sábado, 30 de julho de 2011

NO MESMO DIA

As duas entrevistas foram no mesmo dia. Primeiro, Oscar Niemeyer, na época com 94 anos; depois, Evandro Lins e Silva, que acabava de completar 90. E entre as duas, na espera pelo carro da revista em frente ao prédio do escritório do Niemeyer, na Atlântica, três ou quatro sujeitos mais novos que os dois, sentados em suas cadeiras de rodas, tomavam o banho de sol diário observados, cada um deles, por sua babá particular. Um dormia de cabeça baixa, chegando a babar; o outro parecia entrevado, os olhos arregalados, a boca torta, e babava também.

O carro da revista chegou rápido, e do Niemeyer fomos para o Evandro, para outra entrevista lúcida e bem articulada com o advogado que morreria no fim daquele ano, depois de levar um tombo quando entrava num táxi, ao desembarcar no aeroporto Santos Dumont. Era uma sexta-feira 13 e Evandro voltava de Brasília, onde acabara de ser empossado, pelo presidente Fernando Henrique, como conselheiro da República. Bateu com a cabeça no meio-fio. Qualquer garoto de 18 anos poderia morrer na hora com um tombo desses. Evandro resistiu por mais de três dias no CTI antes de ir embora.

Abaixo, as duas matérias. As imagens do Evandro e do Niemeyer são do Leandro Pimentel, o grande explorador do Recôncavo Baiano

Revista Istoé Gente, edição 131, de 4 de fevereiro de 2002

“Moro em Copacabana e caminho no calçadão pela manhã. Gostaria de caminhar à noite, mas me privo disso para não ser assaltado.”

Aos 90 anos, completados em 18 de janeiro, o advogado Evandro Lins e Silva já foi procurador geral da República, chefe da Casa Civil da Presidência, ministro das Relações Exteriores e ministro do Supremo Tribunal Federal. Nenhum dos títulos, no entanto, parece lhe dar tanto orgulho quanto o que passou a ostentar em 1930, quando iniciou sua carreira: advogado criminalista. “É difícil encontrar algum advogado que tenha defendido o número de causas criminais que defendi”, afirma. O advogado não tem de cabeça a quantidade de processos em que atuou, mas presume que seja um recordista mundial com base nos cerca de mil presos políticos que defendeu no Tribunal de Segurança Nacional, criado para julgar os detidos na Intentona Comunista de 1935 e mantido durante todo o Estado Novo, até 1945.
Evandro ficou famoso atuando em casos de grande repercussão, como a absolvição de Doca Street, acusado de matar a mulher, Ângela Diniz, em 1979. Um dos maiores adversários de idéias como a pena de morte e a prisão perpétua, o advogado acredita que o combate ao desemprego, à fome e à miséria continua sendo a melhor forma de reduzir os índices de violência.

O aumento da violência, principalmente após o assassinato do prefeito Celso Daniel, justificaria a adoção de penas mais severas aos criminosos?
Toda vez que existe um crime de repercussão se forma instintivamente na população o desejo de vingança. Isso é natural, mas deve ser controlado, senão começam a querer restaurar a pena de morte, prisão perpétua. Não se sabe ainda o que houve no caso do prefeito Celso Daniel, mas ninguém vai diminuir a criminalidade aumentando a pena, tornando mais severo o castigo ou botando galés na perna do sujeito. Você resolve o problema dando condições de trabalho, educação, a toda a população.

O senhor já foi assaltado?
Nunca fui assaltado. Deus me protegeu, mas eu deixo de fazer certas coisas por causa da violência. Moro em Copacabana e caminho no calçadão pela manhã. Gostaria de caminhar à noite, mas me privo disso para não ser assaltado.

O senhor continua contrário à pena de morte e à prisão perpétua?
Claro. São dois absurdos. O sujeito tem que viver com a esperança de ser libertado. Posso dizer que sou contra a prisão como método penal. Preso segregado só deve ser quem é perigoso porque pode pôr em risco a vida de outros. O crime contra a propriedade sem violência, não devia dar cadeia. A cadeia não recupera ninguém. Ao contrário, ela despersonaliza e estigmatiza o cidadão, que não pode mais trabalhar. Você tem de encontrar maneiras alternativas de manifestar a reprovação da sociedade contra um crime. Pode ser uma sanção, multa, exílio ou redução de direitos civis, dependendo do caso.

E qual seria a pena para quem comete crimes hediondos?
No caso de alguém que põe em risco a comunidade, a solução é segregar como um louco. Na década de 20, um sujeito chamado Febrônio estuprava e matava meninos na mata da Tijuca, no Rio. O juiz o condenou a permanecer num manicômio judiciário até que ficasse bom. Ele ficou preso durante mais de 40 anos.

O que achou dos indultos concedidos a Guilherme de Pádua e a Paula Thomaz, assassinos da atriz Daniella Perez?
Não vejo problema algum. Eles sofreram punições como deviam, a sociedade manifestou sua reprovação pelo crime. Agora eles já pagaram a dívida. Tem certas pessoas que praticam crimes impulsionadas por um sentimento que não é vil, a distorção da compreensão do amor que leva ao desespero. Cansei de dizer isso no júri. Defendi vários passionais e não tenho um só caso de reincidência entre eles. Nesse tipo de caso, o sujeito quando mata não se reconhece a si mesmo, está movido por uma explosão de ódio que o despersonaliza.

O deputado federal José Genoino, do PT, defendeu a volta da Rota às ruas de São Paulo. O que acha da idéia?
Sou absolutamente contrário a isso. É uma violência.

Qual a melhor maneira de combater o crescimento do crime organizado e o tráfico de drogas nas grandes cidades?
O fundamental é prevenir. Para acabar com o crime, você tem que governar melhor o País. Dar condições a um pai de mandar os filhos para a escola. A distribuição de renda está se tornando cada vez mais injusta. Há no Brasil de 40 milhões a 50 milhões de pessoas que não produzem nada. Hoje o MST está aí, um movimento social que é a continuação do Abolicionismo. Nabuco, Rui Barbosa e Silva Jardim já diziam que era indispensável a reforma agrária quando houvesse a abolição. Claro, porque para onde iriam os negros? Eles só deixaram de ser mercadoria, mas a desigualdade aumentou.

O senhor sugeriria alguma mudança no Código Penal brasileiro?
Quer diminuir a violência? Proíba a fabricação de arma individual. Só permita a requisição do governo para as Forças Armadas e polícias. A arma é o fator preponderante para a prática do crime mais grave, que é o de morte. O difícil é vencer o lobby das fábricas.

Qual foi o processo mais marcante em que atuou?
Procuro sempre dizer que é o próximo. Mas alguns foram curiosos, como quando defendi o cineasta Nelson Pereira dos Santos. O filme dele, Rio 40 Graus, tinha sido proibido pelo chefe de polícia, com o argumento de que denegria a imagem do País porque, segundo o chefe, nunca havia feito 40 graus no Rio. Consegui o mandado e o filme foi liberado.

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Revista Istoé Gente, edição 132, de 11 de fevereiro de 2002

“Chego no escritório às 9h30 e saio às 20h. Almoço aqui, às vezes recebo algum amigo. De vez em quando fazemos uns cursos, agora tem o de Filosofia. Toda terça-feira vem o nosso amigo Luiz Alberto de Oliveira dar aula, a turma se reúne, conversa. Fizemos um sobre o Cosmos também. É uma vida assim, muito tranqüila, de quem não quer se chatear.”

‘‘O mais importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que devemos modificar.” A frase traduz o pensamento de Oscar Niemeyer e está escrita entre os esboços do Congresso Nacional e de outros projetos do arquiteto, desenhados nas paredes brancas de seu amplo escritório, numa cobertura da Avenida Atlântica, no Rio. É nesse espaço claro e rodeado pelo mar de Copacabana que o autor dos prédios de Brasília passa a maior parte de seus dias. Aos 94 anos, continua em plena atividade. Tem projetos em Niterói (RJ), Curitiba e nutre a expectativa de concluir o Eixo Monumental do Distrito Federal – que o arquiteto ainda chama de nova capital –, como prometeu o governador Joaquim Roriz.
Os trabalhos poderiam servir de desculpa para a decisão de não prestigiar a exposição com a retrospectiva de sua obra, inaugurada no dia 5 de fevereiro, em Paris, mas Niemeyer é sincero: “Prefiro ficar no Rio, olhando o mar”. No escritório que se debruça sobre Cobacabana, a decoração é completada por outro pôster com fotos de projetos do arquiteto, como a Universidade Constantine. Uma sala menor serve de refúgio. Nela, a foto de duas mulheres nuas divide espaço com os livros sobre a obra de Niemeyer, que ele não lê. No canto da pequena sala, um cavaquinho e um violão parecem esquecidos. “Já toquei, mas parei há muito tempo”, conta o arquiteto, que está casado há 73 anos com Annita Balbo, é pai de Anna Maria e avô de cinco netos.

É verdade que o senhor tem medo de avião?
Não gosto. Viajei muito na vida, andei muitas vezes de Concorde, mas sempre achei horrível. Tinha que tomar um porrezinho, uma boa dose de uísque, para me tranqüilizar. Só me sentia bem quando punha o pé na terra. Agora quero ficar em casa. Me perguntam se eu posso ir a algum lugar de avião e eu digo que vou. Depois na hora eu digo que não tenho vontade de ir, que prefiro ficar.

Por isso não foi à exposição de Paris?
A exposição será inaugurada dia 5 de fevereiro (a entrevista a Gente foi concedida no dia 25 de janeiro). No dia 8 eu teria de estar na Universidade de Sorbonne para receber uma homenagem lá. Dizem que isso era importante para minha carreira de arquiteto, que é a primeira vez que chamam um arquiteto lá na Sorbonne, mas preferi ficar no Rio.

Qual o segredo para continuar em plena atividade aos 94 anos?
Tenho uma maneira de trabalhar diferente. Trabalho sozinho. Arquitetura é muito pessoal. Aqui sou o único arquiteto. Quando acabo um trabalho, passo para o escritório do centro da cidade, onde meus colegas Ana Elisa Niemeyer, minha neta, Jair Valera e João Niemeyer, meu sobrinho, desenvolvem os projetos. Assim, tenho o dia mais livre, posso atender às pessoas. Trabalho da mesma forma que sempre trabalhei. Sei o que gosto e faço minha arquitetura baseado nisso. Você pode ver aí na minha estante uns 40 livros sobre o meu trabalho. Eu não leio.

Por quê?
Não é que eu despreze o que eles fazem, pelo contrário. É que procuro defender minha intuição. Cada arquiteto deve ter sua arquitetura. Não critico ninguém. Se o arquiteto faz a arquitetura que ele gosta, é o bastante.

Como é sua rotina de trabalho?
Chego no escritório às 9h30 e saio às 20h. Almoço aqui, às vezes recebo algum amigo. De vez em quando fazemos uns cursos, agora tem o de Filosofia. Toda terça-feira vem o nosso amigo Luiz Alberto de Oliveira dar aula, a turma se reúne, conversa. Fizemos um sobre o Cosmos também. É uma vida assim, muito tranqüila, de quem não quer se chatear.

E o projeto do livro com o engenheiro José Carlos Süssekind, como está?
Estamos fazendo um livro há quase um ano. Eu escrevo para ele e ele me responde. A idéia era comentar problemas da profissão, mas como a vida é muito mais importante que a arquitetura, discutimos tudo. Coisa de um ser humano que sabe que não tem a menor importância, que não acredita em nada desse negócio de deixar a obra pronta.

Por que não acredita na importância de deixar uma obra?
Tudo vai acabar daqui a algum tempo. Aí me dizem que depois que eu morrer outras pessoas verão minha obra. Mas essas pessoas vão morrer. Aí virão outros, que vão morrer também. A imortalidade é uma fantasia, uma maneira de esquecer a realidade. A vida é um sopro.

No que o senhor acredita então?
Acredito na inteligência do ser humano. Ela ainda me espanta. O homem que era um troglodita hoje voa no espaço. Mas isso não passa de especulação intelectual, porque o mundo de amanhã não vai ser melhor que o de hoje, mesmo que a ciência crie coisas espantosas, como as máquinas pensantes. Temos que olhar o futuro com uma certa dúvida. Não é o progresso que vai resolver a vida do homem.

E o que pode resolver?
Defendo a solidariedade. Jean Paul Sartre dizia gostar de ter dinheiro para dar esmola, mas o que havia de bom naquela atitude é que ele tinha prazer. Não porque era um ato louvável. Ele tinha prazer. No dia que o ser humano tiver essa mesma disposição, de gostar de ajudar os outros, a vida vai melhorar. Não vai haver esses bombardeios. O americano não sabe mais onde jogar bomba. Não tem mais onde jogar. Podem um dia jogar na Amazônia, tudo é possível.

O que sentiu ao ver o World Trade Center caindo?
Você não pode gostar de ver morrer tanta gente. Foi terrorismo, como foram terrorismo todos os bombardeios que os Estados Unidos vêm fazendo desde os tempos do Saddam.

E sua visão de arquiteto?
Era um prédio de tantos andares, nem sei quantos. Era uma expressão de poder.

Ainda acredita no comunismo?
Lógico. Gosto da idéia de que todos possam ser iguais. É importante olhar em torno, ver que a miséria se multiplica e ter coragem de protestar. Importantes foram Che Guevara, Fidel Castro, Marighella (guerrilheiro líder da Ação Libertadora Nacional, morto pela ditadura brasileira em 1969), gente que estava disposta a dar a vida por uma idéia.

Chegou a pensar em apoiar a luta armada contra a ditadura?
Nunca. No Brasil nunca houve condição para isso. Mas acho admiráveis os que tomam essa decisão. Podem estar errados, mas o que vale é a disposição para mudar as coisas.

Tem candidato para a eleição presidencial?
Votaria no Brizola ou no Stédile. Brizola porque sempre foi um revoltado contra tudo o que tem ocorrido de ruim neste país. E o Stédile porque está nessa briga pela reforma agrária, é corajoso e sabe conduzir a luta dos sem terra, movimento social da maior importância, que todo brasileiro consciente deveria apoiar.

E o Lula?
O Lula é progressista, mas não tão radical quanto antes.

Tem orgulho pessoal por ser amigo de Fidel Castro?
É uma pessoa fantástica, que conseguiu defender Cuba das pressões do imperialismo norte-americano. É um exemplo importante para toda a América Latina. Tenho orgulho de ser amigo dele, de Luiz Carlos Prestes, de todos os meus amigos. Quando ia para a Europa, sempre levava os amigos. Essa foi uma das coisas que me deu muito prazer. Um amigo foi comigo a Moscou. Depois perguntei a ele o que tinha achado e ele me respondeu: “É Madureira sem bacanidade”. O lado bom da vida é ter prazer em ajudar os amigos.

O que acha de Brasília hoje?
Deu certo, provocou o progresso para o interior. Basta ir a Goiânia e sentir isso. O Plano Piloto do Lúcio é muito bem pensado. Simples e acolhedor nas áreas de habitação, mas rico em monumentalidade no seu eixo principal, como uma capital exige.

Tem críticas à cidade hoje?
É claro que, com o tempo, muita coisa perde a unidade. Isso se verifica nas ruas da nova capital, na mediocridade de sua arquitetura, na profusão de anúncios que a compromete. O pior é ver o Eixo Monumental inacabado. Ele é o ponto de referência, para onde se dirigem os turistas, arquitetos estrangeiros, curiosos em conhecer sua arquitetura. Mas me agrada ver que o governador Joaquim Roriz quer completá-lo. No próximo mês, será lançada a pedra fundamental do museu e da biblioteca, e depois a do resto do setor cultural. Aí vamos ter prazer de ver a capital.

O que valoriza mais em Brasília?
Com relação a meu trabalho, é a arquitetura diferente. Em Brasília, você pode gostar ou não dos palácios, mas não pode dizer que é igual. Não pode ver um Congresso igual ao de Brasília, uma igreja igual à Catedral. Pode ter visto melhores, mas iguais, não.

Que obra sua mais lhe agrada?
São temas diferentes. Você não pode comparar um palácio com uma escola. Mas, por exemplo, a Universidade de Constantine (em Alger, na Argélia) me deu muito prazer. Estabelecemos ali uma série de princípios. Fizemos uma universidade mais versátil, melhor para os alunos andarem de um lado para o outro. Fiz outras obras que me agradam. Brasília não é o fundamental no meu trabalho. Gostei de fazer porque foi um momento de otimismo, todos acreditando que o Brasil iria melhorar, o Juscelino sempre cordial, acompanhando as obras com interesse, mas foi uma parte do meu trabalho.

E a sede da Organização das Nações Unidas em Nova York?
A sede da ONU não me agrada. Meu projeto foi modificado, dividiram o terreno em dois, a Praça das Nações Unidas que imaginara desapareceu.

O projeto foi modificado por causa de Le Corbusier? (O projeto de Niemeyer foi aprovado em 1947, mas o arquiteto francês pressionou o brasileiro para ser co-autor da sede e o convenceu)
Não gosto de relembrar isso. Recordo que, meses após a nossa presença na ONU, almocei com Le Corbusier em Paris. Ele me fitava longamente e dizia: “Oscar, você é generoso”. Lembrei o dia em que, para atendê-lo, mudei o meu projeto, e isso me agradou.

Como participa da Fundação Oscar Niemeyer?
Isso é idéia da minha neta Ana Lúcia, ela é quem cuida. Não acredito muito em fundação, pelo menos para defender uma obra. Mas ela é muito inteligente e dá à fundação um sentido mais social, faz publicações sobre a obra de outros arquitetos e procura ajudar os movimentos justos.

O senhor tem alguma mania?
Não digo mania, mas gosto de ficar sozinho no meu escritório, pensando na vida, me analisando um pouco. Às vezes, o passado comparece, lembro dos meus irmãos, os amigos perdidos para sempre, e uma tristeza mansa e silenciosa me invade, o que me faz muito bem. Outras vezes é a miséria do mundo, essa miséria imensa que os mais ricos aceitam, indiferentes. E me sinto mais radical nas minhas posições diante da vida.

É um homem rico?
Já disse que teria vergonha se fosse um rico, e é verdade. O que ganho, gasto. Não tenho o menor interesse em dinheiro. Aprendi isso com meu avô materno, Augusto Ribeiro de Almeida, com quem morei toda vida. Ele foi ministro do Supremo Tribunal Federal por muitos anos e morreu pobre. Até a casa que nos deixou estava hipotecada. Guardo tanto a memória dele que nos meus livros, embaixo do nome por que sou mais conhecido, faço constar Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares.

O senhor tem medo de morrer?
Não. Se tenho algum medo de morrer é porque vou fazer falta a gente que eu ajudo. Mas a vida é isso. Rir e chorar o tempo todo.