas acontecem pelo menos uma vez ao dia. Apesar do aparente bom humor, Ubaldo confessa a dificuldade em conviver com a velhice e cita o amigo Jorge Amado para explicar o que sente. “O Jorge dizia que já tinham lhe falado muito das alegrias da velhice, mas não lhe apresentaram nenhuma. Comigo é a mesma coisa. Só conheço a preguiça de me abaixar, me cansar para botar sapato”, diz.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjv4cldW8XCeORgukdaTmL9O68VNt0afnvsTJKagkj2dh_8yJd1AtxvuhqqFB3juEfDAtkxHO_H7WM6CPjrMAiUWUSZ3xJkaEZGXj8gxp2DHUafx62xMTXerkmH6zKExxnwvb_pzBHCIc/s1600/Jo%25C3%25A3o+Ubaldo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjv4cldW8XCeORgukdaTmL9O68VNt0afnvsTJKagkj2dh_8yJd1AtxvuhqqFB3juEfDAtkxHO_H7WM6CPjrMAiUWUSZ3xJkaEZGXj8gxp2DHUafx62xMTXerkmH6zKExxnwvb_pzBHCIc/s320/Jo%25C3%25A3o+Ubaldo.jpg" width="209" /></a><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Testemunha da amizade entre Ubaldo e Jorge Amado, a escritora Zélia Gattai lembra de uma história ocorrida em Lisboa, nos anos 80, quando Ubaldo morava em Portugal. Os três amigos foram às compras e, numa loja, Zélia notou que a vendedora olhava fixamente para o autor de <i>Gabriela</i> e<i>Capitães de Areia</i> e perguntou no ouvido de Ubaldo se aquele não era Jorge Amado, escritor das novelas brasileiras. Na época, a novela Gabriela, baseada no romance de Jorge, era sucesso em Portugal. “João Ubaldo não só confirmou como disse que às vezes o Jorge escrevia com o pseudônimo de Janete Clair (<i>novelista autora de sucessos como Irmãos Coragem e Selva de Pedra</i>)”, contou Zélia. “A moça achou que o Jorge escrevia as novelas brasileiras e, graças ao João Ubaldo, deve estar achando até hoje.”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1993, o imortal que, por preguiça, raramente vai à ABL não opina sobre a possível entrada de Paulo Coelho na academia. Quanto às eleições presidenciais, pensa em Lula, mas não declara voto. O novo livro é o que ocupa seus pensamentos. Para Ubaldo, a história do padre que chega às raias da crueldade, sem qualquer senso moral, não é tão inverossímil quanto possa parecer. Tanto que compara o personagem que pensa em cortar o pai em pedacinhos com um dos crimes cometidos pelo traficante Fernandinho Beira-Mar, no Rio. “Ele dizia no telefone aos compars</span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">as: ‘Corta um pedaço da orelha, agora um dedo’. Então não é uma coisa tão incomum.”</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-24185277345469211512016-08-31T13:22:00.001-07:002017-04-06T16:34:54.312-07:00GOLPE<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Por mais que já fosse esperado, há que se postar alguma coisa na data de hoje, só pra registro.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><i><br /></i>
<i>A matéria abaixo saiu assinada no alto da página, ao lado da palavra 'editor'. A foto de abertura é do Ricardo Stuckert.</i></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b>
<b>Jornal do Commercio, edição de sexta-feira, primeiro de abril de 2016</b></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b>
<b>"Eu lamento que o vice eleito na nossa chapa, com o nosso programa, participe agora de um impeachment sem base legal. Isso tem nome. É golpe".</b></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA_KgDShRfcOTU75dGenPqtD1w72kmCaYj84cXgcL0aTNlMveYyu9tRpfVmh7oOiaA7ValP-9TcdgO9je-HX7mPO7c-IH7PRElv3BX4M7saqgQDeHMq6Dl9Txl67gBCIMHW0yq5wUNnWA/s1600/Pra%25C3%25A7a+da+S%25C3%25A9+contra+o+golpe.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjA_KgDShRfcOTU75dGenPqtD1w72kmCaYj84cXgcL0aTNlMveYyu9tRpfVmh7oOiaA7ValP-9TcdgO9je-HX7mPO7c-IH7PRElv3BX4M7saqgQDeHMq6Dl9Txl67gBCIMHW0yq5wUNnWA/s640/Pra%25C3%25A7a+da+S%25C3%25A9+contra+o+golpe.jpeg" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Centenas de milhares de pessoas contrárias ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff realizaram ontem, em todo o País e no exterior, manifestações em favor da democracia e contra o que classificam de golpe dos opositores contra o resultado das eleições presidenciais de 2014. O protesto principal, convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), reuniu cerca de 200 mil pessoas em Brasília, segundo os organizadores, para uma marcha do estádio Mané Garrincha até o Congresso Nacional. Também houve manifestações no Rio de Janeiro, em São Paulo, Porto Alegre, São Luís, Fortaleza, Recife, Maceió e Aracaju, entre outras cidades, incluindo todas as capitais dos 26 estados do País.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">No maior ato pró-Dilma já realizado em Brasília, o Partido dos Trabalhadores, apoiado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, por entidades sindicais e movimentos sociais, reuniu milhares na Esplanada dos Ministérios, especialmente em frente ao Congresso. A data coincidiu com os 52 anos do Golpe de 1964, quando o regime militar destituiu o então presidente João Goulart, dando início à ditadura no Brasil. Políticos do PT e de legendas contrárias à destituição de Dilma do poder participaram do ato. A expectativa da Jornada Nacional em Defesa da Democracia era reunir 150 mil pessoas. De acordo com os organizadores, esse número teria chegado a 200 mil - cinco vezes mais que o registrado pela PM, que mantece 870 policiais e 206 bombeiros na região central da cidade. Na alameda dos estados, em frente ao Congresso, se concetrou um carro de som onde lideranças e políticos discursavam contra o "golpe à democracia, contra o povo e a Constituição".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Entoando canções de artistas nacionais, como Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, manifestantes se emocionavam e gritavam palavras de ordem pró-Dilma, pela democracia e contra o "golpe". Apresentações musicais e o estouro de fogos de artifício marcaram alguns momentos do evento. A todo momento, o processo de impeachment da presidenta da República, em análise na Câmara dos Deputados, era tratado como uma ação golpista de tomada do poder por grupos de direita. No trajeto rumo à Esplanada, os manifestantes eram recebidos com aplausos e o apoio de hóspedes do Setor Hoteleiro Sul.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Artistas que estiveram no Palácio do Planalto mais cedo em uma solenidade com a presidenta Dilma, como a atriz Letícia Sabatella e o cartunista Ziraldo, discursaram contra o impeachment. Ainda no estádio, entidades como a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Movimento dos Sem Terra (MST), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura e sindicatos filiados à CUT foram identificadas. O clima era de harmonia e muitas crianças acabaram levadas à manifestação. Por volta das 21h30, o grupo já começava a se dispersar.</span><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRTXcXnYoubFych1zfyRpBTqTqYfiRsZbLfTXQSrIGOXT5XFYKIo6KnHGPW0aE7jtLl9L4CgAZGJw4fWqtIy-XswcDrWJ3OJs4iozWgWHs6FcWgwC6NrMLW3lFuTDyHxqIKzhyphenhyphen_VKIEVU/s1600/Lula+sindical.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRTXcXnYoubFych1zfyRpBTqTqYfiRsZbLfTXQSrIGOXT5XFYKIo6KnHGPW0aE7jtLl9L4CgAZGJw4fWqtIy-XswcDrWJ3OJs4iozWgWHs6FcWgwC6NrMLW3lFuTDyHxqIKzhyphenhyphen_VKIEVU/s400/Lula+sindical.jpg" width="400" /></a><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Esperado no evento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua participação, mas enviou uma gravação veiculada pelos organizadores. No áudio, Lula criticou o processo de impeachment contra Dilma e voltou a dizer que impedimento sem base legal é golpe. O ex-presidente afirmou que o brasileiro "não fecha os olhos" para os problemas do País, mas também não aceita "andar pra trás". Mesmo sem citar o vice-presidente Michel Temer ou o PMDB diretamente, Lula segue na estratégia alinhada com o Planalto de evidenciar o risco de regressão de direitos sociais num eventual governo Temer.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Lula também reforçou o argumento petista de que Dilma não cometeu crime de responsabilidade e que, portanto, seu impeachment seria golpe. "A sociedade brasileira sabe o quanto custou recuperar a liberdade e a legalidade, quanta luta, quanto sacrifício, quantos mártires. E nessas três décadas de vida democrática, aprendemos que um grande país se constrói caminhando sempre adiante, consolidando e conquistando novos direitos coletivos e individuais", afirmou Lula no vídeo postado à tarde nas redes sociais.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Em São Paulo, além do repúdio ao impedimento da presidenta, o vice-presidente Michel Temer foi um dos principais alvos do protesto pró-governo. A Frente Brasil Popular, grupo que reúne entidades sociais e partidos de esquerda contra o impeachment, reuniu milhares de pessoas na Praça da Sé, em um ato marcado também por críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo os organizadores, foram 50 mil manifestantes. Já a Polícia Militar calculou 18 mil participantes. Escalado para falar em nome do PT, o presidente do diretório estadual do partido em São Paulo, Emidio de Souza, chamou o vice-presidente de golpista. "Temer poderia passar para a história do Brasil como constitucionalista, mas junto com o (Eduardo) Cunha vai passar para a história como golpista".</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ-LARN123mqPzDzLomXt724a4FYxg3gShkVVeYKinjZzvXQp8A5mffG2Z3pvb2URBP4uDEQ-oU0tRJWKLT4fDFE7poKOGXPcTfORyzzK_007x13OWbsSAqwvmd89V7BfCkCswEbiMeek/s1600/PMDB+golpista.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ-LARN123mqPzDzLomXt724a4FYxg3gShkVVeYKinjZzvXQp8A5mffG2Z3pvb2URBP4uDEQ-oU0tRJWKLT4fDFE7poKOGXPcTfORyzzK_007x13OWbsSAqwvmd89V7BfCkCswEbiMeek/s400/PMDB+golpista.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Depois de chamar Cunha de "ladrão do erário público", Emidio usou as acusações contra o presidente da Câmara para desqualificar o processo de impeachment contra Dilma. "Eles falam muito em ética, mas se gostassem de ética não botavam um ladrão como Eduardo Cunha para cuidar do processo de impeachment". Emidio também ironizou o desembarque do PMDB do governo. "O Brasil está vivendo o terceiro dia sem o PMDB no governo desde a Nova República".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O presidente nacional do PT, Rui Falcão, adotou um tom mais brando mas também não poupou Temer. "Eu lamento que o vice eleito na nossa chapa, com o nosso programa, participe agora de um impeachment sem base legal. Isso tem nome. É golpe", disse Falcão. Segundo ele, os ministros peemedebistas que se recusam a seguir a decisão da direção partidária de desembarcar do governo "não coadunam com aquele ato que alguns chamaram de farsa".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">No Rio, o ato contra o impeachment da presidenta Dilma, realizado no Largo da Carioca, no Centro, reuniu cerca de 50 mil, contou com a participação de artistas e, além da defesa da democracia, lembrou as vítimas da ditadura militar. O cantor e compositor Chico Buarque esteve na manifestação e falou brevemente ao público. O artista afirmou que havia no ato quem votou no PT e em outros partidos, mas, sobretudo, pessoas que não colocam em dúvida a integridade da presidenta Dilma Rousseff. Chico lembrou do golpe de 1964 e pediu o fortalecimento da democracia. "Estamos aqui em defesa intransigente da democracia", disse. O compositor fez uma selfie acompanhado de lideranças do PT, inclusive Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do ex-presidente Lula.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-Z68W15T7p0xF4XKPcOyFXDbbE0cMG-I4AFyQA5gNMyaq7Qnz0ds572Gx56-V4ACTPgLXUeMA6bRT55PEsj0s1UUsC5DZyhySCFOqwn1SFcf7rlh02nhgfif2nwbwVJ4xDXLEskm750A/s1600/Globo+golpista+ao+vivo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-Z68W15T7p0xF4XKPcOyFXDbbE0cMG-I4AFyQA5gNMyaq7Qnz0ds572Gx56-V4ACTPgLXUeMA6bRT55PEsj0s1UUsC5DZyhySCFOqwn1SFcf7rlh02nhgfif2nwbwVJ4xDXLEskm750A/s400/Globo+golpista+ao+vivo.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Na manifestação, houve muitas críticas ao PMDB, à mídia, principalmente a Rede Globo, e a Eduardo Cunha. O juiz Sergio Moro, responsável pelo processo da operação Lava Jato na primeira instância, também não foi poupado. Os participantes gritaram palavras de ordem, como "não vai ter golpe, vai ter luta". Em repetidas vezes, os manifestantes cantaram a música Vou festejar, sucesso de Beth Carvalho, cujo refrão diz: "você pagou com traição a quem sempre te deu a mão". Os militantes pediram a renúncia de Temer, junto com a saída do PMDB do governo. Houve um minuto de silêncio para lembrar as vítimas da ditadura militar no Brasil. O ato foi organizado pelos movimentos sociais Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, composto por sindicatos, associações de trabalhadores, estudantes e camponeses.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Em Belo Horizonte, a manifestação contra o impeachment, na Praça da Estação, no Centro, foi conduzida basicamente por artistas locais e reuniu 35 mil, nas contas de organizadores. Poucos políticos participaram do ato, organizado pela Frente Brasil Popular. "Existe um movimento golpista no Brasil que precisa acabar. Caso isso não aconteça, o MST vai se manifestar diariamente em todo o País", disse o coordenador do MST em Minas Gerais, Silvio Neto. Em Salvador, de acordo com os organizadores, 20 mil pessoas participaram da manifestação. No Recife, o cálculo era de 90 mil na Praça do Derby, na região central da cidade. Também houve atos em outras capitais, como Campo Grande, João Pessoa, Florianópolis, Curitiba e Natal.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O PMDB comandado por Temer apresentou, ainda no ano passado, o programa do partido chamado "Uma ponte para o futuro". De teor liberal, o texto é considerado um plano para a possível gestão Temer, se o impeachment vingar. O plano traz propostas como reduzir o tamanho do Estado, desburocratizar licenciamentos ambientais, ampliar o espaço de atuação da iniciativa privada e, o que gera mais polêmica com centrais sindicais e movimentos sociais, uma 'flexibilização' de regras trabalhistas, dando mais poder à negociação direta entre patrões e empregados ou entidades de classe e menos à legislação. Centrais veem a proposta como um perigoso enfraquecimento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinCQ6U21SKOXAIa_L2AVnkyK0diS_v76hGYGk0SfxhOWdaZP01In2elR6NNdnGuZ4oUFVoXA7m8-zjqB6ASEfblFTihignxVp1lzTFl2MVRetYrmvQNYCIdMZn__2LtYsA-0RD1yZ5IEc/s1600/dilma-ditadura1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinCQ6U21SKOXAIa_L2AVnkyK0diS_v76hGYGk0SfxhOWdaZP01In2elR6NNdnGuZ4oUFVoXA7m8-zjqB6ASEfblFTihignxVp1lzTFl2MVRetYrmvQNYCIdMZn__2LtYsA-0RD1yZ5IEc/s640/dilma-ditadura1.png" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Os organizadores do protesto a favor do governo da presidenta Dilma Rousseff em Porto Alegre afirmaram que 80 mil pessoas participaram do ato desta quinta-feira, que começou às 17 horas com uma concentração na Esquina Democrática, histórico reduto de manifestações populares da cidade. Diversas lideranças sociais e políticas discursaram do alto de um carro de som, entre elas o ministro Miguel Rossetto. Em uma breve fala, ele pediu que os militantes convençam os deputados a votar contra o processo de impeachment da presidenta.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Rossetto também falou sobre o lançamento da fase três do Minha Casa Minha Vida e disse que "os golpistas" vão acabar com o programa, uma das principais bandeiras da administração petista. Assim como nos outros estados brasileiros, a defesa do mandato de Dilma foi o mote central do protesto, organizado por grupos sindicais e sociais ligados ao PT. Os cartazes e os gritos dos manifestantes no chão reforçavam o discurso das lideranças que subiam no carro de som. As principais críticas se dirigiram ao processo de impeachment. "Não vai ter golpe" foi a frase mais entoada pelos participantes. Também houve críticas ao vice-presidente da República e ao presidente da Câmara dos Deputados. Em vários momentos os manifestantes cantaram: "ô, Cunha, pode esperar, a tua hora vai chegar".</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O protesto transcorreu de forma pacífica. Após o discurso de Rossetto, pouco depois das 20 horas, a multidão deixou a concentração e fez uma passeata saindo da Avenida Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, na zona central da cidade. Lá, a mobilização seguia no decorrer da noite, com apresentações culturais.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O ato de apoio ao governo se repetiu em algumas cidades no exterior, como Berlim, Lisboa, Londres e Paris. Em Buenos Aires, cerca de 150 argentinos e brasileiros marcharam pelo centro da capital argentina. O ponto de encontro do ato foi a Embaixada do Brasil e os manifestantes seguiram em passeata até o tradicional Obelisco.</span>Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-86656716177132870662016-08-23T13:25:00.002-07:002017-04-06T16:35:28.015-07:00OLÍMPICO.<div style="background-color: white; color: #222222; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">
Anteontem, ele encerrou os Jogos Olímpicos de 2016, aqui no Rio de Janeiro. E na entrevista abaixo, treze anos mais novo, ele trabalhava pela segunda vez para trazer a Olimpíada para o Brasil, seis anos antes da terceira e enfim vitoriosa tentativa.</span></div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-3402162317667456189" itemprop="description articleBody" style="background-color: white; color: #222222; line-height: 1.4; position: relative; width: 690px;">
<div style="font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0AUpQ0HnIEsvkWoRykxoRdmm-mKErQRFwZjcvaLWsF9MExiUHlW8Jh892EMMIefxSxYmofmGwS49WGzxWKPbLjKZBWGq-Cg3iu1Yy3jAbEfEypzIlPR5WxXmeSS1l_zPfA_5lf3tJIE8/s1600/Nuzman+1964.png" imageanchor="1" style="clear: left; color: #888888; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-decoration: none;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0AUpQ0HnIEsvkWoRykxoRdmm-mKErQRFwZjcvaLWsF9MExiUHlW8Jh892EMMIefxSxYmofmGwS49WGzxWKPbLjKZBWGq-Cg3iu1Yy3jAbEfEypzIlPR5WxXmeSS1l_zPfA_5lf3tJIE8/s400/Nuzman+1964.png" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="400" /></a></div>
<div style="font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b>Revista Istoé Gente, edição 208, de 28 de julho de 2003</b></span></div>
<div style="font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><br /></b></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #333333;"><b>"Saímos de Paris, onde jogamos uma partida e fizemos quatro escalas até Tóquio. Na última delas, no Camboja, permanecemos horas dentro do avião por causa da guerra do Vietnã".</b></span></span></div>
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<br /></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Ele já disputou uma Olimpíada como atleta, foi o principal responsável pela evolução do voleibol brasileiro – durante os 21 anos em que presidiu a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), de 1975 a 1996 – e trouxe para o País os Jogos Panamericanos de 2007, quando o Rio de Janeiro venceu San Antonio na primeira derrota de uma cidade americana. Agora, o desafio do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, 61 anos, é maior: trazer para o Brasil os Jogos Olímpicos de 2012, numa disputa com outras oito cidades (Havana, Istambul, Leipzig, Londres, Madri, Moscou, Nova York e Paris), cujo resultado será divulgado em julho de 2005. </span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Lembrando que o esporte o ajudou a superar a morte da mãe, quando tinha 10 anos, Nuzman promete se empenhar ao máximo na briga pela Olimpíada. “Os Jogos abrem as possibilidades de crescimento de um país, e o Brasil precisa disso”, diz o pai de Larissa, 20, filha de seu casamento com Patrícia Nuzman, e padrasto de Ana Rita, 22, e Ana Clara, 20, filhas da atual mulher, a jornalista Márcia Peltier, com quem está casado há 5 anos.</span></span></div>
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<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><strong>Após a tentativa frustrada de trazer a Olimpíada de 2004 para o Rio, acha que agora a cidade tem chances?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />A Rio 2004 foi uma candidatura política. O próprio Comitê Olímpico Internacional mudou o sistema depois, obrigando os comitês olímpicos nacionais a estarem na linha de frente das candidaturas. Naquela ocasião, o COB meramente emprestou o nome e deu apoio. Não acreditava na vitória naquela época.</span></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><strong><span style="color: #003399;">E agora, acredita na vitória do Rio?</span></strong><br />Apesar de ser a candidatura mais difícil de todas, porque as cidades envolvidas são as principais do mundo, o Rio, como São Paulo também faria se fosse escolhida, parte de um processo mais pé no chão. Temos um dossiê feito em nível internacional e as garantias políticas e financeiras dos governos federal, estadual e municipal.</span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><strong>Na condição de carioca, como manteve a imparcialidade na escolha do COB entre Rio e São Paulo?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />Segui o que o COI exige como termos de candidatura. Foi instituída a comissão de avaliação, o colégio eleitoral, e eu me abstive de votar. Também não participei das visitas e nem das reuniões da comissão, que era formada quase que só por pessoas de fora do Rio e de São Paulo. A partir do momento que me coloquei dessa maneira, fiquei à vontade para dirigir o processo.</span></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><strong>Torceu pelo Rio?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />Não. Torci pela decisão que melhor repercutiria internacionalmente. Nessa disputa o Rio teve a vantagem de ter sido escolhida para sediar o Pan de 2007, porque, graças a isso, a cidade já tinha um dossiê aprovado pela Organização Desportiva Panamericana (Odepa). Lógico que o orçamento de um Pan é de US$ 225 milhões e, numa Olimpíada, falamos em alguns bilhões de dólares, mas a vitória no Pan 2007 não deixou de ajudar.</span></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><strong>Acha que a violência na cidade pode atrapalhar a candidatura?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />Existe essa questão, só que aqui você sabe quem é o inimigo. Quando há terrorismo não se sabe, e isso não passa pelo Rio. Se a violência é um problema para nossa candidatura, o terrorismo é um problema muito maior para nossas principais adversárias, e não é só Nova York. A Inglaterra e a França também convivem com isso, a Rússia, enfim, todas as cidades têm problemas ou de segurança, como nós, ou de terrorismo. É inevitável, só que aqui temos como identificar o inimigo e combatê-lo.</span></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><strong>Como seria esse combate?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />A linha do COI é que o projeto de segurança de uma cidade olímpica apresente um comando único nessa área, que deve ser exercido por um general, até por questão hierárquica. Todas as polícias e, se preciso, as Forças Armadas, devem estar subordinadas a esse general, que trabalharia em conjunto com uma assessoria de segurança internacional.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>A poluição de lugares como a Baía de Guanabara, onde seriam as provas de iatismo, preocupa?</strong></span><br />É uma questão importante e não poderá ser apresentada da forma que está. O meio ambiente hoje é um dos pilares no movimento olímpico. Tem de haver uma apresentação de solução, sim. Dou o exemplo de Pequim, que tem um nível de poluição maior que o Rio e, para sediar a Olimpíada de 2008 está executando um trabalho magnífico.</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfgK0Wcyvltyo_oV6SAMlzLYRf4yrEZ6ZbYt2WCy1lrfwVoEYqbs4R4VwJo3OXyHqaIyZ-4zLNzGy7mqFRoulRDyWqH9LLCmp5vURb_3KO_1ltXNniQyZc1O4xvhHCUegRBcnT_x5BM0o/s1600/Nuzman+revista.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; color: #888888; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-decoration: none;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfgK0Wcyvltyo_oV6SAMlzLYRf4yrEZ6ZbYt2WCy1lrfwVoEYqbs4R4VwJo3OXyHqaIyZ-4zLNzGy7mqFRoulRDyWqH9LLCmp5vURb_3KO_1ltXNniQyZc1O4xvhHCUegRBcnT_x5BM0o/s400/Nuzman+revista.jpg" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 13.2px;"><br /></span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Pensa em usar estrelas do esporte, como Ronaldinho, na campanha?</strong></span><br />É importante porque são pessoas com repercussão internacional e que trazem o apoio da população, porque você tem de apresentar ao COI índices de pesquisas mostrando que a população da cidade apoia os jogos. Mas essas estrelas não influem na votação. O próprio presidente do COI (<i>o belga Jacques Rogge</i>) ironizou o estardalhaço que Londres fez com o David Beckham, dizendo que seria uma honra ter o jogador e a mulher dele (<i>a ex-spice girl Victoria Beckham</i>) na campanha, mas que isso não renderia votos aos ingleses. Mas penso em usar essas estrelas, inclusive o Ronaldinho. Seria interessante, porque ele é carioca e trabalha em Madri, outra cidade candidata. Aliás, é engraçada a situação do Real Madri, um time que tem representantes da Inglaterra (<i>Beckham</i>), França (<i>Zidane</i>) e Brasil nessa disputa.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Trazer uma Olimpíada ao Brasil seria o ápice de sua carreira?</strong></span><br />É um grande desafio e um desejo de retribuir ao Brasil e ao esporte o que fizeram por mim. Perdi minha mãe (<i>Esther Nuzman</i>) com 10 anos de idade e foi o esporte que me levantou. Aprendi muita coisa fora de casa, praticando esporte, porque não tinha quem me ensinasse. O esporte foi a alavanca que me ajudou a passar por grandes encruzilhadas, aqueles momentos em que você escolhe o caminho do bem ou do mal. Naquele momento em que estava fragilizado, com 10 anos, meu pai e meus avós me levaram para o esporte. Fui nadar e jogar tênis no Fluminense, depois é que o vôlei entrou na minha vida.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><strong><span style="color: #003399;">Como foi a morte de sua mãe?</span></strong><br />Ela morreu queimada, dentro de casa, num acidente com o aquecedor do banheiro. Riscou um fósforo que caiu num vidro de álcool que estava aberto. Uma fatalidade. Ficou o trauma. Só comecei a falar sobre isso depois de disputar o mundial de vôlei de 1962, pela Seleção Brasileira. Aliás, não assisti ao casamento de minha única irmã (<i>Elisa, falecida em 1993, de câncer</i>) para viajar com a seleção. Daquela fragilidade inicial passei a ter a personalidade de saber o que representava ir a um mundial. Isso foi o esporte que me deu, e sei que ele pode dar aos outros, até para melhorar a questão social do Brasil.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>O senhor também passou por outra tragédia familiar, com a morte de sua primeira mulher, Patrícia...</strong></span><br />Prefiro não falar sobre isso, até pelas circunstâncias. (<i>Patrícia morreu em 1996 ao cair de um prédio, na zona sul carioca</i>.)</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Que experiências guarda da época em que jogava vôlei?</strong></span><br />Joguei até os 30 anos e participei dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964. Ficamos em sétimo entre 10 equipes. Era tudo diferente. Os uniformes eram os mesmos de uma competição para outra, cada um comprava seu tênis e levava a própria bolsa com material para os treinos. Me lembro que saímos de Paris, onde jogamos uma partida e fizemos quatro escalas até Tóquio. Na última delas, no Camboja, permanecemos horas dentro do avião por causa da guerra do Vietnã. No Japão, ficamos em casas que tinham sido construídas para os soldados americanos que lutaram na guerra da Coréia (<i>entre 1950 e 1953</i>).</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Foi sua única Olimpíada?</strong></span><br />Foi. Em 1968 fui convocado para os jogos do México, mas trabalhava como advogado no escritório do meu pai (<i>o advogado Izaac Nuzman, falecido em 1988</i>), que não me deu colher de chá. Naquela época tinha esse problema ainda. Jogador de vôlei tinha de trabalhar fora do esporte para se sustentar. Mas como já tinha disputado uma Olimpíada, já tinha entrado no grupo dos atletas olímpicos, e o Brasil não ia brigar por medalha mesmo, não me chateei tanto.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>É verdade que tentou ser técnico de vôlei?</strong></span><br />Tentei, mas não tive paciência. Fiquei dois meses treinando o time da Hebraica, no Rio, mas achava que a garotada não aprendia tão rápido quanto eu achava que devia. A paciência que não tinha como técnico fui ter quando me tornei dirigente.</span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; font-family: arial, tahoma, helvetica, freesans, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6HiDsmO7tw2fB4PHOzhMvV86vXoz2hC8DUtb6N6-OsgZ5xK7joKF0Ntg-_-n0NJjYwKDxYYlyFNP8OdaR7AinSMdivPcn_SmTNOWsPYnDafCbia-HteqZY0hk2H0JB-slAEv-872mU6E/s1600/Nuzman+ol%25C3%25ADmpico.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; color: #888888; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-decoration: none;"><img border="0" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6HiDsmO7tw2fB4PHOzhMvV86vXoz2hC8DUtb6N6-OsgZ5xK7joKF0Ntg-_-n0NJjYwKDxYYlyFNP8OdaR7AinSMdivPcn_SmTNOWsPYnDafCbia-HteqZY0hk2H0JB-slAEv-872mU6E/s400/Nuzman+ol%25C3%25ADmpico.jpg" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 1px 1px 5px; padding: 5px; position: relative;" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Como assim?</strong></span><br />O marco de minha experiência política foram os conselhos do presidente João Havelange (<i>ex-presidente da Fifa</i>) depois que perdi a eleição para o COB em 1979. Ele me disse, quando voltávamos da Olimpíada de Moscou (1980), que no esporte a gente tem de aprender a ter paciência. Essa lição aprendi bem. Costumo dizer que a derrota em 1979 virou vitória, porque pude fazer meu trabalho no vôlei, vendo o esporte ser campeão olímpico e mundial de várias gerações. Presidi o Conselho Mundial de Vôlei de Praia e introduzi o esporte<br />nos jogos olímpicos, vendo o Brasil ser campeão em 1996 (<i>medalha de ouro da dupla Sandra e Jaqueline</i>). Depois disso tudo é que vim a presidir o COB.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Como concilia a vida profissional, com tantas viagens, com a vida privada?</strong></span><br />A Márcia me ajuda muito. É extremamente compreensiva, amiga, me apóia como eu a apóio no trabalho dela no jornal e na televisão. Quando ela pode, acompanha nas viagens. É uma relação madura, adulta e de muito amor. Nosso entendimento é muito grande, acho até que somos um exemplo.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Como vocês se conheceram?</strong></span><br />Tinha ficado viúvo e a Márcia tinha se separado. Nos conhecíamos socialmente e de entrevistas que ela já tinha feito comigo, apesar de ela dizer que nas entrevistas eu não dizia tudo. Convidei-a para sair depois de um almoço na casa de amigos em comum e desse dia em diante ficamos juntos, e vamos estar juntos até morrer. Que demore muito.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>Alguma entrevista feita por ela com você foi mais marcante?</strong></span><br />Fiz uma, antes dos jogos de Atlanta, que ela não deve ter gostado porque não respondi quase nada. Eram aquelas perguntas sobre chance de medalhas e nunca falei sobre isso, para não prestigiar um esporte em detrimento de outros. Depois, revendo a entrevista, a Márcia reconheceu que tinha perdido o tempo dela.</span></span></div>
</div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-13737206522746764102016-08-07T10:07:00.003-07:002017-04-06T16:35:38.672-07:00PITANGUY<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrL-LxZO12EaWSumG4FmT-ubGkDxVAi9nRtw1SI0SQyEsoCflxmzLRgvKrql6Dh5mVJa3aop5Gzt4vyC7KogPLhEyF2iHJOK82NGrK5BqnSRAp_7Ne_5hyBHy4fcCrhQseNQl2tBfvZAI/s1600/Pitanguy.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrL-LxZO12EaWSumG4FmT-ubGkDxVAi9nRtw1SI0SQyEsoCflxmzLRgvKrql6Dh5mVJa3aop5Gzt4vyC7KogPLhEyF2iHJOK82NGrK5BqnSRAp_7Ne_5hyBHy4fcCrhQseNQl2tBfvZAI/s400/Pitanguy.jpg" width="379" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;">Anteontem, numa cadeira de rodas, ele carregou a tocha olímpica. Ontem, morreu em casa, à tarde, aos 93 anos, de parada cardíaca. A entrevista abaixo foi feita na clínica dele, em Botafogo. A foto dele é do Leandro Pimentel.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">
</span>
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="font-family: inherit;">Revista Istoé Gente, edição 113, de primeiro de outubro de 2001</span></b></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><b style="font-family: verdana, sans-serif;"><br /></b>
<b style="font-family: verdana, sans-serif;">"Tudo muito iluminado, e no meio dessa confusão toda me veio um pensamento que dizia mais ou menos assim: 'esteja preparado para morrer hoje, mas se possível procure viver uma eternidade'. O interessante é que não houve angústia. Senti que o difícil é viver. Morrer não é tão complicado".</b></span><br />
<br />
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">O que um profissional pode esperar da vida aos 75 anos, depois de conquistar o reconhecimento internacional, de formar 500 discípulos na escola que criou há 40 anos e de ter seu nome citado como referência no mundo quando o assunto é sua especialidade? O único desejo do cirurgião plástico Ivo Pitanguy é fazer o que sempre fez. Seja mantendo a beleza de mulheres e mitos como Sophia Loren, salvando vidas como a do piloto Niki Lauda ou operando de graça pacientes sem recursos da 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro. Três meses depois de sofrer complicações na cirurgia para a retirada de um aneurisma no abdômen, o cirurgião que já foi enredo da escola de samba carioca Caprichosos de Pilares, em 1999, retomou seu cotidiano.</span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">O mineiro de Belo Horizonte e membro da Academia Brasileira de Letras é casado há 40 anos com Marilu, pai de quatro filhos e cinco vezes avô. Nas horas vagas, se divide entre sua ilha em Angra dos Reis, onde mantém uma reserva com cerca de 400 espécies da Mata Atlântica, e a casa de Itaipava, na Região Serrana do Rio. Apesar de recusar o rótulo de <i>bon vivant</i>, o cirurgião que trabalha 10 horas por dia na sua clínica em Botafogo, zona sul carioca, onde recebeu <i><b>Gente</b></i>, reconhece que sabe curtir a vida. “Aproveito a vida porque tenho sorte de fazer o que gosto”, diz ele, considerado na França uma das personalidades do século, ao lado de Freud e Einstein no <i>Livro do Milênio</i>, lançado em junho.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: small;"><i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Qual o segredo de chegar aos 75 anos com o mesmo vigor para o trabalho?</span></i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;"><br /></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Criei minha clínica e a Santa Casa, e sinto satisfação de ter formado uma equipe que me permite trabalhar com prazer. Tenho ainda a satisfação de ter criado uma parte dela com atendimento para a população mais carente. O ser humano é o mesmo, independente da condição social. Diante do médico, qualquer um tem a mesma postura, está precisando de alguém. E o médico diante do outro sente que seu trabalho é mais uma questão de meios do que de fins. Se fôssemos de fins seríamos deuses. Mas, sendo de meios, podemos apenas completar o trabalho do criador. Temos sempre um aprendizado de nossa humildade.</span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;"><b><i>Como manter a humildade sendo uma das personalidades do século, ao lado de Freud e Einstein no </i>Livro do Milênio<i>, lançado em junho na França sobre as pessoas que mudaram o mundo?</i></b></span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Sou uma pessoa como as outras. No momento que eu não me considerar, realmente não estarei sendo humilde. Mas o fato de me considerar igual não impede que eu valorize aquilo que faço. Não que eu faça melhor que outro, mas procuro fazer o melhor que posso em relação à minha pessoa.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxgGcMRY4VSIKIQGwKZ8pUvLoxlIv6IQIlNWK1yL1NmcXaE55JDrqTmyuJEBF4VxTgINDjBMTF5Jwyyo3SfojBAohp0mk7r3niikEitdUPwx5JjtoZh0L-BpECaPISNs2wnSlh27nYAyc/s1600/sophia-loren.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="365" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxgGcMRY4VSIKIQGwKZ8pUvLoxlIv6IQIlNWK1yL1NmcXaE55JDrqTmyuJEBF4VxTgINDjBMTF5Jwyyo3SfojBAohp0mk7r3niikEitdUPwx5JjtoZh0L-BpECaPISNs2wnSlh27nYAyc/s400/sophia-loren.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Qual a sensação de retocar um rosto como o de Sophia Loren?</i></b></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Todo paciente que opero, cumpro meu objetivo, que é o de torná-lo feliz, não importa quem seja.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Há febre para se aumentar os seios. O silicone é modismo?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Há o senso comum de uma cultura que valoriza os seios mais volumosos como padrão de beleza. Não tenho nada contra, mas é preciso ter cuidado com o exagero. Se uma paciente me procurar querendo seios maiores do que os que eu ache compatíveis com sua estética, não serei eu o cirurgião que fará essa cirurgia.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>O senhor faz muitos implantes de silicone?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Fazemos todos os procedimentos da cirurgia plástica na clínica, e os implantes de silicone estão incluídos nesses procedimentos.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>O silicone tem riscos?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Dos materiais que costumam ser colocados no corpo humano, o silicone é o mais tolerável. Não há problemas com as próteses para tornar os seios proporcionais ao corpo da mulher. A única coisa que não é interessante, e eu fui um dos primeiros a alertar sobre isso, é utilizar o silicone injetável. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica condena esse procedimento, que ainda é usado por pessoas que não são cirurgiões. Quando se injeta o silicone para corrigir rugas ou aumentar as mamas, o material pode parar em outros lugares do corpo. Esse é o perigo.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>O que acha do crescimento do culto ao corpo no Brasil?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Isso aumentou no mundo todo, mas tem fatores geográficos nesse culto. No Brasil, a pessoa está exposta ao sol. O corpo deve ser visto. Faz parte da cultura. Mas existe o fato de a mídia utilizar a juventude em excesso para vender. Não há nada mais belo que a juventude, mas acho que essa utilização é um pouco pecaminosa, porque os jovens de hoje não são iguais aos velhos de amanhã. Não podemos deixar de cultuar o belo, mas o fato é que hoje existe um exagero.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Qual o papel do cirurgião plástico nessa questão?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Ele não pode jamais ir pelo modismo. Tem que ir pelo próprio julgamento, porque a moda passa e a cirurgia fica.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>É comum pessoas com problemas aparentemente insignificantes?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Pelo menos de 5% a 10% dos pacientes têm algum problema além do orgânico. Há pessoas que nos procuram que estão muito bem, mas que não se vêem bem. Você pode sentar diante de mim e transportar um outro problema, que vem do fundo da sua parte orgânica, modificada pelo comportamento psíquico. Aquilo o influencia de tal maneira que você acha que a correção de uma dobrinha qualquer, que para mim é inexistente mas para você é real, seria a solução.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>O que fazer nesses casos?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Cabe ao médico não fazer certas cirurgias, porque ele não vai conseguir o resultado que o outro espera. Digo, então, que na verdade o suposto defeito dele não me parece tão mau e aconselho que ele procure uma outra opinião, de outra área mais psíquica.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;"></span><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Já operou alguém que não precisava da cirurgia?</i></b></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Às vezes cometemos enganos. Agora, alguém pode entrar no meu consultório com um nariz enorme que não digo uma palavra. Quero que diga porque veio. O ser humano tem o direito de tolerar e conviver com suas deformidades, não é obrigado a corrigi-las. Mas quando a correção é possível é extraordinário, porque ela reintegra o indivíduo ao seu meio. O conceito de saúde hoje passa muito pelo bem-estar da mente. O cirurgião hoje é como um psicólogo com um bisturi na mão.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Sua cirurgia para a retirada de um aneurisma no abdômen teve problemas. Teve medo de morrer?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Descobri o aneurisma numa ressonância magnética que fiz após um tombo na Suíça, quando estava esquiando. Desci junto com uma nuvem e fiquei sem ver nada. Aí, sim, tive medo de morrer. Não vi um monte de neve e tive uma queda violenta. Fui muito bem operado pelo doutor Adib Jatene. O problema é que, com a queda, tive uma pequena hérnia que rompeu um pouco o músculo. Ele não resistiu e rompeu os pontos. Tive de operar de urgência no Rio, em condições mais precárias, mas correu tudo bem. Já até voltei a mergulhar.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglePzMWWq_2_xVHr1MS6fXs8nP8_IN5WZxKosa-El3SplwqtWxfSXtYJR6sWYFgcLkZ9jFRtr1oW_dEHf2ERpdefUcQQPl5A9FcapO3gWJWgs27vV_9H8C1AlycFYB6KHhH62HYaBAhes/s1600/Nikki+Lauda+e+James+Hunt.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglePzMWWq_2_xVHr1MS6fXs8nP8_IN5WZxKosa-El3SplwqtWxfSXtYJR6sWYFgcLkZ9jFRtr1oW_dEHf2ERpdefUcQQPl5A9FcapO3gWJWgs27vV_9H8C1AlycFYB6KHhH62HYaBAhes/s400/Nikki+Lauda+e+James+Hunt.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Foi mergulhando, aliás, que o senhor esteve perto da morte...</i></b></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Isso foi na década de 70, na África do Sul. Desci com um guia para procurar um navio que estava afundado no Cabo da Boa Esperança, no encontro dos oceanos Índico e Atlântico. Encontramos o navio e, quando fui pegar um torso de madeira de uma mulher, fiquei preso nas ferragens e perdi o respirador. Não sei quanto tempo se passou até o guia me achar, mas vi um caleidoscópio com várias coisas da minha vida. Tudo muito iluminado, e no meio dessa confusão toda me veio um pensamento que dizia mais ou menos assim: “Esteja preparado para morrer hoje, mas se possível procure viver uma eternidade”. O interessante é que não houve angústia. Senti que o difícil é viver. Morrer não é tão complicado.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Depois da cirurgia, mantém o mesmo ritmo de trabalho?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Na minha vida, já operei a população de uma cidade pequena, algo em torno de 60 mil, 70 mil pessoas. Depois da cirurgia continuei operando muito. Não tenho idéia de números, mas meu ritmo de trabalho é quase o mesmo. Hoje montei uma equipe que me dá condições de trabalhar com menos desgaste, principalmente nas cirurgias longas.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i><br /></i></b></span></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Como é a sua rotina?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Acordo às 7h, caminho com meus quatro cachorros, faço ginástica, nado e vou trabalhar entre 8 e meia e 9 horas. Quando não vou à Santa Casa, fico na clínica até umas 19 ou 20 horas. Inclusive sou o </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">personal trainer</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> do meu segurança. Ele um dia me disse que emagreceu 10 quilos me acompanhando. Minha paixão pelos esportes começou na infância, em Belo Horizonte. Comecei com a natação, passei pelo vôlei e depois para o tênis, minha maior paixão.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i><br /></i></b></span></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>Considera-se um </i>bon vivant<i>?</i></b></span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">bon vivant</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"> aproveita tanto a vida que faz disso a sua arte. Nesse caso eu seria o anti-</span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">bon vivant</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">, porque trabalho excessivamente. Por outro lado, do que eu faço no meu trabalho, eu gosto. O que tiro muito é o fim de semana e também as viagens que faço a trabalho. Se dou uma conferência em Florença, por exemplo, posso aprender um pouco mais sobre a cidade.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b><i><br /></i></b><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><b><i>O senhor se submeteria a uma cirurgia plástica?</i></b></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Sim, mas não tive tempo ainda.</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-39615664431733106482016-07-24T04:15:00.001-07:002017-04-06T16:35:55.180-07:00O DOZE <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Oxn07mg4hEjy1Zvj8ef_a5fERQGeYp588Y5SljdyL3Va3gSaf6i8UohvmWULYqc-xYo0d76DyDMnovPap-Fg0_t3JDVRMCs8YkliocJGBeDVfpylK-Wqair8_hjHEFkYqDswl4MPdyI/s1600/Bruce+Willis+12+macacos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Oxn07mg4hEjy1Zvj8ef_a5fERQGeYp588Y5SljdyL3Va3gSaf6i8UohvmWULYqc-xYo0d76DyDMnovPap-Fg0_t3JDVRMCs8YkliocJGBeDVfpylK-Wqair8_hjHEFkYqDswl4MPdyI/s400/Bruce+Willis+12+macacos.jpg" width="400" /></a></div>
A matéria era com ele e mais quatro escritores, tudo pra ser apurado em dois dias dentro da Bienal do Livro, entrevistando ou assistindo a palestras, debates, o que mais desse. O combinado era um texto curto de cada um, publicado ao lado do quadrinho que os editores adoravam, com o tatibitati das informações topificadas, no caso a idade do escritor, a bibliografia, o último lançamento, o gênero de sua obra e o faturamento estimado. A conversa com o cara pro textinho curto aí embaixo então foi rápida, no meio de uma sessão de autógrafos no estande lotado da editora, e por isso a melhor história relacionada a ele, ainda que particular, da vida pessoal do repórter, só foi percebida depois, com a leitura de outra entrevista, ou do principal livro dele, Trilogia Suja de Havana, ou algum programa na tevê.<br />
<br />
Não dá pra lembrar direito, não dá pra saber quando veio a informação, dita pelo próprio, de que o escritor Pedro Juan Gutierréz, antes de começar a publicar, costumava abordar turistas estrangeiros recém saídos do aeroporto oferecendo moedas velhas com imagens de líderes revolucionários cubanos por um dólar cada, e que fazia isso com certa frequência ali pelo fim dos anos noventa, exatamente na época da viagem de quatro brasileños a Cuba que inspirou o <a href="http://orlandolele.blogspot.com.br/2007/04/brasileos.html">primeiro texto</a> deste blog que vai chegando perto do ponto final.<br />
<br />
Na van do traslado acertado, na primeira parada do itinerário de três ou quatro hotéis até o nosso, apareceu por inteira, bem perto da gente, a cabeça branca, absolutamente pelada do sujeito que apontava a moedinha dizendo Che, exibia outra falando Fidel, Fidel, e repetia o preço em inglês, one dólar, one dólar. Surgiu do nada, abrupto, o que fez o nobre guevarista, ou o alquimista de origem germânica, ou mesmo o boleiro calvo mencionar Bruce Willis no filme Doze Macacos, saído do futuro para o meio de uma batalha do século dezessete ou dezoito, no máximo dezenove. E foi assim que surgiu o apelido do primeiro personagem da viagem entre os nativos de Cuba libre, para que três, quatro anos depois o repórter viesse a descobrir que sim, só podia ser: Pedro Juan Gutierréz era o Doze.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpbCWUVOlFbtlvkbhcQx6z3BSLla0uzgy-EzQ-bm3DD-wyRsEzqJSIt64hJ5hhWaDxD6yXW1Z9FwTCjzBdPGcz5n9ZEmu-aBrOE95Ck4TirE-cIXFTXXwmqYe_jeFFdzE54NVNCcPszPw/s1600/Pedro+Juan+Gutierrez.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpbCWUVOlFbtlvkbhcQx6z3BSLla0uzgy-EzQ-bm3DD-wyRsEzqJSIt64hJ5hhWaDxD6yXW1Z9FwTCjzBdPGcz5n9ZEmu-aBrOE95Ck4TirE-cIXFTXXwmqYe_jeFFdzE54NVNCcPszPw/s1600/Pedro+Juan+Gutierrez.jpg" /></a><b>Revista Istoé Gente, edição 95, de 28 de maio de 2001</b><br />
<b><br /></b>
<span style="background-color: white;"><b>"Sou um animal tropical".</b></span><br />
<br />
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit;">Ele não dispensa um bom charuto, confessa que a bebida é outro de seus prazeres e garante que convive bem com o regime de Fidel Castro. O escritor Pedro Juan Gutiérrez fez de seu carisma uma das armas para se tornar um dos principais nomes da literatura cubana atual. Com dois livros lançados recentemente no Brasil, pela Companhia das Letras, Gutiérrez fez sucesso retratando a realidade de Havana, a cidade onde nasceu e mora até hoje.</span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: inherit;">Casado com a microbióloga Amarillis e pai de quatro filhos, o mais velho de 24 anos e a mais nova de dois meses, Pedro Juan nada no mar do Malecon e também anda de bicicleta quando não está escrevendo. Apesar de seus livros serem editados na Espanha, o que, garante ele, não significa que seja censurado em Cuba, o escritor não pensa em sair de seu país. "Sou um animal tropical", justifica.</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-40771004527741374682016-06-27T12:12:00.000-07:002017-04-06T16:36:11.148-07:00REALLY FUCKIN' BACK<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDiNtz6lFF5CxZY8XK3FOUqUVeU1-aXC_yjs1e9ypr7VcyGbudyjMepyWHyICMxOfqXwls5jsUpsIjtEUL__mXytiSrbt3VTt8uPDeAcNNMfRIL3etaNEY7CMeAy98ip3QwnesotH8DS8/s1600/IMG-20160831-WA0008.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDiNtz6lFF5CxZY8XK3FOUqUVeU1-aXC_yjs1e9ypr7VcyGbudyjMepyWHyICMxOfqXwls5jsUpsIjtEUL__mXytiSrbt3VTt8uPDeAcNNMfRIL3etaNEY7CMeAy98ip3QwnesotH8DS8/s400/IMG-20160831-WA0008.jpg" width="400" /></a></div>
O carro do jornal não ficaria à disposição pra matéria ao pé da serra onde, sete anos antes, com o primo e o amigo da mais tenra infância, da casa da vó, da dele e da minha, o ônibus freou bruscamente ainda bem lá no alto e o motorista, querendo tranquilizar a todos, saiu de seu lugar e pediu se todo mundo, por obséquio, não poderia ir pra esquerda, onde felizmente já estávamos e de onde pudemos saltar com toda a calma pela janela. Mas isso é outra história, e nesta aqui o carro do jornal, voltou da pousada pra redação a duas, três horas dali, deixando por conta própria, durante dois dias, o repórter e o fotógrafo que felizmente se davam bem, o que é fundamental.<br />
<br />
O frio ajudou, o diminuto tamanho da cidade também e o repórter e o fotógrafo, os dois ali na casa dos vinte, fizeram seu trabalho com a devida tranquilidade, sem pressa, e no dia combinado, voltando do café da manhã com o texto já entregue, passado pelo telefone, deram com outro motorista do jornal na pousada, com quem o repórter já havia até ido à praia no meio do expediente, pra um mergulho rápido na reserva distante, isolada, sob o olhar complacente de outro fotógrafo, mais comedido, devidamente derrubada a pauta idiota do subeditor tido como comedor de meleca. Em outra ocasião, um terceiro fotógrafo mais parceiro ainda dele foi convencido a, pauta feita em pleno Centro do Rio, subir a serra de Petrópolis pra almoçar "num lugar maravilhoso, ótimo, barato," Chegando ao lugar, o fotógrafo estranhou a aparência de botequim, só o balcão e mais nada, sem mesa nem cadeira, muito menos salão, e o motorista adentrou sorridente no recinto, bateu de leve no vidro do balcão e pediu o almoço, convicto, certo da melhor opção: "me vê quatro empadas, por favor".<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy3c1sECPqD9Sx-Cm-2HVsb1iFtQNs2J8QkpE5Wjrs-k5g2QyXfE1ht40xP0XaNlWaqd-quN4aK6vxxij_D5-5-S8K7-f5WAKN1fMZnaWVAzJwuZ1aVg_stAerscxYnMHuZiRRzjK2UME/s1600/IMG-20160831-WA0009.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy3c1sECPqD9Sx-Cm-2HVsb1iFtQNs2J8QkpE5Wjrs-k5g2QyXfE1ht40xP0XaNlWaqd-quN4aK6vxxij_D5-5-S8K7-f5WAKN1fMZnaWVAzJwuZ1aVg_stAerscxYnMHuZiRRzjK2UME/s400/IMG-20160831-WA0009.jpg" width="400" /></a></div>
Desta feita, na sala do chalé da pousada o motorista mostrou a cigarreira com quatro ou cinco cigarros feitos à mão, tirou um deles, acendeu e toda a equipe de reportagem (repórter, fotógrafo e piloto) passou a celebrar junta o começo do fim da viagem a trabalho, e continuou na descida da Serra das Araras, com o motorista fazendo as curvas nada devagar, seguro, com mais um cigarro aceso não mão esquerda e conversando, rindo, olhando pra trás, brincando, e tudo isso é só pra dizer que depois do texto linkado no último post, o repórter volta a assinar agora uma <a href="http://projetocolabora.com.br/educacao/a-ofensiva-do-escola-sem-partido/">matéria, de fato</a>, onze anos depois da chegada ao jornal quase bicentenário, muito provavelmente o último lugar onde pode-se vivenciar a rotina de uma redação, ainda que não mais, jamais, o trabalho dentro da clássica equipe de reportagem do motorista, do fotógrafo e do repórter, relegada, esta sim, a um passado que não volta mais.<br />
<br />
<i>Abaixo, a matéria da viagem em questão.</i><br />
<br />
<b>Jornal do Brasil, edição de segunda-feira, 31 de agosto de 1998</b><br />
<b><br /></b>
<b>"Já rodei 32 mil quilômetros. A moto é meu divâ do analista".</b><br />
<br />
Durante os dias de semana, o paulista Frank Bisson, 44 anos, é um respeitado médico de Sertãozinho (SP), cidade onde mora, e não difere muito de seus colegas. Basta que um fim de semana chegue, porém, para o médico dar lugar a um motoqueiro no melhor estilo Dennis Hopper, astro do filme Sem Destino (onde dois personagens viajam pelos Estados Unidos em busca de aventura). Quem acha que Frank é uma pessoa estranha nunca foi ao Penedo Only Harley, evento que anualmente transforma este pacato distrito de Itatiaia na meca dos amantes da motocicleta.<br />
Este ano, a quinta edição do encontro - que começou dia 26 e só terminou ontem - recebeu cerca de 15 mil motoqueiros de todo o País e até mesmo do exterior. Apesar do nome, em um evento como o de Penedo as Harley Davidson têm de dividir espaço como motos menos tradicionais e com os triciclos, geralmente enfeitados com os objetos mais esdrúxulos, que vão desde cabeça de bode até caixões de defuntos.<br />
Uma Harley Davidson não custa menos de US$ 30 mil. "A maioria dos donos de Harley é formada por gente na faixa dos 40, que só comprou a moto depois de muitos anos de estrada", conta o publicitário Jason Prado, organizador do evento e, como não poderia deixar de ser, feliz proprietário de uma dessas motos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitaChvId1ghrTsDJqYUuO95KjCl8D7wtNr6b2zPYP5CS4FmAGRD1CgHeeB2EfzKKBEZn_MQP9wzvJep-rFju2GHmU5HwCeaNsesKMbtZSdLqS3Gb6ehrUJfgh4xA9z8wtLV4uwAqEK8FU/s1600/IMG-20160831-WA0007.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitaChvId1ghrTsDJqYUuO95KjCl8D7wtNr6b2zPYP5CS4FmAGRD1CgHeeB2EfzKKBEZn_MQP9wzvJep-rFju2GHmU5HwCeaNsesKMbtZSdLqS3Gb6ehrUJfgh4xA9z8wtLV4uwAqEK8FU/s400/IMG-20160831-WA0007.jpg" width="400" /></a></div>
No encontro de Penedo pode-se perceber que a paixão pelas motocicletas não tem limite de preço. Uma máquina igual a pilotada pelo empresário Alcir César Cândido, 45, custa a bagatela de US$ 85 mil. Dono de duas Harley, Alcir chegou a Penedo em cima da moto de um amigo, uma Harley Davidson Fat Boy com comando especial e injeção de nitrogênio, o que faz com que a moto passe dos 90 km/h aos 230 km/h em quatro segundos. "Ele não pôde vir e me pediu o favor de trazer a moto. Como é que eu podia recusar?", perguntava o empresário. "Já rodei 32 mil quilômetros. A moto é meu divâ do analista", compara Alcir.<br />
Reunindo gente como Frank e Alcir, que se misturam pacificamente com integrantes de mais de 100 turmas de motoqueiros, a festa vem duplicando o número de freqüentadores a cada ano, mas os organizadores querem mais. "Já tem gente da Argentina e dos Estados Unidos aqui, mas queremos aumentar a participação estrangeira, tanto que um representante da fábrica da Harley veio a Penedo para se informar melhor sobre o evento", contou Jason. Em junho deste ano, cerca de 150 mil motoqueiros se reuniram em Milwaukee, nos Estados Unidos, para comemorar os 95 anos de fabricação da primeira Harley Davidson.Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-69743863850905740342016-05-17T07:38:00.000-07:002017-04-06T16:36:31.393-07:00BACK<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV64jRS-2ZT01cxzfg9fh-KY3O_APKMUEbCNJkDYDxXCmQ09uvNkmlDqNwlQYp6eJHlxds2Gf3zDM4MtYxCSvE1nnPqX0NN7QpLXxtGdXm__YA4cfXXoXS-hEaGHj8VOTtBVwoLCKIS4o/s1600/IMG-20160831-WA0006.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV64jRS-2ZT01cxzfg9fh-KY3O_APKMUEbCNJkDYDxXCmQ09uvNkmlDqNwlQYp6eJHlxds2Gf3zDM4MtYxCSvE1nnPqX0NN7QpLXxtGdXm__YA4cfXXoXS-hEaGHj8VOTtBVwoLCKIS4o/s400/IMG-20160831-WA0006.jpg" width="240" /></a></div>
A descida na ladeira em curva, rente à pedreira menor que a da sede anterior, porém mais bonita, era a penúltima. A última seria dali a quatro dias, na espera de sete, oito horas primeiro na redação sendo esvaziada, desligada, depois no corredor do RH, junto também com boa parte do pessoal da gráfica. O que já era esperado desde o anúncio da mudança, da <a href="http://orlandolele.blogspot.com.br/2012/08/e-festa.html">venda do prédio antigo, histórico</a>, tinha sido enfim anunciado, e no estacionamento de terra batida da sede em reforma, a passo de cágado, o diagramador das antigas, vítima da hecatombe que dizimara mais da metade da redação sete anos atrás, conversava com o tratador de imagem mais das antigas ainda, colega do derradeiro passaralho do jornal em 188 anos.<br />
<br />
Foram onze anos, mais de uma década em que o repórter trabalhou como editor, sem assinar uma linha sequer de texto a não ser a página de abertura de suas editorias, pois assim passou a ser feito no jornal a partir de um determinado momento ainda no prédio antigo, ao redor da rotativa, e depois na sede nova em que as duas impressoras gigantescas, uma delas comprada há nem bem cinco anos, ocupavam o galpão em tijolo aparente, ao lado do qual subia a escada em concreto bruto, esfarelado no mesmo tom de cinza dos primeiros seis, sete passos até o corredor com o piso já colocado, bonito, caro, mas sem o acabamento dos rodapés, sem nada nas paredes até a chegada ao saguão igualmente vazio, com dois caixas eletrônicos de um lado, a escada colada à parede a dezoito, dezenove passos na diagonal e do outro lado, logo na curva, a porta com o papel A4 colado e a inscrição na letra de computador, em negrito, toda em caixa alta: redação.<br />
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O piso bonito, caro, não ultrapassou a metade da redação, parou na linha divisória da Belíndia, como brincava o repórter nada original, na condição de editor, nas conversas bem vindas com o editorialista, anterior à construção da sede antiga, que abatido estava, lógico, com o fim de cinco ou seis, talvez sete décadas da rotina no mesmo jornal, isso menos de três anos depois do anúncio da venda, da futura mudança e de investimentos vários com o dinheiro do prédio antigo, histórico, em e-mail repleto de esperança, assinado pelo presidente da empresa.<br />
<br />
Mas veio o fim, e com ele o repórter, onze anos depois, voltou a assinar <a href="http://www.ocafezinho.com/2016/05/16/pequenos-grandes/">um texto ontem</a>, numa data particularmente das mais importantes. Não é em papel impresso, como mandam os dias de hoje, e nem trabalho só de repórter, mas é um espaço a ocupar, sobretudo a apoiar, ainda mais nesses dias, aqui pelas bandas do nosso Brasil.<br />
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<i>A matéria abaixo foi a única fechada pelo repórter na última edição, espremida num caderno só de oito páginas, só o dobro do tamanho da primeira edição do jornal quase bicentenário.</i><br />
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<b>Jornal do Commercio, edição de sexta-feira e sábado, 29 e 30 de abril de 2016</b><br />
<b><br /></b>
<b>"A saída seria o povo ser ouvido".</b><br />
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva levou à presidenta Dilma Rousseff, nesta quinta-feira, sugestão do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para que ela recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o avanço do pedido de impeachment, que deve ser votado no Plenário do Senado no próximo dia 11. Dilma e Lula se encontraram na tarde desta quinta-feira, em Brasília, para discutir as estratégias de enfrentamento ao processo de impeachment que será votado pelos senadores.<br />
No encontro de uma hora e meia no hotel em que Lula se hospeda em Brasília, Valadares disse ao ex-presidente que, se há uma insistência de aliados de Dilma em dizer que há um golpe parlamentar em curso, cabe à presidenta ir ao Supremo para barrar uma eventual arbitrariedade. Para o socialista, o melhor momento a se fazer isso é antes da votação do Plenário. O senador avaliou que, ao não fazer isso, os governistas querem ficar com o "discurso do golpe" para futuras eleições.<br />
Valadares afirmou que o ex-presidente considerou bons os argumentos e avisou que iria falar com Dilma. "A presidenta não pode deixar de não provocar o Supremo", disse Lula, segundo Valadares. O senador do PSB contou ao ex-presidente já ter feito a mesma sugestão ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, em encontro recente realizado no gabinete da senadora petista Gleisi Hoffmann (PR). O senador do PSB disse que o ex-presidente, a quem diz conhecer há "muitos anos", não pediu voto do socialista para barrar a saída temporária de Dilma. Valadares já se manifestou publicamente a favor do afastamento da presidenta.<br />
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No café da manhã, Lula perguntou a opinião de Valadares sobre a antecipação das eleições presidenciais. O senador do PSB respondeu que a medida não consta da Constituição e tampouco passaria no Congresso. Ele lembrou que o PMDB, partido cujo presidente licenciado, o vice Michel Temer, será o beneficiário com o afastamento de Dilma, comanda a Câmara e o Senado. Lula disse ao senador do PSB que a população deveria ser consultada novamente a respeito de qual governante quer para o País. "A saída seria o povo ser ouvido", afirmou o ex-presidente.<br />
A presidenta acertou com o ex-presidente a ida dos dois às comemorações do dia 1o de Maio no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. O governo quer transformar este ato em mais uma grande manifestação em defesa do mandato de Dilma, com discursos inflamados e grande presença dos movimentos sociais. Neste dia, a presidenta pretende também anunciar medidas que possam beneficiar os usuários do Bolsa Família, com o objetivo de fazer um contraponto às promessas que estão sendo feitas por Michel Temer.<br />
A reunião dos dois no Palácio da Alvorada teve participação dos ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e da Chefia de Gabinete, Jaques Wagner. Lula, em sua nova passagem por Brasília, intensificou as conversas com senadores de vários partidos. Ao mesmo tempo, deu prosseguimento às discussões sobre o melhor momento de levar adiante as discussões sobre a proposta de antecipação das eleições presidenciais.Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-56136037916983373862016-04-30T16:39:00.001-07:002017-04-06T16:36:48.991-07:00VERISSIMO PELO COMPUTADOR<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;">Foi por e-mail, ótima ferramenta para os tímidos, que a entrevista foi feita pra matéria abaixo, premonitória na época e hoje, nesses tempos sombrios de mais um golpe de estado neste nosso Brasil varonil, quase uma piada.</span><br />
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<b>Revista Istoé Gente, edição 171, de 11 de novembro de 2002</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglMJwo4cnJKI28AN9CewL9JeBXO_Dvct7BaF-xpL2D0j4T5GGBl9SRy1xLQJgh3tmlVbE2lHm-guzJgddFtuHCTnKmbOmh5pGYtpJamll7f_MiWL467WuEvQOgPy2Id4g1YIrogiuu3B0/s1600/Ver%25C3%25ADssimo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglMJwo4cnJKI28AN9CewL9JeBXO_Dvct7BaF-xpL2D0j4T5GGBl9SRy1xLQJgh3tmlVbE2lHm-guzJgddFtuHCTnKmbOmh5pGYtpJamll7f_MiWL467WuEvQOgPy2Id4g1YIrogiuu3B0/s400/Ver%25C3%25ADssimo.jpg" width="251" /></a></div>
<b><br /></b>
<span style="background-color: white; color: #333333;"><b>"Escrevi que todos os presidentes do Brasil até hoje foram, de um jeito ou de outro, da prole dos Bragança e que o Lula é o primeiro Silva autêntico a chegar à Presidência. E isso é, historicamente, simbólico pra burro. Ou simbolicamente histórico pra burro".</b></span><br />
<br />
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;">Considerado um dos maiores cronistas do Brasil, o escritor Luis Fernando Verissimo, 65 anos, foi uma das poucas vozes de oposição nos oito anos da era FHC e nunca escondeu de ninguém sua simpatia por Lula e pelo PT. Apesar disso, sempre tentou evitar o que define como proselitismo ou o engajamento acrítico nas crônicas que escreve em jornais como <i>O Globo</i>, <i>Zero Hora</i> e <i>O Estado de S. Paulo</i>. “É aquela história, não importa que o juiz torça para um dos times, desde que dê todos os pênaltis. Mas também não há nada de errado em mostrar para que lado torce.”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;">Casado com Lúcia Helena, 58, e pai de Fernanda, 37, Mariana, 35, e Pedro, 32, o escritor gaúcho, filho de Érico Verissimo, reage com modéstia ao responder qual o segredo para ser ao mesmo tempo sucesso de crítica e campeão de vendas. São 9 títulos lançados pela editora Objetiva e 614 mil livros vendidos. “Não sei se agrado aos críticos. As boas vendas se devem ao fato de serem livros de textos curtos e bem-humorados e estarem sendo bem lançados pela Objetiva. Acredito que o fato de ter o nome diariamente nos jornais também ajuda”, diz. Uma coisa, ao menos, é certa. Mesmo com todo o sucesso, Verissimo dificilmente será visto disputando uma vaga na Academia Brasileira de Letras. “Nada contra quem está lá, mas não é a minha praia”, afirma.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">Qual sua expectativa em relação ao governo do PT?</span></strong><br />Votei no Lula desde a primeira tentativa. A expectativa em relação ao seu governo é de, digamos assim, otimismo cauteloso. Não vai ser fácil. Se há uma coisa que nós conhecemos na América Latina é a dificuldade que os governos populares têm de sobreviver à reação. Mas os tempos são outros, talvez a expectativa possa ser outra.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">A eleição de Lula emocionou muita gente. O senhor foi uma dessas pessoas?</span></strong><br />Sim, porque há um componente emocional forte na vitória dele e do PT, depois de tanta luta, e pelo que eles representam, pela inconformidade e pelas aspirações de justiça que representam. É importante que a emoção não afogue o ceticismo e o senso crítico, sem os quais a independência intelectual é impossível. O tipo de mudança que a gente quer, para uma maior valorização do humano e do solidário, começa pela emoção, pela empatia emocionada. Nesse caso, o apelo sentimental, e até melodramático, da trajetória do Lula é um fator politicamente positivo.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">Acredita que vivemos um momento histórico? </span></strong><br />Não só para o Brasil. A eleição se deu numa óbvia crise de um sistema internacional hegemônico e homogêneo que começa a se questionar. Mesmo que não aconteça nada de muito diferente aqui dentro, só a eleição do Lula já terá sido um dado importante para o mercado computar e interpretar. Escrevi que todos os presidentes do Brasil até hoje foram, de um jeito ou de outro, da prole dos Bragança e que o Lula é o primeiro Silva autêntico a chegar à Presidência. E isso é, historicamente, simbólico pra burro. Ou simbolicamente histórico pra burro.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">Na sua opinião, ele poderá ser um grande estadista?</span></strong><br />Ele tem história, tem assessoria, tem apoio popular, tem, eu acho, capacidade, só não se sabe se terá condições para ser um grande presidente. O tal “espaço para manobras” entre os compromissos e as armadilhas que herdará. Agora, será uma figura notável no cenário internacional, justamente por ser o contrário do Fernando Henrique, que era notável por ter o porte de um líder mundial sendo um líder periférico. Lula talvez tenha, paradoxalmente, mais projeção internacional do que o Fernando Henrique. Estadista não sei, mas que Lula será uma celebridade não tenho dúvida.</span><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi24czQ2eU0Y4hEl8Fhb4tAwt_qxgDVYmM0Pzf4MJ-OSVbNSDbZpLAtiRo-wutYXbmrID5BMS8F6JzofGDYIBXy3s5gDyuLoGt1NIibZleyEwO1xJDYLoOSbBlZOubygQfoqdTWgg1O7tk/s1600/Lula+FHC+faixa.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi24czQ2eU0Y4hEl8Fhb4tAwt_qxgDVYmM0Pzf4MJ-OSVbNSDbZpLAtiRo-wutYXbmrID5BMS8F6JzofGDYIBXy3s5gDyuLoGt1NIibZleyEwO1xJDYLoOSbBlZOubygQfoqdTWgg1O7tk/s400/Lula+FHC+faixa.jpeg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">Como classificaria o governo de Fernando Henrique? </span></strong><br />Acho que a política econômica estava errada e que ele não aproveitou o crédito pessoal e político que tinha para fazer mais. Paradoxalmente, veio para acabar com a Era Vargas, mas foi muito getulista no estilo de governar, e às vezes contemporizou demais. Mas, no saldo, será lembrado como um homem democrático e tolerante que nos orgulhou lá fora, e que está garantindo, com sua postura, o que antes era considerado impensável, a posse do Lula na Presidência. Eu sempre disse que o Fernando Henrique era o melhor presidente que o Brasil já teve, só estava fazendo um mau governo.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong><span style="color: #003399;">Pensa em escrever mais para a tevê, como na adaptação que fez do Comédias da Vida Privada? </span></strong><br />Tenho um contrato com a Globo desde os tempos do <i>TV Pirata</i> e do <i>Programa Legal</i>, antes do <i>Comédias</i>. Infelizmente, não consegui me organizar para continuar escrevendo para eles, mas a Globo tem aproveitado algumas histórias minhas, no <i>Brava Gente</i>, mais recentemente. Pretendo encontrar tempo para escrever mais.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong style="font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif;"><span style="color: #003399;"><br /></span></strong>
<strong style="font-family: verdana, arial, helvetica, sans-serif;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , sans-serif;">Acredita que a tevê ajuda a difundir a literatura?</span></strong></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;">A tevê ajuda, sim, a promover a literatura, como ajuda o cinema, e ela mesmo criou uma literatura própria. Exemplos de ótima televisão são as novelas dirigidas pelo Luiz Fernando Carvalho, <i>Os Normais</i> e os programas do Guel (<i>Arraes</i>) e do Jorge Furtado em geral.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="color: #003399;"><strong>A herança paterna o influenciou na escolha da profissão? </strong></span><br />Virei jornalista e escritor meio por acaso. Até os 30 anos nunca tinha escrito nada, fora algumas traduções do inglês. Quando comecei no jornalismo, em 1966, numa época em que não precisava de diploma, descobri que sabia escrever. Já tinha tentado várias coisas, não tinha diploma de nada. Talvez por ser filho de escritor, resistia à idéia de ser escritor. Neste caso, a herança influenciou contra.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong><span style="color: #003399;">A opção pela crônica também foi natural? </span></strong><br />Foi acidental. Comecei no jornal <i>Zero Hora</i> de Porto Alegre como copidesque, passei por várias editorias, fiz textos para a página de opinião assinando o meu nome e alguns pseudônimos e uma coluna sobre jazz. Quando o principal cronista do jornal saiu, me convidaram para o lugar dele. Os três romances que fiz até hoje, <i>O Jardim do Diabo</i>, <i>O Clube dos Anjos</i> e<i>Borges e os Orangotangos Eternos</i>, foram encomendados e o próximo também será. Fará parte de uma série sobre os dedos da mão, da Editora Objetiva. Me coube o polegar. O<i>Clube dos Anjos</i> está tendo uma carreira internacional supreendente. Foi traduzido até na Sérvia.</span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><strong style="font-family: verdana, sans-serif;"><span style="color: #003399;"><br /></span></strong>
<strong style="font-family: verdana, sans-serif;"><span style="color: #003399;">Quais são seus autores preferidos?</span></strong></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">Dos brasileiros, os cronistas. Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Antônio Maria, o Sabino escrevendo crônica e também como romancista. Mas sempre li mais em inglês do que em português. Dos novos, confesso que conheço poucos, fora o (</span><i style="font-family: verdana, sans-serif;">José Roberto</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">) Torero e o Rubens Figueiredo, que acho ótimos. Gosto do (</span><i style="font-family: verdana, sans-serif;">Moacyr</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: xx-small;">) Scliar, do Rubem Fonseca, do Tabajara Ruas. Mas, infelizmente, tenho lido pouca ficção, e muito pouco por prazer.</span><br /><br /><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="color: #003399;"><strong>A timidez também é herdada?</strong></span><br />O pai era um pouco mais social e comunicativo do que eu, mas também era dos que ouvem mais do que falam. Mas eu melhorei bastante. Tenho feito até palestras.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">E como tem se saído?</span></strong><br />Falar em público ainda é um martírio. Que eu me forço a enfrentar, geralmente quando o pedido é para falar em escolas e ajudar os professores na guerra para criar o hábito da leitura entre os jovens. Este é um bom combate. Geralmente peço para me fazerem perguntas e a coisa vai. Mas não tenho nenhum jeito para orador. Já as sessões de autógrafos, tento evitá-las por puro pânico. Já dei tanto vexame, esquecendo o nome até de amigos íntimos, que não quero repetir a experiência.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhwTWP7TcxbGjIBSYQMxrDBBCyFI_yXX1KGRSa2W7l9zvOUsr5E7UrH1NHQ5LckUMTD77DqbS7-g6DoVwYIGmrToEc26aMOe6aJYOhRG3WxazwomwuBOwglrWYlgm5o0E9Lo6mHEyTplM/s1600/Erico+e+Luis+Fernando+Verissimo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhwTWP7TcxbGjIBSYQMxrDBBCyFI_yXX1KGRSa2W7l9zvOUsr5E7UrH1NHQ5LckUMTD77DqbS7-g6DoVwYIGmrToEc26aMOe6aJYOhRG3WxazwomwuBOwglrWYlgm5o0E9Lo6mHEyTplM/s400/Erico+e+Luis+Fernando+Verissimo.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">O sobrenome famoso ajudou ou atrapalhou?</span></strong><br />Não tenho dúvida de que ajudou, no começo, criando uma certa curiosidade nas pessoas. O sobrenome nunca foi um problema, pelo menos consciente. Acho que as pessoas sabem manter as proporções entre o que o pai era e fazia e o que eu faço.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><strong><span style="color: #003399;">Qual o seu hobby preferido? </span></strong><br />Gosto mais de desenhar do que escrever, embora desenhe mal. Gostaria de ter me aprofundado mais na música. A maior diversão é o cinema. E viagens sempre que possível.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><strong><span style="color: #003399;">E o saxofone, como surgiu? </span></strong><br />Eu era apaixonado por jazz, principalmente pelo Louis Armstrong. Quando fomos para os Estados Unidos em 1953, porque o pai foi assumir um cargo na União Pan-Americana, eu tinha 16 anos e decidi que, já que estava na terra do Armstrong, aprenderia a tocar trompete como ele. Mas no curso de música que procurei não tinham o trompete para emprestar. Acabei aprendendo a tocar saxofone. O que eu queria mesmo era poder brincar de jazzista.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><strong><span style="color: #003399;">Considera-se um bom músico? </span></strong><br />Sou limitado. Nunca cheguei a dominar o instrumento e hoje tenho pouco tempo para ensaiar.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><strong><span style="color: #003399;">Como supera a timidez quando se apresenta com sua banda? </span></strong><br />Nas apresentações sempre imagino que estou escondido atrás do saxofone. Não funciona. E a banda, por sinal, não é minha. Chama-se Jazz 6 e é formada por excelentes músicos profissionais, que me concedem o privilégio de tocar com eles.</span></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong style="font-family: verdana, sans-serif;"><span style="color: #003399;"><br /></span></strong>
<strong style="font-family: verdana, sans-serif;"><span style="color: #003399;">A gastronomia costuma ser tema de suas crônicas. Sabe cozinhar?</span></strong></span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;">Não sei nem esquentar água. Quem faz o churrasco na nossa casa é a minha mulher, Lúcia, que além de mulher é carioca. Suprema humilhação para um gaúcho. Sempre digo que a única parte de qualquer receita que me interessa é “leve-se à mesa”.</span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-14068969595873763532016-03-31T05:07:00.001-07:002017-04-06T16:36:58.255-07:00ESCRITOR PROFISSIONAL<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Não, a data aí em cima não tem nada a ver com o golpe militar de 1964, muito menos com o golpe moderno, republicano. em curso atualmente, ou tem, é, deve ter, porque o cara deu recentemente declarações se bandeando pro lado do cunha, do temer, do aécio, da globo, da folha, do estadão, da veja et caterva... Mas o cara escreveu Pilatos, escreveu também Pessach: a Travessia, pra citar dois romances dos quais dá pra falar, e elogiar, além do Informação ao Crucificado. E o Pessach... ele deu pessoalmente, com dedicatória e tudo, na primeira entrevista, na casa dele. </span></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">A entrevista abaixo foi a segunda, bem mais longa, na sala comercial do escritório dele.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><b>Revista Istoé Gente, edição 197, de 12 de maio de 2003</b></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><br /></b></span>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2nLx9j5tbjmF6hz6qHtYlhZjsUP9m_PCaBEGVbqY5Ucr9T9wTHyNNz1KWl3qyfLlkAp0PIpSS_4k02RoqTQqDUf5bFqaXXxEGnfQZl6SJkx4iR_TeYDOVIADiYwYX5hhGnh07tMiD7V4/s1600/Cony+entrevista.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2nLx9j5tbjmF6hz6qHtYlhZjsUP9m_PCaBEGVbqY5Ucr9T9wTHyNNz1KWl3qyfLlkAp0PIpSS_4k02RoqTQqDUf5bFqaXXxEGnfQZl6SJkx4iR_TeYDOVIADiYwYX5hhGnh07tMiD7V4/s400/Cony+entrevista.jpg" width="211" /></a><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b>"Não sei vender terreno, não nasci rico, então tenho que trabalhar. Tenho uma estrutura profissional e atuo em vários departamentos, surgem encomendas, trabalho na imprensa, mas minha praia é mesmo a literatura".</b> </span></span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Poucos escritores no Brasil podem apresentar uma obra tão vasta quanto a do carioca Carlos Heitor Cony. Desde 1956, quando publicou seu primeiro livro, <i>O Ventre</i>, são mais 63 obras, entre romances, reportagens, crônicas, contos, infanto-juvenis e adaptações de clássicos da literatura, além de participação em coletâneas com outros autores. Aos 77 anos, ele assina uma coluna no jornal <i>Folha de S. Paulo</i>, tem pronto um romance para ser lançado e prepara uma reportagem com suspeitas sobre as mortes do ex-governador do Rio de Janeiro Carlos Lacerda e dos presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Membro da Academia Brasileira de Letras desde 2000, o autor confessa ter perdido a esperança na política que o fez ser preso seis vezes durante a ditadura militar. Ele critica o presidente Lula, a quem compara ao líder comunista Luís Carlos Prestes. “Se há uma pessoa que idolatro é Prestes, mas ele nunca foi tão imbecil ao atrelar-se à União Soviética. Lula também tem uma bela biografia, mas está embarcando em canoas erradas”. </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Cony passou sete anos estudando para ser padre. Abandonou a vocação e casou-se seis vezes, a primeira em 1949 com Maria Zélia Machado, com quem teve Regina Celi, 52 anos, e Maria Verônica, 49. Também é pai de André Heitor, 30, da união com Eleonora Ramos.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="color: #003399; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><br /></strong></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Como o senhor consegue manter a produção de início de carreira?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Primeiro porque escrever é o meu ganha-pão. Não sei vender terreno, não nasci rico, então tenho que trabalhar. Tenho uma estrutura profissional e atuo em vários departamentos, surgem encomendas, trabalho na imprensa, mas minha praia é mesmo a literatura. Nessa não preciso de mais nada, só de mim e um computador.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>E o que tem escrito ultimamente?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Estou escrevendo até mais do que deveria. Escrevi há dois anos o romance <i>A Tarde da Sua Ausência</i>, que está para sair. Também escrevo um romance-reportagem sobre as mortes do Juscelino, do Lacerda e do Jango no contexto da Guerra Fria e da abertura política no Brasil. Faço em parceria com a jornalista Ana Lee e o título provisório é <i>O Beijo da Morte</i>. É um livro polêmico, levanto todas as coordenadas de três mortes estranhas, que aconteceram num contexto internacional onde houve outras mortes.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Acredita que os três foram assassinados?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />A conclusão final é que as provas são mais fracas que os indícios. Os indícios apontam para um atentado político na morte dos três. Como disse o Miguel Arraes (<i>ex-governador de Pernambuco</i>) numa comissão da Câmara dos Deputados para apurar a morte do João Goulart, “minha opinião é que os três foram assassinados. Se os fatos não provam isso, azar dos fatos”. </span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Por quê?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />O livro do Elio Gaspari, <i>A Ditadura Envergonhada</i>, inicia-se com o diálogo entre o (<i>ministro da Guerra</i>) Silvio Frota e o então presidente Ernesto Geisel, em 1977, mostrando que a linha dura queria derrubar o Geisel e impedir a abertura. Depois, em 1981, teve a bomba no Riocentro. Havia na linha dura o temor da abertura, e nesses casos o programa radical manda eliminar, como fizeram os bolchevistas na Rússia, matando toda a família Romanov para que ninguém aparecesse pretendendo o trono.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Há quanto tempo pesquisa o assunto?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Comecei a escrever sobre isso em 1977, quando o Lacerda morreu. A combinação das três mortes fiz em 1982, e acho que na grande imprensa fui o primeiro a levantar a questão. Mas na época não quis me aprofundar porque não tinha elementos e porque não tinha saco para parar tudo e fazer essa pesquisa. Passei 23 anos sem fazer ficção, que é a minha praia, quando me dediquei mais ao meu trabalho na revista e na tevê Manchete. Por que não dar uma banana para a reportagem, que não é minha especialidade?</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #003399; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><br /></strong></span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="color: #003399; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong>Por que retomou o assunto?</strong></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #333333;">Trabalhei junto com a Ana Lee em livros infanto-juvenis </span><span style="color: #333333;">e ela descobriu isso mexendo em papéis meus. Pediu licença para continuar e eu dei. Ao todo, foi um ano de pesquisas </span><span style="color: #333333;">em que a Ana viajou bastante e entrevistou muita gente. Tivemos a colaboração de parentes do Lacerda, do Jango e dos principais amigos do JK.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="color: #003399; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><br /></strong></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="color: #003399; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong>Como foi sua experiência com as novelas de televisão?</strong></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="color: #333333;">Fiz três projetos como diretor de teledramaturgia da Rede Manchete. Na </span><i style="color: #333333;">Marquesa de Santos</i><span style="color: #333333;">, fiz os primeiros capítulos, mas não tinha saco para aquilo. Escrever todos os dias não </span><span style="color: #333333;">sei quantas páginas de “oh, eu te amo!”, “não, não faça </span><span style="color: #333333;">isso!”, “recua!” (</span><i style="color: #333333;">risos</i><span style="color: #333333;">). Nada contra quem escreve, mas </span><span style="color: #333333;">não tenho paciência. Passei os capítulos para o Wilson </span></span><span style="color: #333333; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Aguiar e ele continuou.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="color: #003399; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong><br /></strong></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge_vUdLe1ts3z5tKP5CsSZdV7NNDTNew7DFYXji9rVX8oS4bZgf8Pq4NsGPD-AyS9NYvYei2Gn-EQ8NBPMyGBTWKGMbk10GB_9EhzDH-yZ-qfxy0Kivx7REtDMOYmfBXVYCt_s5zFsxGs/s1600/kananga+do+jp%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge_vUdLe1ts3z5tKP5CsSZdV7NNDTNew7DFYXji9rVX8oS4bZgf8Pq4NsGPD-AyS9NYvYei2Gn-EQ8NBPMyGBTWKGMbk10GB_9EhzDH-yZ-qfxy0Kivx7REtDMOYmfBXVYCt_s5zFsxGs/s320/kananga+do+jp%25C3%25A3o.jpg" width="232" /></a><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>E os outros dois projetos?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Fiz o projeto de <i>Dona Beija</i> e depois o Adolfo Bloch, dono da Manchete, deu a idéia e o título de <i>Kananga do Japão</i>, mas ninguém sabia o que era Kananga. Só a Dercy Gonçalves se lembrou que era o perfume usado pelas prostitutas cariocas na Praça Onze. A novela contou a história do Brasil de 1929 a 1939 através de uma gafieira. Foi um sucesso e o ponto alto talvez tenha sido a entrega de Olga Prestes (<i>mulher de Luís Carlos Prestes</i>) aos nazistas por Getúlio Vargas. O próprio Prestes me telefonou várias vezes para dar sugestões.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: #003399;">Acompanha novelas hoje?</span></strong><br />Não tenho paciência. Não assisti nem às novelas em que trabalhei.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>O que acha da adaptação de obras literárias para a televisão e o cinema?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Do ponto de vista do mercado é muito bom, mas de resto não acrescenta em nada. Estão aí os exemplos de obras que foram desvirtuadas, como a <i>Gabriela</i> do Jorge Amado. Paulo Coelho também teve um livro, <i>Brida</i>, que virou novela na Manchete e não foi bem.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Gostaria que uma obra sua virasse novela?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Não. Uma época o pessoal do cinema me pedia os direitos e eu dava. Um filme, <i>Antes, o Verão</i>, foi mais ou menos, o outro – <i>O Homem em Sua Jaula</i>, baseado no romance <i>Matéria de Memória</i> – foi um desastre, mudou tudo. Existem três roteiros para cinema de um romance meu, <i>Pilatos</i>, preparados por três grupos, inclusive uma peça de teatro, mas fico meio assim porque acho que se quisesse fazer teatro ou cinema, eu faria. Ninguém me proibiu. Como ninguém me obrigou a fazer literatura, fiz porque quis. E não faço cinema e teatro porque não gosto.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Não venderia mais os direitos de uma obra?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Se fizer isso vou botar o dinheiro no banco e não vou querer nem saber do que será feito da minha obra. Há pouco tempo o (<i>cineasta</i>) Ruy Guerra quis fazer o <i>Quase Memória</i>, dizendo que a história lembrava muito o pai dele. Vendi pra ele, mas sugeri que ele fizesse um roteiro sobre o pai dele, e não sobre a história do meu pai.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Destaca algum novo valor na literatura?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Depois de certo ponto passei a me dedicar mais à releitura do que à leitura, sem desprezo pelos novos escritores. Hoje são raras as vezes em que leio um livro de autor novo, mesmo internacional. Não tenho essa curiosidade. Prefiro visitar meus ídolos freqüentemente, fico no meu Machado de Assis, meu Eça de Queiróz, meu Flaubert. Se surgir hoje um novo Shakespeare, ou um novo Cervantes, azar o meu.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSSQwg2vi_4qibBqKf3mpz68im9PVZDdUV8d9tdvms5S8TGsJOmF1uqkIHiB-yG4-rep4nDcSvMdjxUPuQXtnhOMm1kcnGJiX_MaQcOpLNbZu2HDjzAscEutWPOTKY6CF9b0hfRHd2sVY/s1600/tibet.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSSQwg2vi_4qibBqKf3mpz68im9PVZDdUV8d9tdvms5S8TGsJOmF1uqkIHiB-yG4-rep4nDcSvMdjxUPuQXtnhOMm1kcnGJiX_MaQcOpLNbZu2HDjzAscEutWPOTKY6CF9b0hfRHd2sVY/s400/tibet.jpg" width="400" /></a><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Por que ficou sete anos num seminário?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Não só pensei em ser padre mesmo, como acho que dobrei uma esquina errada quando saí do seminário. Não tinha naquele tempo os elementos que tenho hoje para ter essa consciência, fiz porque achava certo. Mas hoje vejo que minha vida seria muito mais autêntica se continuasse naquele caminho, seria um homem indubitavelmente melhor do que sou.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Acha que tem vocação religiosa?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Não sou religioso no sentido tradicional da palavra, mas acho que tinha vocação no sentido de poder ser contemplativo, ter tempo para estudar, pensar. Vi um filme uma vez em que havia um convento no alto de uma montanha no Tibete, tão isolado que os padres eram içados numa rede. Me daria bem num lugar desses. N</span></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">ão fazia parte do meu plano de vida ser escritor. Tenho aquela história de achar que devo ter feito alguma besteira quando me elogiam muito.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Por que saiu do seminário?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Queria ter liberdade para pensar e, pelo menos na igreja daquele tempo, não havia condições para isso. Não me conformava com a censura que faziam a certos livros, considerados não apropriados, a obra de Dostoievski, por exemplo. Foi por aí. Não foi a disciplina, gostava dos horários, do sino. Até hoje não sei a hora direito e chego atrasado em compromissos porque no seminário não havia esse problema, tinha o sino marcando a hora.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Como avalia o governo Lula?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Achei as alianças que ele fez eleitorais. A desculpa do PT era da elegibilidade, mas Lula foi eleito, e agora a desculpa é da governabilidade. O governo dele está muito pouco diferenciado do de Fernando Henrique. Mas tenho de acentuar o indivíduo Lula, que tem realmente uma biografia belíssima, conseguiu chegar aonde está com a palavra, mas está embarcando em canoas erradas desde a campanha eleitoral.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="color: #003399; font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><strong>Tem esperança no governo?</strong></span><span style="font-family: "verdana" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br />Nenhuma, não acredito na aventura humana. Acredito que o homem foi condenado a uma miséria. A única coisa que posso fazer é me salvar, na base do salve-se quem puder, e procuro me salvar como posso. Protestei contra a ditadura, fui preso. Gostaria de ser salvador do povo, mas isso eu deixo para o Lula, para o Bush ou para outros bem-intencionados. Não estava no clima de esperança quando o Lula entrou, mas respeito a personalidade dele. Dou 10 para a individualidade do Lula e zero para a política dele.</span></span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-44483807808600274482016-02-01T02:35:00.001-08:002017-04-06T16:37:12.675-07:00MOÇA DA CAPA - A LOBA, A VOLTA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyqAKTf5QntF73fE0QO4a_TUPzyzcRNZxddm7QpS8KH5eGsaEQfIwfW1Orngt71xri4OLOat0V9EDSDxP2CRiTm3OdfJBfwvAKvKBYBJnjUpKhEMXAd8bS_zoKweMlVrvnR4HjLssdFiA/s1600/Luma+capa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyqAKTf5QntF73fE0QO4a_TUPzyzcRNZxddm7QpS8KH5eGsaEQfIwfW1Orngt71xri4OLOat0V9EDSDxP2CRiTm3OdfJBfwvAKvKBYBJnjUpKhEMXAd8bS_zoKweMlVrvnR4HjLssdFiA/s320/Luma+capa.jpg" width="243" /></a></div>
O ano prestes a terminar tinha sido um tanto ou quanto tumultuado para a eterna musa do carnaval e das revistas masculinas. Alguns barracos envolvendo supostos romances com bombeiros e policiais, a separação, de fato, do marido miliardário, hoje não tão miliardário assim, e polêmicas envolvendo sua participação, ou não, em seu palco principal, o Sambódromo carioca onde ela, ainda, exercia sua majestade, com direito à invenção de uma gravidez para não desfilar na escola de samba da vez. Mas na mansão com escada em curva no meio da sala toda branca, branca com um quê de dourado aqui e ali, onde continuou a morar após a separação, Luma de Oliveira mostrava otimismo, esconjurava os problemas e mostrava otimismo em dar a volta por cima, prestes a completar, em boa forma, seus quarenta anos.<br />
<i><br /></i>
<i>A matéria abaixo foi assinada também pela Rosângela Honor. As fotos, menos a segunda delas, são do Alexandre Sant'anna.</i><br />
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b>
<b><span style="font-family: inherit;">Revista Istoé Gente, edição 279, de 13 de dezembro de 2004</span></b><br />
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b>
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 16px;"><b>“Não preciso (posar nua), mas o Ronaldinho e a Gisele Bündchen também não precisam e fazem campanhas publicitárias. Não é bom trabalhar de vez em quando? Então eu fiz”.</b></span><br />
<b><br /></b>
<br />
<div style="background-color: white; color: #333333; line-height: 16px;">
<span style="font-family: inherit;">A proximidade dos 40 anos, que completará na sexta-feira 10, não tem tirado o sono de Luma de Oliveira. Em forma, a mãe de Thor, 13, e Olin, 8, parece imune aos efeitos do tempo. Acaba de posar nua pela quinta vez e foi convidada pelo cineasta Neville de Almeida para suceder Sônia Braga na nova versão do filme <i>A Dama do Lotação</i>. Mas Luma arquivou os planos de festejar a idade da loba. Ela vive um longo inferno astral que a acompanhou do início ao fim de 2004. O último escândalo foi a acusação do fotógrafo Cassiano de Souza, free-lancer da revista <i>Caras</i>, que afirma ter sido agredido e ameaçado no hotel Txai Resort, em Itacaré (BA), após fotografar a ex-modelo com o policial civil Sigmar de Almeida, 29 anos.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; line-height: 16px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieSf35z-YZNhPT68gCnmsIsa3eWIsvvKka5DGvy3Kj5USNJF4KWANMI_4GKXC778Bv2RhuYFyFewfZOSjqmsAPEKBu1RIZKfzJwgYmqrQEoKwTXxUBT4t9trEG0BmbOLeMZ-vIlZxx0y4/s1600/Luma+e+eike.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieSf35z-YZNhPT68gCnmsIsa3eWIsvvKka5DGvy3Kj5USNJF4KWANMI_4GKXC778Bv2RhuYFyFewfZOSjqmsAPEKBu1RIZKfzJwgYmqrQEoKwTXxUBT4t9trEG0BmbOLeMZ-vIlZxx0y4/s1600/Luma+e+eike.jpg" /></a><span style="font-family: inherit;">No domingo 28, Cassiano registrou queixa na delegacia da região. Disse que foi torturado e coagido por Sigmar e pelos donos do hotel a entregar os filmes que fizera no local, onde chegou na sexta-feira 26. Luma negou qualquer envolvimento com o integrante da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da polícia civil do Rio, que endossou as palavras da ex-modelo. “Estou de bucha na história. Resolveram dizer que somos amantes, mas ela está com outra pessoa”, afirma o policial, que é casado e posou para o calendário <i>Anjos do Brasil 2004</i> junto com o bombeiro José Albucacys Júnior, apontado em março como pivô do fim do casamento de 13 anos de Luma e do empresário Eike Batista.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; line-height: 16px;">
<span style="font-family: inherit;">A ex-modelo contou que, de fato, “conheceu uma pessoa” em Itacaré. O empresário Renato Guedes, um dos sócios do Txai e ex-namorado da apresentadora Eliana, foi apontado como possível namorado de Luma. Em nota oficial emitida pela direção do hotel, ele negou o romance. Outra nota do Txai refutou qualquer agressão sofrida por Cassiano. Responsável pelo caso, a delegada Rita de Cássia Ribeiro, de Itacaré, avisou que vai chamar os envolvidos para depor, inclusive Luma e Sigmar, além da dona da Pousada Paraíso, Diana Quadros, para onde o fotógrafo foi levado após ser expulso do hotel. “Ele entrou aqui sem qualquer hematoma”, assegura Diana. “Se ele tivesse sofrido alguma agressão, pediria ajuda, um chá, o telefone da polícia, logo que deu entrada aqui.” Diana diz que, no dia seguinte, o fotógrafo foi à praia antes de deixar o hotel às 14 horas. “Essa mulher é amiga do Nelson Moraes, um dos dono do Txai. Ela está mentindo”, acusa o fotógrafo. “Estava com tanto medo que só no domingo às 13 horas saí na rua para ligar para o meu chefe num orelhão.” Ele diz que, nessa hora, duas testemunhas o viram com o rosto inchado.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; line-height: 16px;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5FxXmn-V3GUOyI6q7iKuVxSrl7OfWdK4Piwd_e94q-5ECC2HJG3KHzE-lC8rn4LaBO0VNN03Pk6WbHndXKefS33IEyqq48iXYigJUogWTqqw8gCp3LXIK030Plcv6ysXPis9CbYMr0QM/s1600/Luma+de+preto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5FxXmn-V3GUOyI6q7iKuVxSrl7OfWdK4Piwd_e94q-5ECC2HJG3KHzE-lC8rn4LaBO0VNN03Pk6WbHndXKefS33IEyqq48iXYigJUogWTqqw8gCp3LXIK030Plcv6ysXPis9CbYMr0QM/s320/Luma+de+preto.jpg" width="320" /></a><span style="font-family: inherit;">Depois de inventar uma gravidez para não desfilar no Carnaval carioca, pela Mocidade Independente de Padre Miguel, de se separar e de perder a mãe, Maria Luiza, em julho, de ataque cardíaco, Luma só quer esquecer 2004. “Foi o ano mais difícil da minha vida”, afirma. A pior experiência foi a perda da mãe. “Ela era minha melhor amiga, fiquei muito desprotegida, mas segurei a onda. Tenho filhos para cuidar e minha vida para tocar.”</span></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; line-height: 16px;">
<span style="font-family: inherit;">Para o ano que vem, ela espera voltar a chamar atenção pela exuberância de suas formas. Além da volta já acertada ao Sambódromo, como rainha da bateria da Caprichosos de Pilares, estará nua nas bancas mais uma vez pela sua própria vontade e, claro, pelo dinheiro. “Não preciso, mas o Ronaldinho e a Gisele Bündchen também não precisam e fazem campanhas publicitárias. Não é bom trabalhar de vez em quando? Então eu fiz”, diz ela, que sabe muito bem o que esperar do Ano Novo. “O pior já passou. Tenho certeza de que 2005 vai ser muito bom para mim.” </span></div>
Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5601667618537946501.post-14295448028312488952015-11-19T00:55:00.001-08:002017-04-06T16:37:37.701-07:00FESTA DE ARROMBAA festa do ano mal tinha começado e os salões do palácio no meio da Baía de Guanabara estavam ainda vazios quando o repórter avistou no meio deles, sozinho, o playboy das antigas, já idoso e sentado tranquilamente num dos sofás estrategicamente colocados pela superprodução da comemoração pelos quarenta anos daquele a quem o playboy das antigas admitiu conhecer "apenas superficialmente". A missão da noite era fazer a crônica da festa, mais na base da observação, calado, comendo lagosta e bebendo cerveja, do que incomodando os convidados com perguntas triviais berradas ao pé do ouvido. Mas era preciso, ainda, colaborar com outra matéria, de outra colega de redação, também presente ao regabofe. Então bastou uma pergunta para conseguir o aval do playboy das antigas, cuja fama se estendia a divas internacionais de sua época, a confirmação dele de que, como notório conquistador, o dono da festa era, sim, sem dúvida, seu legítimo herdeiro.<br />
<br />
<i>As duas matérias, no fim das contas, saíram assinadas pelos dois repórteres, então, a matéria abaixo foi assinada também pela Vivianne Cohen</i><br />
<br />
<span style="font-family: inherit;"><b>Revista Istoé Gente, edição 155, de 22 de julho de 2002</b></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><b><br /></b></span>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrDOS0VlTr44drg5jmoquInglaD18FYzeApQfYPPHCXqzIB_CIbSUoxt4WtVveZJi0GKFFwnfyugfVwCIzrkbZbD2h_UMQOmE_DMe6hp90DH-NYi83BdVN9DwCsDTsNW8ArdmDPNUeBK0/s1600/festa+ilha+fiscal.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrDOS0VlTr44drg5jmoquInglaD18FYzeApQfYPPHCXqzIB_CIbSUoxt4WtVveZJi0GKFFwnfyugfVwCIzrkbZbD2h_UMQOmE_DMe6hp90DH-NYi83BdVN9DwCsDTsNW8ArdmDPNUeBK0/s400/festa+ilha+fiscal.jpg" width="280" /></a><span style="background-color: white; color: #333333;"><b>No fim do espetáculo, uma enorme caixa de presente foi levada ao palco. De dentro, surgiu Jorge Fernando, o diretor global encarregado de animar a festa e ler um texto sobre o aniversariante com agradecimentos especiais a alguns de seus amigos, entre eles o candidato ao governo de Minas Gerais Aécio Neves, ausente na Ilha Fiscal. </b></span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333;"><b><br /></b></span>
<span style="font-family: inherit;">No sábado 13, um terminal de aeroporto montado na zona portuária do Rio de Janeiro anunciava viagens no tempo </span><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #333333;">para o período jurássico ou os anos 80. Vôos interplanetários até Marte, Krypton, a terra do Super-homem, ou Naboo, planeta criado por George Lucas em Guerra nas Estrelas. Confirmada no painel, porém, só a viagem aos anos 60, no vôo da Accioly Air. Era a entrada da superfesta do empresário Alexandre Accioly, que alugou a Ilha Fiscal – o palácio da Marinha onde foi realizado o último baile do Império no Brasil – para comemorar seus 40 anos na companhia da família, amigos e uma legião de celebridades. A garantia da diversão regada à champanhe Veuve Cliquot e uísque oito anos, além de 200 quilos de lagosta e camarão, entre outras iguarias, custou cerca de R$ 600 mil. Tudo para que nada faltasse aos 1.465 convidados, entre eles a nova namorada do empresário, a atriz Carolina Ferraz, e o craque Ronaldo, o Fenômeno, alguns dos famosos presentes.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #333333;">O terminal de aeroporto era só a primeira das surpresas preparadas no regabofe de Accioly. Tão logo mostravam as carteiras de identidade nos computadores da entrada – requisito obrigatório para evitar penetras –, os convidados entravam num túnel do tempo com imagens que iam dos anos 60 aos 90. Na saída, uma banda cover dos Beatles tocava entre um bar onde eram servidos cuba libre e hi-fi, drinques típicos dos anos 60, e alguns ônibus e carros da época em que Alexandre nasceu, destinados ao transporte até a Ilha Fiscal. No palácio, quase tão iluminado quanto o Cristo Redentor, a recepção ficava a cargo de uma bem-humorada trupe de homens de preto com enormes perucas black-power, e um grupo de barbarellas que lembravam a personagem de Jane Fonda, mas não esqueciam o dono da festa, cujo retrato sorridente estampava seus vestidos. A mesma foto, aliás, exibida na entrada do túnel do tempo, ao lado de figuras como Elvis Presley e Marilyn Monroe.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #333333;">Anônimos ou famosos, os convidados entraram no clima. Entre barbarellas e homens de jaquetas de couro, havia um Elvis, alguns mutantes, lembrando a banda que lançou Rita Lee, e, claro, pelo menos duas Marilyns Monroe. O apresentador Luciano Huck foi de Aristóteles Onassis, ao lado da namorada Astrid Monteiro de Carvalho, de Jackie O. As globais Priscila Fantin e Luana Piovani vestiam figurinos da época, sem representar personagens específicos. Rodrigo Santoro, de terno, gravata e óculos escuros, encarnava uma espécie de policial das antigas.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #333333;">Circulando pela festa, Accioly era só felicidade enquanto cumprimentava os convidados. “Estou demorando a falar com todo mundo porque só tem amigo aqui. Não é aquela festa em que o dono não conhece um monte de gente”, disse a um de seus milhares de amigos. Pelo menos um deles, no entanto, ainda não era tão conhecido do anfitrião. “Ouvi falar do Alexandre e soube que as festas dele são bacanas”, afirmou Kléber, o Bambam, devidamente trajado com uma jaqueta preta e o indefectível boné que, ao lado da boneca Maria Eugênia, o tornou famoso na primeira versão do Big Brother Brasil.</span></span><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaNCwGpiUgEqUHnLUY7NQnUQecRLjPZQv2td7QyDQlvDJAmbW4RJvJTeAJg0AHATnLiRxnVcpf4H5j2WqLnqtCH7e_JzuruBwTXWx3ZCpCNkbNgzdVG2pJtcG9KbIC8Sn6bIVYWWcctaU/s1600/festa+ronaldo+jorge.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaNCwGpiUgEqUHnLUY7NQnUQecRLjPZQv2td7QyDQlvDJAmbW4RJvJTeAJg0AHATnLiRxnVcpf4H5j2WqLnqtCH7e_JzuruBwTXWx3ZCpCNkbNgzdVG2pJtcG9KbIC8Sn6bIVYWWcctaU/s320/festa+ronaldo+jorge.jpg" width="224" /></a><span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #333333;">Quando parte dos convidados já se deliciava com a lagosta e algumas das 600 coxas de pato do buffet, começou a apresentação dos bailarinos revivendo números de Hair, o musical que traduziu a cultura hippie dos anos 60. No fim do espetáculo, uma enorme caixa de presente foi levada ao palco. De dentro, surgiu Jorge Fernando, o diretor global encarregado de animar a festa e ler um texto sobre o aniversariante com agradecimentos especiais a alguns de seus amigos, entre eles o candidato ao governo de Minas Gerais Aécio Neves, ausente na Ilha Fiscal. O discurso de Jorge Fernando, lido enquanto o telão do palco exibia imagens de álbum de família de Alexandre, só foi interrompido com o rebuliço causado pela chegada de Ronaldinho.</span></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #333333;">A confusão foi logo contornada com o deslocamento de três seguranças para cercar o craque e manter os fotógrafos a distância. Saudado por uma chuva de papéis picados e pelos neons coloridos nas mãos dos convidados, o anfitrião subiu ao palco e, ao lado da mãe, Graça, apagou a vela do enorme bolo com uma foto sua no alto, a mesma do túnel do tempo e do vestido das barbarellas. Por volta das 2h30, no fim do show do RPM, a atriz Carolina Ferraz surgiu na festa. Saiu de São Paulo, onde se apresentou no teatro, no helicóptero que Accioly mandou para que ela chegasse a tempo. Foi a senha para que a imprensa fosse convidada a se retirar e os convidados pudessem ficar mais à vontade dentro da iluminada Ilha Fiscal.</span></span>Luís Edmundo Araújohttp://www.blogger.com/profile/02012327696547345396noreply@blogger.com